terça-feira, 25 de outubro de 2016

sorrindo


desconheço as fronteiras
que cruzaste para agora
circundares esta praça
o sol posto sobre
os teus cabelos
como se sorrindo
por entre a quietude
dos prados ao entardecer
resta-me o sonho
a ervas doces
sob o céu dos teus olhos.


Helder Magalhães


Paulina Siwiec Fotografia

menina mal amada, por Cora Coralina


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"(...)
Menina atrasada da escola da mestra Silvina...

(...)

Vamos ver, agora, como faz a Coralina...
Nesse tempo, já não era inzoneira. Recebi denominação maior, alto lá! Francesa.
Passei a ser detraquê, devo dizer, isto na família.
A família limitava, Jamais um pequeno estímulo.

(...)

Fui menina chorona, enjoada, moleirona.
Depois inzoneira, malina.
Depois, exibida. Detraquê.
Até em francês eu fui marcada.
Sim, que aquela gente do passado,
tinha sempre à mão o seu francês. "


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* Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Nascida em Goiás, aos 20 de agosto de 1889, morreu em 1985, depois de somar os anos como doceira e escritora rica em motivos cotidianos. Alheia aos modismos literários, Cora atingiu o máximo da liberdade sendo ela mesma na sua obra.

** eu sou Penélope Martins, mulher, escritora, mãe, naradora de histórias. Escrevo do Brasil para o Clube de Leitores com aromas e doçuras do meu país castigado por mazelas, mas ainda rico em borogodó!