sábado, 14 de julho de 2012

Poema à noitinha... Miguel Torga - Não passarão

Não passarão 

«Não desesperes, Mãe!
O último triunfo é interdito
Aos heróis que o não são.
Lembra-te do teu grito:
Não passarão!

Não passarão!
Só mesmo se parasse o coração
Que te bate no peito.
Só mesmo se pudesse haver sentido
Entre o sangue vertido
E o sonho desfeito.

Só mesmo se a raiz bebesse em lodo
De traição e crime.
Só mesmo se não fosse o mundo todo
Que na tua tragédia se redime.

Não passarão!
Arde a seara, mas dum simples grão
Nasce o trigal de novo.
Morrem filhos e filhas da nação,
Não morre um povo!

Não passarão!
Seja qual for a fúria da agressão,
As forças que te querem jugular
Não poderão passar
Sobre a dor infinita desse não
Que a terra inteira ouviu
E repetiu:
Não passarão!»

De boas intenções está o blogue cheio... do Max Aub também, neste dias que correm


"De boas intenções, está o inferno cheio". (Ditado popular)

«As Boas Intenções» é um livro de Max Aub traduzido por Alberto Simões em 2010. Publicado em Portugal pela Ulisseia, agora do grupo Babel.

Esta é a primeira edição não censurada em todo o Mundo. Parece-me do interesse do público saber que só este livro e os Crimes Exemplares é que se encontram à venda nas chamadas "livrarias modernas". Os outros de Max Aub, podem ser encontrados pela Wook ou pela Book Depository.


"Deliciosa comédia de maneiras que relata a realidade da vida burguesa no intervalo entre as duas guerras mundiais, uma realidade que Aub sempre considerou culpada pelos males que iriam afectar a Espanha nos anos seguintes."

O livro “As boas intenções”, do escritor espanhol Max Aub, ilustra de forma brilhante como medidas repletas de bons sentimentos podem acarretar efeitos catastróficos, inclusive na vida daqueles que tais acções mais visavam a ajudar. Trata-se da história de Agustín Alfaro, “o que normalmente se chama um bom rapaz”, nas palavras do autor. O livro retrata uma série de acontecimentos trágicos que vão ocorrendo à medida que Agustín tenta proteger sua mãe do sofrimento.

Tudo começa quando surge na casa da família uma moça chamada Remedios, que alega ser mãe de um filho de Agustín. O problema é que o rebento não era de Agustín, e sim de seu pai, que usara o nome do filho com a amante. No afã de poupar sua querida mãe de tamanho sofrimento, uma vez que ela considerava o marido um homem exemplar, Agustín acaba por aceitar a farsa. O que se segue é uma verdadeira comédia de enganos que, naturalmente, acaba por desgraçar ainda mais a vida de sua mãe, sem falar das demais envolvidas, começando pelo próprio Agustín.

A história de um homem que entre traições, amores e desamores, acaba por nos relatar a passagem dos tempos da República Espanhola à Guerra Civil... como se ele próprio já não tivesse tantos problemas.

A-ver-tenda... em forma de livro!

O site «boutique homes» tem uma parte muito interessante dedicada a tendas com design. O lema deles é simples (trocado por miúdos): passar tempo de qualidade ao ar livre é uma das coisas que mais gostamos de fazer. E porque não fazê-lo em grande estilo?


Aqui fica um exemplo: uma tenda em forma de livro! O sonho de qualquer amante de leitura... Quem me oferece uma?



Há para muitos gostos e estilos... O melhor é eu deixar a morada para se deliciarem com o trabalho criativo que podem encontrar: http://www.boutique-homes.com/dispatches/cool-tents-for-chic-camping-vacations/

*agradeço à Alexandra Ribeiro pela partilha.

a-ver-livros: dia santo com Charlie Terrell

Diz que é sábado e que foi à missa.
Divertia-a ver a cara das beatas quando chegava, siamesa, livro sagrado na mão, sensual como Madalena.
...
E conseguia adivinhar o sexo do sacristão a entumescer sob a batina quando murmurava o 'Salve, Regina': "Ad te suspiramus gementes..."
Já ninguém fala latim, pois não?


* para conhecer melhor o perfil e a obra do artista digital norte-americano Charlie Terrell é seguir o link charlieterrell.com  e, já agora, também este outro.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Poema à noitinha... Já velho e doente


Já Velho e Doente, de Vitorino Nemésio

Seja a terra da Terceira
A minha coberta de alma»,
Disse eu na idade fagueira,
Em que tudo é força e calma.

Mas hoje, já velho e doente,
Em que as almas não se cobrem,
Hoje sim, peço seriamente
Que os sinos por mim lá dobrem.

Até já me aconselharam
Um quarto lá no Hospital,
Tanto caipora me acharam,
Escaveirado, mal, mal...

Ali visitas teria
Por obra de misericórdia,
Embora comida fria,
Alguma vez, que mixórdia!

Mas sempre era doce ao peito
Ir acabar os meus dias
Na Praia, de qualquer jeito,
Perto da casa das tias.

Tive o exemplo resignado
Que me deu a prima Alzira
Num lençolinho lavado
Com rendas limpas na vira.

Ali matámos saudades,
Ela alegre e penteadinha,
Mal pensando eu que as idades
Não perdoam. Hoje é a minha.

Também cheguei a pensar
No Asilo, talvez com um biombo.
Sou biqueiro. Mas jantar?
Todos ali, lombo a lombo.

Como outrora o Tintaleis,

Três-Quinze, Manuel de Deus
Eram duas vezes seis,
Lava-Pés, e Pão-por-Deus.

Mas já sei que nem no hotel!
(A família não consente).
Tenho que amargar o fel
Mortal como toda a gente

Morrer num navio, à proa,
Numa aldeia ou num porão,
Provavelmente em Lisboa
Prò Alto de S. João.

Se acaso em Ponta Delgada
Me fosse dado ter fim:
Queria a última morada
Com Antero, em S. Joaquim.

O melhor é não pensar.
É seja onde Deus quiser.
Bem me podem sepultar
Ao pé de minha mulher.


Este sábado a melhor mezinha está no Bairro: Ler é o melhor remédio!


E nós estamos por lá também, consultem o programa e não faltem!

Menos 9 uma forma de contar os Crimes Exemplares

Os crimes exemplares escritos por Max Aub estiveram na base do primeiro trabalho de realização de Rita Nunes. A cineasta dividiu em vários capítulos os vários delitos que resultaram num projecto cinematográfico consistente e assustador de certa forma. As pessoas matam mesmo por motivos fúteis. O trabalho de actores é excelente, mas acima de tudo, gostei da forma como ela foca a sua atenção nos rostos dos seus personagens, que aparentemente parecem pessoas banais, mas afinal estão à beira de um ataque de nervos… que os leva a cometer um assassino.

Aqui fica então, Menos Nove, um filme de Rita Nunes, dividido em seis partes:












Realizador: Rita Nunes

Produtor: Shots - Cinema e Publicidade
Argumento: Rita Nunes
Fotografia: Vitor Estevão
Montagem: Helena Alves
Música: Sérgio Pelágio
Som: José Manuel Gonçalves
Actores Principais: Ivo Canelas, João Grosso, José Airosa, Márcia Breia, Sandra Faleiro
Idioma Original: Português

1º Parágrafo: Águias Brancas sobre a Sérvia


Embora Methuen se hospedasse habitualmente no seu Clube sempre que se encontrava em Londres era raro verem-no no bar ou nas lúgubres salas de fumo. Essa tarde de Junho era uma espécie de excepção – e ele surpreendeu-se a si próprio quando deu consigo a passar pela escadaria de mármore ao lado do cubículo do porteiro e a empurrar os batentes de mola da porta que abria para a sala de estar reservada aos sócios. Ia à procura de companhia congenial, disse para consigo, e acrescentou em surdina, “E não me estou a sentir muito exigente.” Quatro meses nas selvas da Malásia tinham-no deixado faminto da sua própria língua e ficou radiante – sim, radiante – ao avistar o velho Archdale, o rei dos maçadores, num canto da sala. “Você esteve fora uma data de tempo”, disse Archdale fitando-o nebulosamente através do seu monóculo de aro de ouro, e Methuen reanimou-se com a familiar saudação: “Seja bem-vindo de volta à fogueira do acampamento, meu velho.”



* Tradução de Daniel Gonçalves
* Lawrence Durrell nasceu na Índia em 1912 e morreu em França em 1990.
* Entre 1937 e 1938 residiu em Corfu, uma ilha grega no mar Jónico, onde descobriu o mundo mediterrânico, uma das suas principais fontes de inspiração. Durante a II Guerra Mundial trabalhou no Ministério dos negócios estrangeiros. Em 1956 abandonou a carreira diplomática e assentou residência na Provença francesa onde viria a falecer em consequência de uma embolia pulmonar.

a-ver-Aub: uma confissão final com Jean Despujols


“Como é que é possível que me acusem de o ter morto se eu me tinha esquecido de que a pistola estava carregada? Toda a gente sabe que não tenho memória nenhuma. E ainda dizem que a culpa é minha? É o cúmulo, palavra de honra!”

 in "Crimes Exemplares" 
de Max Aub


Esta semana, que foi dedicada a Max Aub, fui encontrar "criminosas exemplares",
que nos fazem confissões olhos nos olhos, livro nas mãos, apanhadas nas telas
'sem querer', ao longo dos tempos.
Hoje, uma leitora retratada por Jean Despujols - e os olhos dela garantem-me que seria capaz de matar.
E tu, serias capaz de matar? Eu creio que seria, confesso-o.

* para conhecer melhor a obra do pintor francês Jean Despujols (1886-1965) é seguir o link. E, para saber da sua biografia é melhor este outro.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Poema à noitinha... em jeito Max Aub

                                 Max Aub fotografado no campo de concentração em Djelfa, na Argélia

Na sequência da República Espanhola e da Guerra Civil, Max Aub acabará por se encontrar no campo de concentração chamdo Djelfa, na Argélia. No período de 25 de Dezembro de 1941 até Julho de 1942. Dali saiu um livro de poemas, Diário de Djelfa, de onde é extraído este poema, que vos apresento em castelhano, já que não existe tradução em português.

CUESTIÓN BIZANTINA


La playa ¿es orilla
de la mar o de la tierra?
Conseja bizantina.
La orilla del bosque
¿es su límite o del llano borde?
¿Qué frontera separa
lo tuyo de lo mío?
¿Quién acota la vida?
¿Vives hoy o mañana?
Raíz, tallo, flor y fruto
¿dónde empiezan y acaban?
El mantillo
¿es orillo
del ramaje muerto,
del renuevo
o del retorcido
helecho nuevo?
Cuestión bizantina.
Importa la orilla,
dormir limpio en ella.
(No somos tú y yo,
sino el hilo impalpable
que va de tu presencia
a la mía.)
Límites y fronteras
se agostarán un día.
Sin orillo ni orilla
¿qué más da de quién sean
los cachones, la arena?
La playa es orilla
de la mar y de la tierra,
nunca frontera:
Nada separa.
Nada se para.
Palabra.

Max Aub (8 de Agosto de 1941)


O Bairro está quase aí... a posologia e administração completa está aqui


Em Julho, Ler é o melhor remédio! 

Clube de Leitores e Errata apresentam, pelas 16 horas na Livraria Unicepe, na Praça Carlos Alberto: “Errata Onde se lê: Matei-a porque me pertencia Deve ler-se: Matei-a porque não me pertencia”

Um dia em cheio, capaz de curar todos os males! Até sábado!

O programa completo pode ser consultado aqui em pdf

1º Parágrafo: O Atalho dos Ninhos de Aranha


Para chegarem ao fundo do beco, os raios de sol têm de descer a prumo, rasando as paredes frias, mantidas de pé à força de arcadas que atravessam a tira de céu azul intenso.




* Tradução de Maria do Carmo Abreu
* “Este romance foi o primeiro que escrevi, quase posso dizer que foi a primeira coisa que escrevi, se exceptuarmos alguns contos. Que impressão me causa retomá-lo agora? Mais do que uma obra minha, leio-o como um livro que tivesse nascido anonimamente do clima geral de uma época, de uma tensão moral, de um gosto literário que era aquele em que a nossa geração se reconhecia depois do final da Segunda Guerra Mundial.” Primeiro parágrafo do prefácio por Italo Calvino em Junho de 1964



in «Em Busca do Carneiro Selvagem», Murakami

Sobre «Em Busca do Carneiro Selvagem», edição Casa das Letras, diz a sinopse:

"Ambientado numa atmosfera japonesa, mas com um pé no noir americano, Murakami tece uma história detectivesca onde a realidade é palpável, dura e fria, e seria a verdade de qualquer um, não fosse um leve pormenor: é uma realidade absolutamente fantástica. Um publicitário divorciado, que tem um caso com uma rapariga de orelhas fascinantes, vê-se envolvido, graças a uma fotografia publicitária, numa trama inesperada: alguém quer que ele encontre um carneiro! Mas não é um carneiro qualquer. É um animal que pode mudar o rumo da história. Um carneiro sobrenatural… Murakami dá a esta estranha história um tom que só um oriental pode imprimir a uma crença, fazendo-a figurar como um facto da realidade. Coloca, de uma forma genial, a fantasia na aridez do mundo real."


E hoje deixo um sublinhado sobre a diferença entre franqueza e verdade...

«Falar com franqueza e dizer a verdade são duas coisas totalmente diferentes. A honestidade está para a verdade como a proa de um barco para a sua popa. A franqueza aparece em primeiro lugar, a verdade vem depois. O intervalo de tempo entre ambas está na proporção directa da envergadura do barco. A verdade, quando aplicada às grandes questões, tarda em aparecer. Acontece, por vezes, que só se manifesta depois da morte.»

a-ver-Aub: os defeitos com Lisa Ahronee Golub


“Matei-o porque era um idiota, porque era mau, estúpido, teimoso, ignorante, atrasado mental, hipócrita, fútil e imbecil, palhaço e jesuíta, à escolha. Uma destas coisas é certa, duas não.”

in "Crimes Exemplares" 
de Max Aub



 Esta semana, dedicada a Max Aub, fui encontrar "criminosas exemplares",
que nos fazem confissões olhos nos olhos, livro nas mãos, apanhadas nas telas
'sem querer', ao longo dos tempos.
Hoje, uma leitora retratada pela pintora Lisa Ahronee Golub - e os olhos dela garantem-me que seria capaz de matar.
E tu, serias capaz de matar?

* para conhecer  melhor Lisa Ahronee Golub é seguir o link  http://lahrgo.com/

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Campo Fechado de Max Aub - Série Labirinto Mágico


"Campo Fechado", é o romance que abre o ciclo de "O Labirinto Mágico", o mais barroco no seu estilo e linguagem, o mais mítico na construção de imagens, o mais caótico nos diálogos, no qual se encerra plasmado um "mundo transbordado". O dia 19 de Julho de 1936, dia do início da Guerra Civil em Barcelona, é publicado durante aqueles meses, justamente a tempo para que um amigo de Aub o leve consigo para o exílio mexicano.

Em 1940 Max Aub é denunciado como comunista – sem sê-lo – e a partir de então passa praticamente três anos em cárceres e campos de concentração franceses, Le Vernet d’Ariège e Djelfa, um terrível campo de trabalhos forçados no norte do Saara argelino. Em nenhum desses lugares, isentos do mais mínimo respeito humano, Max Aub deixará de escrever e de fazer anotações. Graças à ajuda de Gilberto Bosques, então cônsul do México na França, ele pôde finalmente embarcar para o México, onde chegou em Outubro de 1942 e onde viria a morrer em Julho de 1972.

"Campo Fechado" narra a vida de Rafael López Serrador, um jovem castelhano que chega a Barcelona no início da Guerra Civil. Aí encontra um ambiente de efervescência política e uma atmosfera de crispação e maldade bem diferente do ideal adolescente que o levara a abandonar a sua terra. Barcelona é, na altura, um oceano urbano e humano, onde é necessário lutar para sobreviver. Rafael contempla este cenário ruidoso e agressivo, ao mesmo tempo que tenta apaziguar as suas ideias e a sua raiva. Rafael é um ser perdido na imensidão e crueldade do mundo, um animal encurralado que responde cegamente à agressão.

A trama da história vai acabar precisamente no dia a seguir à sublevação militar. Depois de uma luta feroz nas ruas de Barcelona, protagonizada fundamentalmente pelas milícias, que acabam por aguentar sobre domínio republicano aquela cidade. Outra parte de Espanha cai no poder do exército revoltoso eclodindo assim a guerra.

Este clima tenso e as personagens que acabam por passar pelos acontecimentos, como que algo alheadas da realidade mas acabando sempre por se envolver e por estarem presentes um pouco por toda a obra de Max Aub, mesmo para além desta série.

O Epílogo do livro é composto por duas partes: "Noite" e "Morte", onde ele elenca os destinos de pouca sorte, na maioria dos casos, da vasta e rica rede de personagens. Como sempre em Aub, a distinção entre a realidade e a ficção sofre de uma linha ténue que ele próprio assume para quebrar. São casos de outras obras de referência como a biografia de um pintor que nunca existiu, ou a história por detrás das confissões dos "Crimes Exemplares".


O Vale Formoso de Filipa Leal


Esta é mais uma porta que se entreabre para o mundo poético de Filipa Leal. Paulatinamente, com peso e a sua medida, a autora vai-nos dando a dimensão de uma experiência e da sua vivência. Em Vale Formoso fuma-se cigarros, toma-se cafés, foge-se de abelhas, escreve-se poemas e compra-se fruta. Mas também há lugar para a nostalgia e para o prazer de ver alguém entre aquelas árvores, de ouvir um riso que suspenda o abismo. O medo. Suspender o medo como se pudesse, tão-somente, parar um relógio de uma torre. Em Vale Formoso tudo pode acontecer.

Apresentação de "Vale Formoso", publicado pela Deriva Editores, dia 12 de Julho, pelas 22 horas, nas Quintas de Leitura, no Teatro do Campo Alegre no Porto.

A não perder!

e Não se fala MAIS nissO

Ele disse-me que preferia morrer estúpido.
E eu matei-o.



Uma crónica Aubiana.
Raquel Serejo Martins

1º Parágrafo: Obrigada pelo Lume


Na Broadway, à altura da Rua 113, não só se fala num espanhol nasal e contaminado, também se poderia dizer que se pensa, se caminha e se come em espanhol. Letreiros e avisos, que alguns quarteirões antes ainda anunciavam Groceries et Delicatessen, transformam-se aqui em Grosserias y Delicadezas. Os cinemas não anunciam, como os da Rua 42 filmes com Marlon Brando, Kim Novak e Paul Newman, mas apresentam grandes cartazes com as figuras de Pedro Armendáriz, María Félix, Cantinflas ou Carmen Sevilla.


* Tradução do castelhano (Uruguai) de David Machado
* Mario Benedetti (1920-2009), romancista e poeta uruguaio, considerado um dos mais importantes escritores da literatura hispano-americana do século XX.
* Foi comerciante, contabilista, jornalista.
* Com o golpe militar de 1973, voluntariamente exilado, Argentina, Cuba e Espanha, esteve doze anos fora do seu país.

a-ver-Aub: diversão criminosa com os Zahradka


“Nunca matastes ninguém por tédio, porque não sabíeis o que fazer? É divertido.”

  in "Crimes Exemplares" 
de Max Aub



Esta semana, dedicada a Max Aub, fui encontrar "criminosas exemplares",
que nos fazem confissões olhos nos olhos, livro nas mãos, apanhadas nas telas
'sem querer', ao longo dos tempos.
Hoje, uma leitora retratada pelo casal norte-americano Gary e Suzy Zahradka - e os olhos dela garantem-me que seria capaz de matar.
E tu, serias capaz de matar?

* para conhecer  melhor Gary e Suzy Zahradka é seguir o link www.zahradka-art.com