Meet the Writers é um programa conduzido por Steve Bertrand e que entrevista diversos autores. Patrocinado pelo site Barnes&Noble, aqui está uma boa forma de vender livros e dar a conhecer os escritores.
Não sou fã de Nicholas Sparks. Tenho a impressão que li um livro dele há muitos anos, roubado da biblioteca de uma das minhas irmãs... Mas confesso: não me lembro da história! E vocês? O que acham deste autor?
Naquele dia Parti A hora em que a cidade era saudosa Das vidas que eu viveria Se me não fora impossível. Ali, Tudo me prometia O perdido para sempre, E tudo me era sensível, Como se fosse de novo, Ou eu visse Com os olhos da outra gente.
Nesse momento, De mim próprio tão diferente, Era o herói conhecido De um romance concebido E nunca realizado...
No ar da gare, Entre o silvo das partidas, Estava suspenso, parado, O perfume concentrado De todas as despedidas.
*Francisco Bugalho, in Canções de Entre Céu e Terra
1º Ano Semestre 1 - Introdução (à Literatura) por Marquês de Sade - Vocabulário Básico por Margarida Rebelo Pinto - Acordo Ortográfico é a Tua Tia por Vasco Graça Moura Quer conhecer este curso? Clique na imagem para descobrir mais.
O ilustrador galego David Pintor faz hoje anos.
Parabéns!
imagem: Este año, aparte de participar en la muestra de ilustradores, estaré firmando ejemplares del nuevo álbum ilustrado "L´Eco"que ha escrito Alessandro Riccioni, y que ha publicado la editora italiana Lapis. (ler aqui).
PELA PRIMEIRA VEZ, A FEIRA DO LIVRO DE LISBOA VAI CONTAR COM UMA EQUIPA DE VOLUNTÁRIOS.
Nos dias do certame, a equipa poderá participar em diferentes atividades, tais como:
apoio à equipa de comunicação/assessoria de imprensa
apoio à organização
apoio nas atividades da zona infantil
apoio aos visitantes da Feira nas zonas de Informação
aconselhamento literário aos visitantes
apoio aos visitantes da Feira com mobilidade reduzida.
[Com o que a APEL ganha... até mete dó ler a notícia do Jornal Público. Já para não falar da tão badalada não realização da Feira do Livro do Porto...]
"Para quem quiser ajudar na realização da feira, a organização disponibiliza 30 vagas para voluntários. "Estamos a reagir a um pedido que nos foi feito", disse Pedro Pereira da Silva, explicando que nos últimos anos foram várias as pessoas que quiseram saber como é que poderiam participar mais activamente na realização da Feira do Livro de Lisboa. As candidaturas são abertas já esta semana.
Mas nem com as novidades a APEL conseguiu fazer esquecer o cancelamento da Feira do Livro do Porto durante a conferência de imprensa nesta quinta-feira. Os responsáveis explicaram, como já tinham dito antes, que não foi possível chegar a um acordo com a Câmara Municipal do Porto, esperando que no próximo ano, "com uma nova Câmara", a feira se possa voltar a realizar." CLÁUDIA CARVALHO
Tudo se altera com a publicação de Ulysses, por James Joyce, em 1922. Sean, Ryan, Sean, Sean, Sean, Sean, Roisin, Erin, Ciara, Sean, Ryan e Sean não queriam acreditar no que acabavam de ler. Bem, nem todos. Sean, Ryan, Sean, Erin e Ciara ficaram apenas indignados por não perceberem o que estavam a ler.
Mas afinal de que é que o Javali está a falar? Clique na imagem para descobrir...
Foi no domingo de Páscoa que se
soube em Leiria, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada
com uma apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre
o clero diocesano pelo comilão dos comilões. Contavam-se histórias
singulares da sua voracidade. O Carlos da Botica - que o detestava - costumava
dizer, sempre que o via sair depois da sesta, com a face afogueada de sangue,
muito enfartado:
Sexta chegou e teria jurado que era só quinta a mão do tempo deixou um rasto de nuvens no céu de denim e espero-te menos do que ontem Vem vem como estás Da tua dilacerante nudez não esperes mais do que a vaga coragem do espanto
*para conhecer mais sobre a canadiana Jillian Tamaki siga o link jilliantamaki.com
De 9 a 12 de Maio de 2013, 21h30, Teatro Helena Sá e Costa, Porto
Ficha Artística: Texto original: Jaime Froufe Andrade Dramaturgia e Encenação: Pedro Estorninho Música Original: José Mário Branco Direcção de Produção: Inês Leite Interpretação: José Topa, Paulinho Oliveira, Pedro Estorninho, Pedro Roquette; Cenografia: Paulo Barrosa Figurinos: Inês Mariana Moitas Desenho de Luz e Som: Romeu Guimarães Música Interpretada por: João Lóio
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Ficha Técnica:Registo Áudio: Ricardo Gandra Trailer e Registo Vídeo: Eduardo Morais Registo Fotografia: Pedro Ferreira Design Gráfico: Makeup Design / Augusto Pires Documentário televisivo: TKNT (Co-Produção com o TEatroensaio)
Texto Original: “Não sabes como vais morrer” - 7 mais 1 histórias de guerra de Jaime Froufe de Andrade, colecção Memória Perecível da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto (4ª edição, ISBN: 978-972-622-025-1)
“Não é a primeira vez que eu e os meus homens nos vemos nestes apuros. Estar emboscado, debaixo de fogo, é como participar no juízo final. Esta é a minha visão. No meu caso, estou a viver este momento com um temor reverencial, digno da hora apocalíptica. Encurralados, procuramos reagir. Agora são já dois os caudais da metralha. Apesar de misturados, distinguem-se bem: rouco o das nossas G3 fabricadas em Braço de Prata, sibilante o das Simonov vindas da URSS”.
Excerto de Não sabes como vais morrer (7 mais 1 histórias de guerra)
Aqui fica uma reportagem da TVI com o Jaime Froufe Andrade, para levantar o lençol sobre a peça de teatro.
A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no Outono
de 1875, era conhecida na vizinhança da Rua S. Francisco de Paula, e em todo o
bairro das Janelas Verdes, pela casa do Ramalhete ou simplesmente o Ramalhete.
Apesar deste fresco nome de vivenda campestre, o Ramalhete, sombrio casarão de
paredes severas, com um renque de estreitas varandas de ferro no primeiro
andar, e por cima uma tímida fila de janelinhas abrigadas à beira do telhado,
tinha o aspecto tristonho de residência eclesiástica que competia a uma
edificação do reinado da Sr.ª D. Maria I: com uma sineta e com uma cruz no topo
assemelhar-se-ia a um colégio de jesuítas. O nome de Ramalhete provinha de
certo de um revestimento quadrado de azulejos fazendo painel no lugar heráldico
do escudo de armas, que nunca chegara a ser colocado, e representando um grande
ramo de girassóis atado por uma fita onde se distinguiam letras e números de uma
data.
Vão morrendo nos campos as papoilas secando como a voz dos salgueiros na memória Esqueço a espiga atrás da porta, levo os livros lidos a banhar-se no mar revolto de outras costas Há dias suspensos entre as estações e o teu braço não chega para tocar o que sobeja das madrugadas
* para conhecer mais sobre o pintor alemão Siegfried Zademack siga o link www.zademack.com
"A oralidade foi sempre o veículo privilegiado de comunicação dos africanos. Antes da escrita e para lá dela. Palavras de ritual e espírito, resistência política, de celebração ou de confronto marcaram momentos da memória de África e sua diáspora nas vozes ritmadas de griots, rappers, líderes, preachers, batucadeiras,etc. Na actual sociedade de informação visual standartizada e programada à distância, a palavra dita cara-a-cara, no acto, na frieza da situação ou no calor do momento, de inspiração divina ou de entusiasmo profano, no ritmo do 4/4 ou num quantizing emocional a cappela, reassume o seu papel de agitação. Os Rappers são ícones contemporâneos desse resgate da palavra de improviso e do protesto no espaço público e no público do espaço." NO DIA 10, MAIS UMA PARAGEM DO UM PORTO DE CONTOS... AS 22H NA CADEIRA DE VAN GOGH (AO JARDIM DE SÃO LÁZARO), NO PORTO, COM UM CONVIDADO MAIS QUE ESPECIAL: CHULLAGE
“Unspoken Worldz” onde deposita as suas palavras mais interventivas e com o qual tem feito várias performances por todo o país.
Enredo: Um gajo (solteiro ou casado, depois decido) percorre o corredor da ficção estrangeira da mesma livraria (real ou imaginária?) todos os dias. Finge percorrer os autores de policiais estrangeiros, enquanto mantém os livros de Tolstói ao alcance dum soslaio.
Em um frigidíssimo dia de
Janeiro de 1847, por volta das nove horas da manhã, o Sr. Hermenegildo Fialho
Barrosas, brasileiro grado e dos mais gordos da cidade eterna, estava a suar,
na rua das Flores, encostado ao balcão da ourivesaria dos Srs. Mourões. As
camarinhas aljofravam a brunida testa de Fialho Barrosas, como se a porosa
cabeça deste sujeito filtrasse hidraulicamente o estanque de soro recluso no
bojo não vulgar do mesmo.
Grita o meu nome Grita-o como se disso dependesse a tua respiração, a tua existência. Como se disso dependesse absolutamente a perenidade da natureza, a própria eternidade do planeta Grita até a voz te morrer na garganta E o peito se te apertar de angústia E nessa altura saberás o quanto me amaste
* para conhecer mais sobre o pintor espanhol Daniel Quintero siga o link www.danielquintero.com
Haruki Murakami não gosta de ser filmado ou fotografado. "Por favor, considerem-me uma espécie em risco de extinção e contentem-se em observar-me tranquilamente de longe (...) Se eventualmente tentarem falar comigo ou me tocarem, posso sentir-me intimidado e mordê-los. Então, por favor, sejam prudentes", advertiu os repórteres na Universidade de Quioto, onde fez a sua primeira aparição pública dos últimos 18 anos. Tratou-se de uma entrevista colectiva para 500 sortudos que colocaram previamente mais de um milhar de perguntas. Murakami tentou responder às principais ao mesmo tempo que fazia a sua homenagem ao psicólogo Hayao Kawai, amigo recentemente falecido, em honra de quem foi instituído um prémio literário. Leiam mais aqui e aqui.
Uma das fotos mais recentes de Murakami e a capa do seu novo livro
O mais recente livro do autor japonês, de 64 anos, frequentador assíduo das listas de potencial vencedor do Nobel da Literatura, foi lançado na sexta-feira - em sessões especiais marcadas para a meia-noite -, e chama-se “Shikisai wo Motanai Tazaki Tsukuru no Kare no Junrei no Toshi”, título que em tradução livre equivale a “O pálido Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação”, decerto só para lixar quem tiver que criar a capa da obra em línguas com mais caracteres... Enquanto essas edições ocidentais não chegam aos escaparates das livrarias, deixo-vos a potencial capa desenhada há dias pela ilustradora japonesa Ray Kimura, assumida Harukista, termo usado por lá para designar os grandes fãs de Haruki.
* se quiserem ver mais do trabalho da ilustradora nipónica Ray Kimura visitem a sua página de facebook aqui.
Ao que se sabe, este romance de 370 páginas, que se segue à trilogia "1984", conta a história de Tsukuru Tazaki, um jovem que
enfrenta o passado, servindo-se de uma história de amor para sair da
sua situação. Quem está ansioso por poder ler este livro?
José das Dornas era um
lavrador abastado, sadio e de uma tão feliz disposição de génio, que tudo
levava a rir; mas desse rir natural, sincero e despreocupado, que lhe fazia
bem, e não do rir dos Demócritos de todos os tempos — rir céptico, forçado,
desconsolador, que é mil vezes pior do que o chorar.
* Joaquim Guilherme Gomes Coelho, pseudónimo de Júlio
Dinis, um dos mais lidos, senão o mais lido dos escritores do século XIX
Ofereço-te o piquenique dos meus restos mortais Lambuza-te nas coxas que a minha gula engordou e não desperdices as falanges que já te correram a pele Mastiga sem pudor as partes tenras que conheces de cor, o mais agridoce manjar conhecido do homem Enfim, saboreia o suor acre com que me temperas as horas e não te esqueças de não deixar lixo ao abandonar o recinto
O Clube de Leitores tem o prazer de apresentar o blog O Javali de Vladivostok - um blog pessoal de Bruno Henriques. Escrito em jeito de crónica descontraída, fala-nos de situações cómicas e pouco comuns. Muitas delas relacionadas com livros e escritores. Num tom super divertido.
Esta semana o Clube de Leitores vai partilhar algumas pérolas do que por lá se faz. Para os mais curiosos e que não aguentam esperar tanto, aqui fica o link: http://ojavalidevladivostok.blogspot.pt/.
Boas leituras!
Dia 1
Bom dia!
Lá está! É logo a começar a mentir. Espera lá. Mentir ou omitir? Eu é mais engazupar. Um pouco como este blog.
Como toda a gente sabe, a Noretindrona faz hoje 61 anos, 5 meses e mais ou menos 15 dias. Trata-se de um composto descoberto pelo químico mexicano Luis E. Miramontes. E o que é a Noretindrona? Não, não é isso! Também não. E acho até nojento que tenha mencionado o nome da minha mãe. Ora, a Noretindrona é aquilo que os gajos desejam, na manhã seguinte, que as gajas tenham tomado, no dia anterior. Isso mesmo: a pílula! A Wikipedia diz para que serve a pílula. Acontece que não diz onde vive o Sr. Miramontes para podermos ir lá abastecer. Eu não tenho química (as minhas últimas namoradas fizeram questão de frisar isso), nunca fui ao México (e também não convém tirar o carro da garagem para uma viagem longa, que tenho os pneus carecas) e não conheço nenhum Luís (ainda perguntei à minha avó Cremilde se o nome dela ela diminutivo de Luís).
Qual não é o meu espanto, quando venho a saber que o meu PC, o mestre da omnipresença, sempre em todo o lado e ao mesmo tempo, também não conhece o Sr. Miramontes. Sempre a pedir-me para lhe introduzir a pen drive na porta USB: "Mais, mais", dizia ele. E eu a introduzir uma de 8 Gb; depois de 16 Gb; e, por fim, de 32 Gb. Sempre com o cuidado de perguntar: "Ouve lá, ó PC, estás prevenido?" "Sim, sim. Não tens uma de 64?" E não é que o ordinário não estava nada prevenido?! Passado pouco tempo, abeira-se de mim e diz: "Estou de esperanças." Caiu-me tudo - até o PC, para ver se tinha um empurr... uma interrupção involuntária da gravidez. Nada feito. Disse-me ele: "Vamos chamá-lo de Blog" "Não pode ser Arlindo, que era o nome do meu avô?" "Não. É Blog."
E é isto - o nascimento do Blog. Pouco desejado e, muito provavelmente (90% de certeza), estragado para a vida, ou não fosse esse o maior segredo da parentalidade.
No dia 5 deste mês, o Clube de Leitores fez mais um aniversário. Reflecti um pouco nesta frase, deixada no primeiro post deste espaço:
São os livros e o vosso contributo que me fazem mover. Não sei se serei livreiro toda a vida, mas de livros falarei sempre. E este é o espaço certo para o fazer.
O que mudou desde 2010?
Já não sou livreiro, mas esse período da vida há-de ser sempre uma extraordinária memória. Sobretudo pelas amizades que fui fazendo. Entre colegas, entre clientes, entre seguidores do blog... Tanta e tanta gente conhecida, a partilhar os mesmos gostos. O início do Clube mistura-se intrinsecamente com a profissão.
As proporções deste projecto foram tão grandes que, no dia em que abandonei profissionalmente os livros, não fazia qualquer sentido deixar cair este recanto.
Neste percurso já entraram e já saíram. Os que muito deram (e dão) e os que seguiram o seu caminho. Os que virão... O Clube de Leitores será sempre um espaço dinâmico - pronto a acolher pessoas que são parecidas nos seus valores e gostos.
Se há algo que aproxima as pessoas é a partilha daquilo que as une. E este é, indiscutivelmente, um abrigo aos amantes das letras, do livro, da poesia, literatura e a todo o mundo que envolve a leitura.
Podíamos ter cedido à tentação fácil de promover livros como num supermercado. Seria fácil viver apenas de passatempos, de leituras na diagonal, de sinopses... Mas perderíamos o debate no grupo do facebook, na página, aqui... Por isso, julgo que continuamos no caminho certo.
Desde o início muito se evoluiu. E os desafios continuam a ser imensos. Não pensem que é fácil manter o interesse do público. Assunto nunca falta, mas é extremamente complicado ser original na blogosfera. Cada vez há mais imitações, concorrência feroz, atropelamentos sem qualquer escrúpulo... Nada que nos afecte. Estamos atentos!
Vamos devagar, um passo de cada vez; sempre com a vossa ajuda e entusiasmo. Esperemos comemorar muitos e longos anos. Continuamos a ganhar prémios, a receber gente e mais gente. Quero deixar uma palavra especial para o Brasil: que nos chega e comenta em crescente escala. Temos tido reconhecimento fora de Portugal. E isso é mágico!
Somos apenas cidadãos comuns. Podíamos ser os vizinhos da porta ao lado... Já passámos a fase dos 15 minutos de fama. Agora estamos aqui para ficar! Celebrem connosco.
De como o autor deste erudito livro se resolveu a viajar na sua terra,
depois de ter viajado no seu quarto; e como resolveu imortalizar-se escrevendo
estas suas viagens. Parte para Santarém. Chega ao terreiro do Paço, embarca no
vapor de Vila Nova; e o que aí lhe sucede. A Dedução Cronológica e a Baixa de
Lisboa. Lorde Byron e um bom charuto. Travam-se de razões os ilhavos e os
Bordas-d’Água: os da alça larga levam a melhor.
E se fossem menos preguiçosos Faziam toda a gente feliz Para poderem tratar em paz Dos seus sofrimentos literários Construíam casas amarelas Com grandes jardins à frente E árvores cheias de zaves De mirliflautas e lizores De melfiarufos e toutiverdes De plumuchos e picapães E pequenos corvos vermelhos Que soubessem ler a sina Havia grandes repuxos Com luzes por dentro Havia duzentos peixes Desde o crusco ao ramussão Da libela ao papamula Da orfia ao rara curul E da alvela ao canissão Havia um ar novo Perfumado do odor das folhas Comia-se quando se quisesse E trabalhava-se sem pressa A construir escadarias De formas antes nunca vistas Com madeiras raiadas de lilás Lisas como ela sob os dedos
Mas os poetas são uns patetas Escrevem para começar Em vez de se porem a trabalhar E isso traz-lhes um remorso Que conservam até à morte Encantados de ter sofrido tanto Dedicam-lhes grandes discursos E são esquecidos num dia Mas se trabalhassem mais Só seriam esquecidos em dois
*Boris Vian, in Não Queria Patear Tradução de Irene Freire Nunes / Fernando Cabral Martins
Meet the Writers é um programa conduzido por Steve Bertrand e que entrevista diversos autores. Patrocinado pelo site Barnes&Noble, aqui está uma boa forma de vender livros e dar a conhecer os escritores.
Prosseguimos a viagem com Jonathan Franzen - até agora o meu preferido da série. Stay tuned!
Em meados dos anos 50 (1954) dois brasileiros, Piratini (Antônio Amábile) e Caco Velho (Matheus Nunes) criaram uma canção cujo texto e música dispensam comentários (é ouvir e ler): "Mãe preta". O texto foi proibido em Portugal.
David Mourão-Ferreira escreveu outro texto que nada tinha a ver com o brasileiro – "Barco negro". Amália Rodrigues tornou a música mundialmente famosa. No texto português, a tragédia do pescador tinha substituído a tragédia da exploração e do racismo. Em 1978 Amália Rodrigues gravou "Mãe preta". Mais recentemente, "Barco negro" foi gravado por Mariza e Ney Matogrosso (este para uma telenovela brasileira – "O Quinto dos Infernos") e "Mãe preta" por Dulce Pontes.