domingo, 28 de outubro de 2012

Cronicando pela Ásia... Banguecoque (capítulo I)

Banguecoque, 16 de Abril 2009
Capítulo 1

Será que esta gente traz toda o sorriso estampado? Eis a primeira ideia que fixo mal saio do aeroporto. Rapidamente me vem outra ideia (que me vai acompanhar por toda a viagem): é a de que somos um produto comercial. Turistas é sinónimo de negócio...

Cedo percebemos que não se confia no primeiro homenzinho que aparece, pois há sempre um segundo ou terceiro que faz o serviço mais barato. E assim é. Logo ali no aeroporto, se andarmos um pouco mais, há um taxista que nos faz melhor preço. 


A cidade é um caos de cores. Vejo táxis cor de laranja, rosa, verdes... Muitas motas por todo o lado, até na autoestrada. Estranha-se um pouco, mas é a Ásia.

Espreito ao meu redor. Vejo dezenas de casas empilhadas umas em cima de outras, imensas bancas de comida, souvenirs, bebidas, oferendas a Buda... É o caos! Avisto ao longe prédios enormes e modernos, edifícios do governo, as bandeirinhas a colorir a estrada por todo o lado. A imagem do Rei está sempre presente. Sozinho ou com a Rainha. Concorre com a imagem do Buda, sempre lado a lado.

Somos abandonados na nossa futura morada: Khao San Road.

Deixámos a mala no quarto duma pensão. A Sra. não tem muitos dentes. A casa de banho é partilhada e o chuveiro é uma mangueira. A janela do quarto tem mosquiteiro. Há uma ventoinha. E as paredes dão para ouvir quem está do outro lado.

Está um calor abrasador. Nada é tão mau quanto isso. E o preço é absurdo. O prazer de um chuveiro é trocado por uma mangueirada. E que bem sabe!


Partimos. O tempo rola e só temos até às três e meia para ver alguns dos monumentos.

A primeira sensação mal entrei num templo Budista é de que ia ser Budista para toda a vida. Reinava uma paz absoluta. E as pessoas pareciam felizes. Ter Fé e confiar (neste caso) em Buda, deixava as pessoas calmas e sorridentes.

A estátua que olho é a de Buda deitado. A fotografia não consegue mostrar a enormidade do monumento, por isso têm que imaginar uma casa de dois andares (só para ter uma ideia). Não é só Buda que está carregado de ouro e adornos. Os tectos, as paredes e toda a decoração do Santuário são de um exotismo fabuloso. Como eu nunca vi.

À saída somos convidados por um Tuk-Tuk man para ir visitar outros locais. Os Tuk-Tuk são motas de três rodas. O condutor vai à frente e os passageiros vão numa espécie de caixa aberta que tem protecção contra o sol. Mas numa onda bastante indie. É bom entrar num e sentir o calor e o cheiro da cidade. Num vento que nos sabe bem.


O homem cobra-nos trinta cêntimos a cada (sim, cêntimos de euro).

Mas havia ali ratoeira... Depois de termos visto uns templos e tirado as nossas fotografias, somos conduzidos (penúltima paragem) a uma loja. O taxista tem patrocinador e é-nos feito o convite para entrar. É uma loja de jóias. Não sei o que é que o taxista pensou de nós - turistas sujos e de havaianas... Mas como turista é sinónimo de dinheiro... tentou a sua sorte.

Não estávamos interessados. Fomos rápidos a ver a ourivesaria e regressámos à viagem. Partimos para outro templo.

Quando acabou a visita, terminou também a nossa aventura. O homem tinha sumido! Não chegámos a pagar nada. Ele desinteressou-se por completo e pôs-se ao piro. Não comprámos nenhuma jóia... Mas também não ficámos preocupados - turistas há em todas as esquinas.

Regressado ao quarto, o meu corpo cede. Foi muita adrenalina gasta desde o Porto até Banguecoque. E ainda houve Londres, Hong Kong e Macau pelo meio. Sempre a correr...

Duas horas de sono antes de jantar... E a noite traria mais histórias para contar.

Rodrigo Ferrão

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