Um piscar de olhos aos fãs de Charles Bukowski. Uma capa a condizer com o seu sarcasmo.
"Canso-me facilmente dos preciosos
intelectos que precisam de cuspir diamantes de cada vez que abrem as suas bocas. Canso-me de ficar batalhando por cada espaço de ar para o espírito. É por isso
que me afasto das pessoas por tanto tempo, e agora que estou encontrando as
pessoas, descubro que preciso de voltar para a minha caverna."
capa de livro by Studio Mendell + Oberer Graphic Design 1967
Quem nunca ouviu, ouça, porque a banda mistura frevo, blues, jazz,
maracatu e sei lá mais o quê nessa mistura fina, elegante (e sincera!).
Deve ser o efeito bolo de rolo com goiabada que só Pernambuco tem pra
dar.
Uma esplêndida leitura musical.
Divirtam-se, crianças, com vida inteligente e swing. E para baixar o disco é só visitar a página, Banda Eddie.
Penélope Martins
“Após um hiato de quase quatro anos, a Banda Eddie lança o disco
Morte e Vida, que sai em vinil e download gratuito pelo site da banda.
São 11 faixas inéditas com participações de Karina Buhr, Erasto
Vasconcelos, Jam da Silva, João do Cello e KSB. Fábio Trummer (voz e
guitarra), Kiko Meira (bateria), Rob Meira (baixo), Alexandre Urêa
(percussão e voz) e André Oliveira (teclado, samples e trompete) trazem
no álbum, como eles próprios definem, a junção do blues, samba e
surfrevo (mistura de frevo e surf music), sem esquecer, é claro, da raiz
no Original Olinda Style, estilo criado pela banda, que já tem 25 anos
de carreira e 12 com a mesma formação.
Inspirado na obra literária de João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida
Severina (1955), no cotidiano e no atual cenário da política
brasileira, o sexto trabalho da Banda Eddie, entre o processo de
composição, produção e masterização, levou quase um ano para ficar
pronto, segundo Fábio Trummer. “Eu compus as músicas no formato voz e
violão na minha casa, em São Paulo, entre março e novembro do ano
passado e enviei para os caras da banda no Recife. Passamos dezembro
ensaiando e janeiro, no Recife, gravando as 11 músicas”, conta o
vocalista, que aposta no novo trabalho como o mais completo e maduro da
Banda Eddie. “Estamos na melhor forma da nossa musicalidade”, enfatiza.
Os destaques do álbum vão para a faixa título “Morte e Vida”, com
pegada setentista de um rock quase reggae que mostra como as palavras
podem semear a discórdia, e para a balada “Meu Coração” e o samba “Essa
trouxa não é sua”, que estão presentes na trilha sonora do filme Que
Horas Ela Volta? (2015), da diretora Anna Muylaert, que ainda não teve
estreia no Brasil, mas foi eleito o melhor filme pela Confederação
Internacional de Cinema de Arte no Festival de Berlim deste ano.”
– Marta Souza (Revista O Grito!)
BLOOM
Quem disse que beber Gin é para homens?
O meu nome é Joanne Moore.
Podia ser actriz, socorrista ou embaixadora das Nações Unidas,
mas o meu caminho sempre foi partir pedra.
Sou a única master destiller de Gin que o mundo conhece
e trabalho na destilaria mais antiga do Reino Unido.
Lá faço o Bloom, uma bebida que se inspira nos jardins britânicos durante o verão.
O verão dos teus olhos, quando demos o primeiro beijo,
o verão das pedras que atirávamos ao rio,
o calor de verão que nos deixava as peles vermelhas e escaldadas.
Os cheiros de madressilva, camomila e pomelo, por entre corridas que fazíamos monte acima.
Chegados lá ao alto, gritávamos e ficávamos a ouvir o eco,
celebrando a chegada de mais um pôr-do-sol,
numa promessa de eternidade.
Penso em tudo isto quando misturo um morango ao Gin, aprecio a doçura gélida que acompanha esta experiência. Ergo o copo ao céu, celebrando com as estrelas.
Para chegar onde cheguei,
precisei de muitos passeios,
mãos dadas,
malmequeres desfeitos,
de soprar o teu pai é careca aos ventos,
de abrir uma minhoca e perceber que ela ainda se mexe enquanto sofre,
ver uma raposa a escapulir-se lá no fundo do relvado, bosque adentro.
Ah, tudo isto é verão...
Ah, tudo isto é Bloom.
... um brinde às memórias.