quinta-feira, 26 de maio de 2016

Primeiro parágrafo: «A confissão do Navegador», de Duarte Nuno Braga

P.V.P.: 15.90
Data de Edição: 2016
Nº de Páginas: 256
Editora: Editorial Presença
 
Há cartas que nunca deveriam ser encontradas, sobretudo quando rasgam a vida de um homem, a história de um povo, ou a glória de uma nação.

Naquele chuvoso 9 de março, em Vale do Paraíso, Duarte sentiu que se lhe acelerava o coração. Uma convocatória assinada pela mão do rei para uma missão secreta e uma reunião com Cristóvão Colombo eram acontecimentos suficientes para justificar o frenesim cardíaco.

Desceu do cavalo e dirigiu-se ao guarda com altivez, exibindo o selo real da missiva.

*para ler mais sobre o livro e o autor, siga o link para a entrevista que Rodrigo Ferrão fez para a plataforma Excelência Portugal - http://excelenciapt.com/site/?p=6253

O peixe que sorria, Jimmy Liao

 
Este é o segundo livro que leio de Jimmy Liao, publicado em Portugal pela Kalandraka. Uma história simples, aguarelas profundamente marcantes, num azul sem fim.
 
Um homem olha para uma montra de uma loja de animais de estimação, vários peixes desfilam. Mas há um que lhe sorri e se destaca. Ele decide levá-lo para casa.
 
O peixe transforma-se na sua maior companhia, ambos combatem a solidão um do outro. Mas o homem percebe, certo dia, que o peixe deve ser libertado no mar.
 
"Com doçura, beijei o meu peixe". E assim se separam, e assim o peixe passa a viver a sua solidão no oceano, com o seu antigo dono no pensamento.
 
Passem numa livraria, contem esta história a uma criança. Procurem transmitir todas as suas significâncias. Vale a pena!
 

terça-feira, 24 de maio de 2016

bulício


o acidente na fragilidade de sermos
teremos tudo entre os destroços
uma casa de horizontes edificada
a assoalhada do teu nome
o silêncio rente à cama por fazer
embate em mim a tarde
dos lençóis na tua pele
à janela a rebentação a parede
da falésia sobre o mar
nu o coral do teu sorriso
aos ramos da laranjeira
às traseiras pela sombra do quintal
um baloiço poder ver-te ir e vir
em gomos no bulício íntimo do sol.


Helder Magalhães



Leanne Surfleet Photography

é do borogodó!

Hilda nasceu no interior de São Paulo, na cidade de Jaú, em 21 de abril de 1930. 




A menina foi criada filha única de um casamento desfeito, tendo o pai adoentado por esquizofrenia, vivendo longos períodos em sanatórios. 

A mãe da menina queria que ela se dedicasse ao ballet, mas suas expectativas foram frustradas pelo desempenho urgentemente instalado na filha: a poesia.

Em 1952, concluiu o curso de Direito em 1952. Em 1959, publicou o livro de poesia "Roteiro do silêncio". Em 1966, mudou-se para a Casa do Sol. Em 1968, por imposição da mãe, internada no mesmo sanatório onde estivera seu pai, Hilda se casa com Dante Cesarini.

Hilda foi uma ruptura no centro de si mesma. Muitos de nós, leitores, nos limitamos a gigantesca poesia que ela produziu sem se dar conta da dor que a acompanhou desde muito cedo...

Por vezes a genialidade de um autor faz com que nos afastemos do que demasiadamente humano.

Por Hilda e por nós todos, gente que sofre e sente medo, deixo aqui um aceno com poesia que desenha a vida, dia a dia.




Eu sou Penélope Martins, toda semana presente aqui no Blog Clube de Leitores com a ponte, Brasil-Portugal, 'É do Borogodó!'.