Mais curiosidades em redor do mundo dos livros em: https://www.facebook.com/improbableslibrairiesimprobablesbibliotheques
sábado, 27 de julho de 2013
Joaquim Pessoa: «Bastava-nos Amar»
Bastava-nos Amar
Bastava-nos amar. E não bastava
o mar. E o corpo? O corpo que se enleia?
O vento como um barco: a navegar.
Pelo mar. Por um rio ou uma veia.
Bastava-nos ficar. E não bastava
o mar a querer doer em cada ideia.
Já não bastava olhar. Urgente: amar.
E ficar. E fazermos uma teia.
Respirar. Respirar. Até que o mar
pudesse ser amor em maré cheia.
E bastava. Bastava respirar
a tua pele molhada de sereia.
Bastava, sim, encher o peito de ar.
Fazer amor contigo sobre a areia.
*Joaquim Pessoa, in Português Suave - Ed. Litexa
o mar. E o corpo? O corpo que se enleia?
O vento como um barco: a navegar.
Pelo mar. Por um rio ou uma veia.
Bastava-nos ficar. E não bastava
o mar a querer doer em cada ideia.
Já não bastava olhar. Urgente: amar.
E ficar. E fazermos uma teia.
Respirar. Respirar. Até que o mar
pudesse ser amor em maré cheia.
E bastava. Bastava respirar
a tua pele molhada de sereia.
Bastava, sim, encher o peito de ar.
Fazer amor contigo sobre a areia.
*Joaquim Pessoa, in Português Suave - Ed. Litexa
Livros de mudança
Um livro pode mudar a história da nossa vida? Queremos crer que sim. E os senhores da editora Penguin Books também. Por isso, encomendaram uma campanha à agência de publicidade Young & Rubicam, de Pequim.
O resultado não é extraordinário - na prática, do meu ponto de vista, tem demasiados detalhes e torna-se algo confusa, chegando o roçar o deselegante. Ainda assim merece a partilha.
O resultado não é extraordinário - na prática, do meu ponto de vista, tem demasiados detalhes e torna-se algo confusa, chegando o roçar o deselegante. Ainda assim merece a partilha.
Letras na Avenida: Sábado em cheio!
PROGRAMA DO DIA
27/07/2013
"Onde está o leitor no teu escritor?"
Auditório
27/07/2013 - 15:00 às 16:00
Lançamento do livro “Histórias sem Jardins”, de Jorge Palinhos, Ed. Bairro dos Livros
Auditório
27/07/2013 - 16:00 às 17:00
Lançamento do livro "Terra de Ninguém”, de Manuela Niza
Edifício AXA/ Auditório
27/07/2013 - 17:00
“Contos em Conta”, leituras por Rui Manuel Amaral
Auditório
27/07/2013 - 17:00 às 18:00
TEATRO DE MARIONETAS DO PORTO
Edifício AXA/ Sala Serviço Educativo, Piso 1
27/07/2013 - 17:30
Apresentação do livro: “À Sombra dos Livros”, de João Pedro Mésseder, Ed. Bairro dos Livros
Auditório
27/07/2013 - 18:00 às 19:00
"As Quatro Estações"
Esplanada
27/07/2013 - 18:30
Apresentação do livro “O estado de Nova Iorque”, de Tiago Ribeiro Patrício, Ed. de autor
Auditório
27/07/2013 - 19:30 às 20:30
Entrevistas com Autores Históricos do Bairro dos Livros
Auditório
27/07/2013 - 21:00
“Trabalho de actriz, trabalho de actor”
Auditório
27/07/2013 - 22:00 às 23:00
Conversa com o realizador João Canijo
Auditório
27/07/2013 - 23:30 às 24:00
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Joaquim Pessoa: Nos Teus Gestos
Nos Teus Gestos
Nos teus gestos há animais em liberdade
e o brilho doce que só têm as cerejas.
É neles que adormeço, e dos teus dedos
retiro a luz azul dos arquipélagos.
Os teus gestos são letras, sílabas, poemas.
Os teus gestos são páginas inteiras. São
a tua boca a namorar na minha boca,
o cio dos séculos a saudar o tempo.
São os teus gestos que me acordam. Gestos
que vestem o silêncio fundo das ravinas
e assinalam a água dos desertos.
Os teus gestos são música. São lume.
São a respiração do teu olhar. A seara
de espigas que ondula no meu corpo.
*Joaquim Pessoa, in Guardar o Fogo.
e o brilho doce que só têm as cerejas.
É neles que adormeço, e dos teus dedos
retiro a luz azul dos arquipélagos.
Os teus gestos são letras, sílabas, poemas.
Os teus gestos são páginas inteiras. São
a tua boca a namorar na minha boca,
o cio dos séculos a saudar o tempo.
São os teus gestos que me acordam. Gestos
que vestem o silêncio fundo das ravinas
e assinalam a água dos desertos.
Os teus gestos são música. São lume.
São a respiração do teu olhar. A seara
de espigas que ondula no meu corpo.
*Joaquim Pessoa, in Guardar o Fogo.
Letras na Avenida: mais uma Sexta para nos divertirmos com os livros!
PROGRAMA DO DIA
26/07/2013
OS ARQUITETOS SOMOS NÓS
Auditório
26/07/2013 - 14:30 às 15:30
AS FESTAS DE Nª SR.ª DO Ó - Filme de animação
Edifício AXA/ Auditório
26/07/2013 - 16:00 às 16:30
Performance “Vadiação Poética”
Auditório
26/07/2013 - 16:00 às 17:00
Lançamento do livro “Palavras de Sabedoria- Mensagens dos Mestres”, de Tatyana Mickushina, Ed. Maitreya, com apresentação por José Caldas
Auditório
26/07/2013 - 17:30 às 18:30
Lançamento do livro “Ser Serrano”, de Michael Gonçalves, Ed. Cultureprint
Auditório
26/07/2013 - 18:30
Stand up poetry "Maiores de 18 anos", com Isaque Ferreira, Renato Cardoso e Rui Spranger
Auditório
26/07/2013 - 21:30 às 22:30
a-ver-livros: a seiva e Marianna Sztyma
Nada como o teu balanço
serena a vertigem
suspensa dos rastos
das nuvens que passam
Nada como o teu abraço
sossega o volteio
os ecos dos corpos ceifados
no adeus
Quanto tempo demora a seiva
a cicatrizar o corte?
serena a vertigem
suspensa dos rastos
das nuvens que passam
Nada como o teu abraço
sossega o volteio
os ecos dos corpos ceifados
no adeus
Quanto tempo demora a seiva
a cicatrizar o corte?
![]() |
* para conhecer mais da pintura da polaca Marianna Sztyma siga os links www.marianna-sztyma.art.pl e marianna-sztyma.blogspot.pt |
quinta-feira, 25 de julho de 2013
Um Porto de Contos - Encontro Internacional de Narração Oral
Uma iniciativa de “serviço público”, intimamente ligada à arte, ao passado e à história. Uma acção cultural e educativa que valoriza a arte de contar histórias como actividade espontânea e intuitiva.
Missão/público infantil e adulto
O que se pretende é conjugar várias linguagens artísticas à volta das histórias. Contar contos, lendas e histórias e reavivar a memória dos adultos, as tertúlias de outros tempos, o encontro de pessoas com interesses comuns, de diferentes idades, de modo a aproximar gerações e reflectir sobre o mundo. Os mais crescidos também podem ouvir boas histórias: narrativas para gente grande, a par dos contos pensados para o público infantil.
O Ateneu Comercial do Porto será o palco principal do «Um Porto de Contos» Encontro Internacional de Narração Oral, a decorrer entre 26 a 28 de julho. Nesse espaço- repleto de passado e «história» - decorrerão várias iniciativas em simultâneo e em várias salas, com destaque para as sessões de contos. Haverá, igualmente, exposições de arte, a feira «Porto das Letras, Artes e Palavras», exposições fotográficas, os «Sacos com Histórias», visitas guiadas, artes plásticas, tertúlias, apresentação de livros, sessões de autógrafos, música, os Contos Vadios e outros motivos de visita e escuta.
Convém salientar que todas as actividades a decorrer em dois andares do Ateneu Comercial do Porto sãode entrada livre, um convite aos cinco sentidos, ao longo destes três dias de festival. As únicas actividades sujeitas a bilhete são as oficinas e as sessões de contos principais, com palco no salão nobre do Ateneu.
A Invicta merecia ter um evento como este dedicado aos contos e às narrativas!
O que se pretende é conjugar várias linguagens artísticas à volta das histórias. Contar contos, lendas e histórias e reavivar a memória dos adultos, as tertúlias de outros tempos, o encontro de pessoas com interesses comuns, de diferentes idades, de modo a aproximar gerações e reflectir sobre o mundo. Os mais crescidos também podem ouvir boas histórias: narrativas para gente grande, a par dos contos pensados para o público infantil.
O Ateneu Comercial do Porto será o palco principal do «Um Porto de Contos» Encontro Internacional de Narração Oral, a decorrer entre 26 a 28 de julho. Nesse espaço- repleto de passado e «história» - decorrerão várias iniciativas em simultâneo e em várias salas, com destaque para as sessões de contos. Haverá, igualmente, exposições de arte, a feira «Porto das Letras, Artes e Palavras», exposições fotográficas, os «Sacos com Histórias», visitas guiadas, artes plásticas, tertúlias, apresentação de livros, sessões de autógrafos, música, os Contos Vadios e outros motivos de visita e escuta.
Convém salientar que todas as actividades a decorrer em dois andares do Ateneu Comercial do Porto sãode entrada livre, um convite aos cinco sentidos, ao longo destes três dias de festival. As únicas actividades sujeitas a bilhete são as oficinas e as sessões de contos principais, com palco no salão nobre do Ateneu.
A Invicta merecia ter um evento como este dedicado aos contos e às narrativas!
Programa
O Encontro Internacional de Narração Oral Um Porto de Contos, está inserido no tema «O ano do Brasil em Portugal».
Conta com a participação de narradores muito respeitados a nível internacional, além de escritores e convidados do Brasil, Espanha e Portugal. Está organizado em parceria com vários espaços como a Casa do Infante e as Caves Croft, e várias marcas, sendo no Ateneu Comercial do Porto, que vão decorrer inúmeras actividades. Destacamos algumas:
● Espectáculos/Sessões de contos com os narradores nacionais e internacionais
● Sessões de contos para famílias
● Oficinas sobre a arte de contar histórias e animação de leitura
● Sessões de autógrafos com escritores, onde se inclui a parceria com a iniciativa «Não há Feira mas há escritores», que surgiu em protesto contra a não organização da Feira do Livro do Porto
● Encontro com escritores e ilustradores do Brasil, Portugal e Espanha
● Visita guiada pelos pontos centrais da cidade com guia intérprete especializado em contos em francês, espanhol, inglês e português, dinamizada pela equipa da NTDM-Specialized Tourism, em parceria com a Escola de Narração Oral Itinerante Clara Haddad. Partidas e Chegadas via Ateneu
● Exposição dos sacos com histórias
● Espaço aberto para novos talentos e interessados na narração oral mediante inscrição, os designados «Contos Vadios»
● Feira do Livro com espaço para artesanato urbano
● Exposições
O circuito de contos para testar os públicos que percorreu vários espaços do Porto foi um sucesso. Acreditamos que a narração precisa de novos estímulos e entendemos que todas as pessoas podem ter acesso a esta arte ancestral, e espalhá-la pelo mundo, em vozes de todas as idades.
Equipa do Festival:
Escola de Narração Oral Itinerante by Clara Haddad
Direção e produção do Festival| Clara Haddad
Colaboradores| Sofia Freitas, Susana Correia, João Sá, Aida Suaréz
Consultora de Comunicação| Carla Marques
Comunicação Visual| What Design- Silvia Teixeira
Logomarca | Álvaro Lemos
Audiovisual: José Pires, Nuno Fangueiro e Pedro Ferreira
Parcerias: Ateneu Comercial do Porto, FNAC, Caves Taylors, Livraria Salta Folhinhas ,What Design, Entremeioslusos, Tecto do Mundo - NTDM-Specialized Tourism, Conception.pt, pensão A Favorita, Cuckoo, Kalandraka ,Trinta Por Uma Linha, Paleta de Letras.
Apoio ao Circuito de Contos: Terra na Boca, Quintal Bioshop, Maus Hábitos, Galerias de Paris, Pinguim, Contagiarte, Duas de Letras, Casa da Beira Alta, Casa da Madeira, Cadeira de Van Gough, Dar à Sola- Associação Cultural.
O Encontro Internacional de Narração Oral Um Porto de Contos, está inserido no tema «O ano do Brasil em Portugal».
Conta com a participação de narradores muito respeitados a nível internacional, além de escritores e convidados do Brasil, Espanha e Portugal. Está organizado em parceria com vários espaços como a Casa do Infante e as Caves Croft, e várias marcas, sendo no Ateneu Comercial do Porto, que vão decorrer inúmeras actividades. Destacamos algumas:
● Espectáculos/Sessões de contos com os narradores nacionais e internacionais
● Sessões de contos para famílias
● Oficinas sobre a arte de contar histórias e animação de leitura
● Sessões de autógrafos com escritores, onde se inclui a parceria com a iniciativa «Não há Feira mas há escritores», que surgiu em protesto contra a não organização da Feira do Livro do Porto
● Encontro com escritores e ilustradores do Brasil, Portugal e Espanha
● Visita guiada pelos pontos centrais da cidade com guia intérprete especializado em contos em francês, espanhol, inglês e português, dinamizada pela equipa da NTDM-Specialized Tourism, em parceria com a Escola de Narração Oral Itinerante Clara Haddad. Partidas e Chegadas via Ateneu
● Exposição dos sacos com histórias
● Espaço aberto para novos talentos e interessados na narração oral mediante inscrição, os designados «Contos Vadios»
● Feira do Livro com espaço para artesanato urbano
● Exposições
O circuito de contos para testar os públicos que percorreu vários espaços do Porto foi um sucesso. Acreditamos que a narração precisa de novos estímulos e entendemos que todas as pessoas podem ter acesso a esta arte ancestral, e espalhá-la pelo mundo, em vozes de todas as idades.
Equipa do Festival:
Escola de Narração Oral Itinerante by Clara Haddad
Direção e produção do Festival| Clara Haddad
Colaboradores| Sofia Freitas, Susana Correia, João Sá, Aida Suaréz
Consultora de Comunicação| Carla Marques
Comunicação Visual| What Design- Silvia Teixeira
Logomarca | Álvaro Lemos
Audiovisual: José Pires, Nuno Fangueiro e Pedro Ferreira
Parcerias: Ateneu Comercial do Porto, FNAC, Caves Taylors, Livraria Salta Folhinhas ,What Design, Entremeioslusos, Tecto do Mundo - NTDM-Specialized Tourism, Conception.pt, pensão A Favorita, Cuckoo, Kalandraka ,Trinta Por Uma Linha, Paleta de Letras.
Apoio ao Circuito de Contos: Terra na Boca, Quintal Bioshop, Maus Hábitos, Galerias de Paris, Pinguim, Contagiarte, Duas de Letras, Casa da Beira Alta, Casa da Madeira, Cadeira de Van Gough, Dar à Sola- Associação Cultural.
É do borogodó: a lâmina
Perdeste-me no teu descaso. Ontem rondava a minha porta para mais tarde fugir pela janela. Eu, que sou lânguida ao calor, também me forjo em lâmina. Hoje corta, fere e mata, já não estende a memória de lembranças tuas. Não ouses ainda, com teu orgulho barato de déspota, dizer que sou vítima da inveja, da vingança, da dor negra dos ciúmes que apunhalavam as costas das fiéis meretrizes. Não se trata de um apelo para que retornes. É sim um vómito que manifesta a cura. Curei-me de ti e já enxergo com clareza a tua covardia.
Penélope Martins
Letras na Avenida: tanto para ler... e não só!
PROGRAMA DO DIA
25/07/2013
CONTOS PARA A INFÂNCIA DE GUERRA JUNQUEIRO
Auditório
25/07/2013 - 14:30 às 15:30
A NOSSA VIDA PODIA DAR UM FILME - Filme de animação
Edifício AXA/ Auditório
25/07/2013 - 16:00 às 16:30
Café Filosófico
Auditório
25/07/2013 - 17:00 às 18:00
Apresentação do livro “Fora da Lei” de António Pedro Ribeiro; e-editora
Auditório
25/07/2013 - 18:30 às 19:30
"Fados"
Esplanada
25/07/2013 - 20:30
Exibição de “Juntos”
Esplanada
25/07/2013 - 21:00 às 22:30
Lançamento do livro “ A Cerca dos Malmequeres”, de Eugenia Martins, Ed. Mosaico das Palavras.
Auditório
25/07/2013 - 21:30 às 22:30
a-ver-livros: literodúvida e Aline Jansma
Por que se arrumam
os livros
em pé
apertados nas estantes
irrespiráveis
quando querem areia e maresia
e o que sobra de creme
nas mãos e açúcar
das bolas de berlim?
os livros
em pé
apertados nas estantes
irrespiráveis
quando querem areia e maresia
e o que sobra de creme
nas mãos e açúcar
das bolas de berlim?
![]() |
* para saber mais sobre a holandesa Aline Jansma siga o link www.artacasa.nl/artists/Jansma_Aline |
quarta-feira, 24 de julho de 2013
Joaquim Pessoa: «Tu Ensinaste-me a Fazer uma Casa»
Tu Ensinaste-me a Fazer uma Casa
Tu ensinaste-me a fazer uma casa:
com as mãos e os beijos.
Eu morei em ti e em ti meus versos procuraram
voz e abrigo.
E em ti guardei meu fogo e meu desejo. Construí
a minha casa.
Porém não sei já das tuas mãos. Os teus lábios perderam-se
entre palavras duras e precisas
que tornaram a tua boca fria
e a minha boca triste como um cemitério de beijos.
Mas recordo a sede unindo as nossas bocas
mordendo o fruto das manhãs proibidas
quando as nossas mãos surgiam por detrás de tudo
para saudar o vento.
E vejo teu corpo perfumando a erva
e os teus cabelos soltando revoadas de pássaros
que agora se recolhem, quando a noite se move,
nesta casa de versos onde guardo o teu nome.
*Joaquim Pessoa, in Os Olhos de Isa - Ed. Litexa
com as mãos e os beijos.
Eu morei em ti e em ti meus versos procuraram
voz e abrigo.
E em ti guardei meu fogo e meu desejo. Construí
a minha casa.
Porém não sei já das tuas mãos. Os teus lábios perderam-se
entre palavras duras e precisas
que tornaram a tua boca fria
e a minha boca triste como um cemitério de beijos.
Mas recordo a sede unindo as nossas bocas
mordendo o fruto das manhãs proibidas
quando as nossas mãos surgiam por detrás de tudo
para saudar o vento.
E vejo teu corpo perfumando a erva
e os teus cabelos soltando revoadas de pássaros
que agora se recolhem, quando a noite se move,
nesta casa de versos onde guardo o teu nome.
*Joaquim Pessoa, in Os Olhos de Isa - Ed. Litexa
Letras na Avenida: ainda vai a tempo?
PROGRAMA DO DIA
24/07/2013
A BRUXA ARREGANHADENTES
Auditório
24/07/2013 - 14:30 às 15:30
ANDA AQUI BRUXEDO - Filme de animação
Edifício AXA/ Auditório
24/07/2013 - 16:00 às 16:30
Apresentação dos livros "Beladona", "Um punhado de terra", "Recitativo dos livros do deserto" e "Os três desejos de Octavio C.", de Pedro Eiras, com a presença e intervenção do autor
Auditório
24/07/2013 - 17:00 às 18:00
"TerraCota"
Esplanada
24/07/2013 - 18:30
Conferência “A Escola Portuense”, por Pinharanda Gomes
Auditório
24/07/2013 - 18:30 às 19:00
Apresentação do livro “Estudos e testemunhos sobre a obra e o pensamento de Pinharanda Gomes”
Auditório
24/07/2013 - 19:10
“Quartas Mal-ditas”, performance poética
Auditório
24/07/2013 - 21:00 às 22:00
Concerto dos “Botequim Fantasma”
Esplanada
24/07/2013 - 22:00 às 23:00
a-ver-livros: sétima onda e Peggi Kroll-Roberts
Entranham-se os dedos
na areia molhada
garimpeiros
de memórias à beira
nós
Entrelaçam-se os respirares
ao ritmo dos parágrafos
e das ondas
Na sétima seremos
grandes
e morreremos
na areia molhada
garimpeiros
de memórias à beira
nós
Entrelaçam-se os respirares
ao ritmo dos parágrafos
e das ondas
Na sétima seremos
grandes
e morreremos
![]() |
* para conhecer mais sobre a pintora Peggi Kroll-Roberts siga o link www.krollroberts.com |
terça-feira, 23 de julho de 2013
Joaquim Pessoa: «Estou Mais Perto de Ti porque Te Amo»
Estou Mais Perto de Ti porque Te Amo
Estou mais perto de ti porque te amo.
Os meus beijos nascem já na tua boca.
Não poderei escrever teu nome com palavras.
Tu estás em toda a parte e enlouqueces-me.
Canto os teus olhos mas não sei do teu rosto.
Quero a tua boca aberta em minha boca.
E amo-te como se nunca te tivesse amado
porque tu estás em mim mas ausente de mim.
Nesta noite sei apenas dos teus gestos
e procuro o teu corpo para além dos meus dedos.
Trago as mãos distantes do teu peito.
Sim, tu estás em toda a parte. Em toda a parte.
Tão por dentro de mim. Tão ausente de mim.
E eu estou perto de ti porque te amo.
*Joaquim Pessoa, in Os Olhos de Isa - Ed. Litexa
Os meus beijos nascem já na tua boca.
Não poderei escrever teu nome com palavras.
Tu estás em toda a parte e enlouqueces-me.
Canto os teus olhos mas não sei do teu rosto.
Quero a tua boca aberta em minha boca.
E amo-te como se nunca te tivesse amado
porque tu estás em mim mas ausente de mim.
Nesta noite sei apenas dos teus gestos
e procuro o teu corpo para além dos meus dedos.
Trago as mãos distantes do teu peito.
Sim, tu estás em toda a parte. Em toda a parte.
Tão por dentro de mim. Tão ausente de mim.
E eu estou perto de ti porque te amo.
*Joaquim Pessoa, in Os Olhos de Isa - Ed. Litexa
É do borogodó: os tolos são
os tolos, do lado de cá do Atlântico, por Penélope Martins
Os tolos são voláteis,
aquarelam cartas de amor, tamborilam lembranças banais
tecem futuros perfeitos.
Os tolos são pobres coitados,
imploram mais uma palavra, rogam um abraço
suplicam outro beijo. Os tolos não sabem dizer adeus.
Alienados, desajustados, sofredores
Os tolos sofrem e riem, sofrem e riem… Choram
embocaduras.
Os tolos não tem saída. Miúdas esperanças
desintegram espaços,
trocam-se lençóis para pousar fresca fronha de lavanda.
Tolos afrontam delicada tolice.
~*~
~*~
os tolos, do lado de lá do Oceano, por Alexandre Honrado
Os tolos são sublimes.
Lêem as cartas do despudor de outros
Tolos. Mesmo quando são analfabetos.
Rodopiam nos seus momentos descansados.
Sentados sobre a boca das palavras
Impedidas que usam como futuro impensado.
Os tolos são sóis adiados.
Mendigos do beijo que viram passar.
Os loucos são súplicas a voar.
Devia haver um tolo em cada cabeça e em
Cada cabeça um turbante fulvo
E em cada turbante fulvo um correr de rio
Sem espaço.
Não interessa o espaço,
Mas aqueles que ficam no abraço.
Os tolos ficam.
Nos nós.
Os tolos são.
Somos.
Nós.
Sós.
http://azeiteealecrim.wordpress.com/2012/12/03/ostolos/
(sendo que o cá é lá e o lá é cá)
Os tolos são voláteis,
aquarelam cartas de amor, tamborilam lembranças banais
tecem futuros perfeitos.
Os tolos são pobres coitados,
imploram mais uma palavra, rogam um abraço
suplicam outro beijo. Os tolos não sabem dizer adeus.
Alienados, desajustados, sofredores
Os tolos sofrem e riem, sofrem e riem… Choram
embocaduras.
Os tolos não tem saída. Miúdas esperanças
desintegram espaços,
trocam-se lençóis para pousar fresca fronha de lavanda.
Tolos afrontam delicada tolice.
~*~
![]() |
um quadro de Mike Dringenberg |
os tolos, do lado de lá do Oceano, por Alexandre Honrado
Os tolos são sublimes.
Lêem as cartas do despudor de outros
Tolos. Mesmo quando são analfabetos.
Rodopiam nos seus momentos descansados.
Sentados sobre a boca das palavras
Impedidas que usam como futuro impensado.
Os tolos são sóis adiados.
Mendigos do beijo que viram passar.
Os loucos são súplicas a voar.
Devia haver um tolo em cada cabeça e em
Cada cabeça um turbante fulvo
E em cada turbante fulvo um correr de rio
Sem espaço.
Não interessa o espaço,
Mas aqueles que ficam no abraço.
Os tolos ficam.
Nos nós.
Os tolos são.
Somos.
Nós.
Sós.
http://azeiteealecrim.wordpress.com/2012/12/03/ostolos/
(sendo que o cá é lá e o lá é cá)
Letras na Avenida: hoje a programação chega tarde... mas ainda a tempo de muitas visitas!
PROGRAMA DO DIA
23/07/2013
HISTÓRIA DA DONA UVA
Auditório
23/07/2013 - 14:30 às 15:00
VISITA GUIADA A EDIFÍCIO DA AVª ALIADOS
Auditório
23/07/2013 - 14:30 às 15:00
“Noveloteca”, com Ana Madureira
Auditório
23/07/2013 - 15:30 às 18:30
CORAÇÕES DE PANO - Filme de animação
Edifício AXA/ Auditório
23/07/2013 - 16:00 às 16:30
“Contos em Conta”, leituras por Rui Manuel Amaral
Auditório
23/07/2013 - 21:00 às 22:00
“Ler é um Zoo”
Esplanada
23/07/2013 - 21:00 às 22:00
a-ver-livros: o mar e Michele Righetti
Aquela palavra
entrou-me para a vista
irritante de doce e amarga
Assim nasceram os mares
que banham a minha costa
entrou-me para a vista
irritante de doce e amarga
Assim nasceram os mares
que banham a minha costa
![]() | |
`para saber mais sobre o pintor italiano Michele Righetti, que vive actualmente em Singapura, siga o link righettiart.tumblr.com |
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Livros que deram filme... «Um Homem Singular» de Christopher Isherwood
Celebrado como a obra-prima de Christopher Isherwood, Um Homem Singular conta a história de George Falconer, um professor de inglês de meia-idade destroçado pela morte súbita do amante de longa data. Numa Califórnia suburbana dos anos 1960, George Falconer tenta reaprender a viver, cumprindo os gestos diários e os ritos sociais. E observa-se com o distanciamento de um estranho e com a premência de encontrar em si alguma coisa reconhecível do seu passado. Com uma clarividência e humor extraordinários, Christopher Isherwood mostra a determinação de George em continuar a viver (e não morrer de saudade de Jim), evocando os prazeres inesperados que a vida apesar de tudo reserva, e a capacidade que temos de superar a perda e a alienação. Um Homem Singular foi recente adaptado ao cinema, no filme homónimo de Tom Ford.
“Serenamente irónico.”
Expresso
“O trabalho de um virtuoso.”
The Sunday Times
“A melhor prosa escrita em inglês.”
Gore Vidal
Quanto ao filme, marca a estreia do estilista Tom Ford como realizador. No elenco estão Colin Firth e Jullianne Moore nos principais papéis. O filme de 2010 fez com que Firth tivesse a sua primeira nomeação para o Oscar, na categoria de melhor actor.
Joaquim Pessoa: «Canção da Minha Tristeza»
Canção da Minha Tristeza
Meu coração não está nas largas avenidas
nem repousa à tarde, para lá do rio.
Nada acontece. Nada. Nem, ao menos, tu
virás despentear os meus cabelos.
Nem, ao menos, tu, neste tempo de angústia
vens dizer o meu nome ou cobrir-me de beijos.
Ah, meu coração não está nas largas avenidas
nem repousa à tarde, para lá do rio.
A cidade enlouquece os meus olhos de pássaro.
Eu recuso as palavras. Sei o nome da chuva.
Quero amar-te, sim. Mas tu hoje não voltas.
Tu não virás, nunca mais, ó minha amiga.
Nada acontece. Nada. E eu procuro-te
por dentro da noite, com mãos de surpresa.
Meu coração não está nas largas avenidas
nem repousa à tarde, para lá do rio.
E tu, longe, longe. Onde estás meu amor,
que não vens despentear os meus cabelos?
Eu quero amar-te. Mas tu hoje não voltas.
Tu não virás, nunca mais, ó minha amiga.
*Joaquim Pessoa, in Canções de Ex-Cravo e Malviver
nem repousa à tarde, para lá do rio.
Nada acontece. Nada. Nem, ao menos, tu
virás despentear os meus cabelos.
Nem, ao menos, tu, neste tempo de angústia
vens dizer o meu nome ou cobrir-me de beijos.
Ah, meu coração não está nas largas avenidas
nem repousa à tarde, para lá do rio.
A cidade enlouquece os meus olhos de pássaro.
Eu recuso as palavras. Sei o nome da chuva.
Quero amar-te, sim. Mas tu hoje não voltas.
Tu não virás, nunca mais, ó minha amiga.
Nada acontece. Nada. E eu procuro-te
por dentro da noite, com mãos de surpresa.
Meu coração não está nas largas avenidas
nem repousa à tarde, para lá do rio.
E tu, longe, longe. Onde estás meu amor,
que não vens despentear os meus cabelos?
Eu quero amar-te. Mas tu hoje não voltas.
Tu não virás, nunca mais, ó minha amiga.
*Joaquim Pessoa, in Canções de Ex-Cravo e Malviver
Letras na Avenida: assim começa mais uma semana!
PROGRAMA DO DIA
22/07/2013
ERA UMA VEZ UM INFANTE…
Auditório
22/07/2013 - 14:30 às 15:30
“Contos em Conta”
Auditório
22/07/2013 - 21:00 às 22:00
Poesia de Choque
Esplanada
22/07/2013 - 21:00 às 22:00
a-ver-livros: tudo o que és e Marianna Sztyma
És a minha sombra preferida
és o curso de água
mais límpido
e a árvore mais perfeita
és a canção que recordo
quando a memória trauteia
o doce equilíbrio
das minhas horas entre mim
e os astros
és o espanto
e os cavalos selvagens
a entrega e o afago
és tudo o que és
e és o que sou em ti
és o curso de água
mais límpido
e a árvore mais perfeita
és a canção que recordo
quando a memória trauteia
o doce equilíbrio
das minhas horas entre mim
e os astros
és o espanto
e os cavalos selvagens
a entrega e o afago
és tudo o que és
e és o que sou em ti
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* para conhecer mais da pintura da polaca Marianna Sztyma siga os links www.marianna-sztyma.art.pl e marianna-sztyma.blogspot.pt |
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