sábado, 10 de julho de 2010

Lista de livros para vender

Uma amiga minha, deste blogue e do grupo do facebook pediu-me para divulgar uma lista de livros que ela tem repetidos e pretende vender. Posso garantir-vos que vale a pena, já lhe comprei alguns e reduzi-lhe a lista.

Aos interessados basta contactar-me e eu explicarei a melhor forma de vos chegar o livro.

Obrigado.


1.Os irmãos Karamazov – Dostoievsky - colecção “Estudios Cor” – 2 volumes - 10,00
2.Les Fleurs du mal – Baudelaire – Clássicos Larousse - 5,00
3.Sol absolu et autres textes” – Lorand Gaspar – Gallimard - 2,50
4.LLiasons Intérieures – Didier Pobel – Prix Kolwaski 1990 – Cheyne Éditeur - 2,50
5.Voix, vêtements saccages – Jacques Izoard – Grasset - 2,50
6.A Ilíada – Homero – Europa/América - 3,00
7.O sonho – Emile Zola - Europa/América - 2,50
8.Pain de Seigle – Poèmes – Jules Gille – La Maison du poète - 2,50
9.À la Vieille Parque – Jude Stéfan - Gallimard - 2,50
10.Praga, a revolução estrangulada – Michel solomon – Bertrand - 5,00
11.A Náusea de Jean Paul Sartre – Europa-América - 5,00
12.Os versículos Satânicos- Salman Rushdie - novo - 5,00
13.O Quase fim do Mundo – Pepetela – novo -10,00
14.O último Negreiro – Miguel Real – novo - 15,00
15.O símbolo Perdido – Dan Brown – novo - 10,00
16.O Hussardo – Arturo Perez-Reverte – novo - 10,00
17.Aparição – Virgílio Ferreira – Bertrand - 5,00
18.Fúria divina - José Rodrigues dos Santos – Gradiva – novo - 10,00
19.O Ovário de Eva – Clara Pinto Correia – Relógio – novo - 10,00
20.Para Uma voz Só – Susanna Tamaro – Presença – novo - 7,50
21.Os sequestrados de Altona – J. Paul Sartre - 2,50
22.O Príncipe – Maquiavel - 2,50
23.O Clã de Novembrino – 3 volumes – Henrique Abranches - 100.00
24.Enciclopédia da música em Portugal no século XX – 4 volumes - 150,00

Mão direita do Diabo, Dennis McShade

Dennis McShade não é um autor estrangeiro. Dennis McShade é Dinis Machado, nascido em Lisboa no ano de 1930.

Quando li 'mão direita do Diabo', li o primeiro policial escrito por um português. E que bem que me soube! Peter Maynard é um detective que investiga o paradeiro de um grupo de amigos que violou a filha do seu cliente. Um a um, vai riscando a vida dos criminosos até descobrir o surpreendente último suspeito.


Quanto à citação que retiro, fica esta para vos pôr a pensar um pouco:

"Não há nada que possa esclarecer essa imensa confusão que há dentro de ti e na qual te deitas para morrer todos os dias, envolvido na volúpia de seres vítima de ti próprio, masoquista desactualizado. E ressuscitas outra vez viril, bebendo leite por causa da úlcera que tens, afinal, de trazer contigo toda a vida. Se não tivesses estômago, trazias a úlcera num olho, ou num dedo do pé, ou num dos teus belos compartimentos secretos da intransmissível personalidade. Meu filho, é aí que a tens, passas por ela a pomada dos livros que lês, mas a receita muitas vezes está errada, tu já sabes que não há doenças, há doentes, que és tu mesmo, que talvez te fizesse fugir de ti a sete pés, se soubesses o que era."

O dia em que a barriga rebentou, José Fanha

'O dia em que a barriga rebentou' é um livro de histórias para os mais pequeninos. Escrito por José Fanha, pretende ensinar aos mais novos o que deve ser uma alimentação equilibrada, o que nos faz bem e mal e os hábitos que devemos seguir.

José Fanha é um conhecido autor de livros para crianças. Mas é também um personagem engraçado que usa suspensórios, bigode farfalhudo e um cabelo relativamente comprido no meio da sua careca. Além disso, é um excelente contador de histórias.

O meu conselho para crianças que façam birra na hora da refeição: o livro!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Mais e melhor blogue, família alargada

Caros amigos leitores,

É com grande satisfação que vejo este projecto crescer. O blogue que criei vai ter mais uma pessoa a escrever. Alguém que, a meu ver, é um excelente reforço e que trará muita qualidade aos textos que publicar neste espaço.

Constança Barras Romana é amiga dos tempos de faculdade em Coimbra e, para grande alegria minha, aceitou o convite para analisar o livro que estamos a ler em Junho / Julho (e que ela tão bem soube escolher). Mas este é o seu primeiro contributo naquilo que creio vir a ser uma participação mais alargada de uma apaixonada por livros, autores, literatura...

A Constança é a primeira pessoa que convido para este espaço e para o grupo do facebook onde se discute esta página e livros em forum (o grupo 'livreiro no facebook'). Espero, com satisfação, fazer crescer ainda mais este grupo e os leitores deste blogue.

Participem! Tragam sugestões, escrevam e leiam!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Fenómeno Meyer

Qual é a fórmula certa para se venderam cerca de 100 milhões de cópias em todo o mundo? Reza a crónica que Stephenie Meyer teve um sonho onde via um vampiro tentado pelo sangue de uma jovem humana. Mas que teimava em não revelar as suas origens.

Simples? Sou livreiro há três anos e nunca vi tanto livro vendido. Sempre que vem um novo filme, aparece um punhado de novos leitores. Obviamente que o cinema e os actores escolhidos trazem muito público. Mas não explicam, por si só, o fenómeno.

Já bem antes do primeiro filme da saga Crepúsculo, dezenas de jovens compravam os livros publicados em Portugal. A ansiedade era tão grande, que muitos optavam por encomendar ao estrangeiro.


Nunca li nada de Stephenie Meyer, mas sei que o que verdadeiramente prende o público é o romance entre as principais personagens. Mais do que falar de vampiros, lobisomens e do mundo fantástico; o grande segredo do sucesso está à volta destes dois. A mim faz lembrar a velha fórmula dos contos de fadas, onde o que importa é a relação dos mundos opostos. Parece uma equação química: Vampiro / Humana, Homem / Sereia, Bela / Monstro. Trata-se, no fundo, de fazer apaixonar dois pólos antagónicos, aproximar o real do imaginário.


Olhando para os resultados práticos da questão: é bom que os portugueses leiam. Tento ter cuidado a analisar e criticar fenómenos. Prefiro arriscar compreendê-los. A 'febre Meyer' é diferente e tem todos os ingredientes para cozinhar a mais apurada poção mágica. Cativa os jovens e o público feminino. Passa de filha para mãe, da mãe para o pai. Chega ao cinema, voltam os livros ao top. É a receita de 'long selling', conceito que obriga todas as livrarias a acompanhar os stocks dos títulos. Ninguém quer perder a corrida e ficar para trás.

Hoje em dia quem nos visita e não vê estes livros, depara-se com uma imagem que não é normal. Mérito para a autora e para a sua saga. Bom ou mau, não me compete avaliar. Prefiro pensar que muitos dos jovens que me levam os seus livros vão ser bons leitores e interessar-se pelo belíssimo prazer que é ler. Num país onde se lê pouco, haja vampiros e outros para trazer gente às livrarias. Espaços onde as pessoas podiam e deviam perder mais tempo.

Já agora, elogio o trabalho da editora Gailivro. Têm sido extraordinários no mundo do fantástico, mas também no apoio escolar, manuais escolares, autores portugueses de livros infantis como António Mota, José Fanha, e na promoção de jovens talentos nacionais. Deixo, também, o seu mais recente conceito: o primeiro podcast de uma editora portuguesa. Visitem aqui.

terça-feira, 6 de julho de 2010

In memoriam

As crianças para quem tanto escreveu... Matilde Rosa Araújo morreu hoje aos 89 anos. Deixa para trás uma vasta obra que todos devem conhecer. Pequenos e graúdos!


(imagem: livro 'o palhaço verde', uma das obras mais conhecidas da autora)

Lawrence da Arábia - A Miragem de Uma Guerra do Deserto, Adrian Greaves

As edições 70 (chancela da Almedina) acaba de lançar no mercado a biografia de Lawrence da Arábia.


Sempre que penso em Lawrence, esse grande aventureiro do exército britânico pelas terras de África, vem-me à imagem o papel do irlandês Peter O'Toole, lutando com os Árabes pela libertação dos Turcos.

"Lawrence é uma das personagens mais enigmáticas da história da Grã-Bretanha. Aquando da eclosão da Primeira Guerra Mundial, não possuía qualquer instrução militar. Contudo, teve êxito onde todos os outros tinham fracassado: uniu a nação árabe e conduziu-a à vitória contra o Exército turco.

Os historiadores continuam a confessar-se perplexos em relação ao modo como Lawrence da Arábia realizou os seus feitos incríveis, embora os mitos tenham sido exagerados pelas inverdades que o próprio propagou. Ao contrário do que afirmou, nunca foi capturado nem torturado pelos Turcos, e também não foi o primeiro a dinamitar comboios turcos. No entanto, a verdade é tão ou mais fascinante do que a ficção.

Lawrence da Arábia foi muito mais implacável do que se retratou, e combateu de forma tão bárbara como os seus inimigos."

Fernando Pessoa, autopsicografia

O Poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
esse comboio de corda
que se chama o coração.