sábado, 30 de abril de 2011

É um Livro, Lane Smith



'Uma história divertida e irónica, sobre os prós e os contras de dois tipos de tecnologias - quase duas formas diferentes de ver o mundo - contada através da interacção de duas personagens inesquecíveis. Recomendado para todas as idades.'

Possivelmente já conheciam este vídeo. O que provavelmente não sabem é que esta história foi traduzida recentemente para português pela Editorial Presença.

Não perca a oportunidade de espreitar. Numa livraria perto de si.

Uma Feira debaixo de chuva



Costuma-se dizer que Feira sem chuva nem é Feira, mas hoje essa máxima foi exponencial à quantidade de chuva e granizo que caiu em Lisboa. Mesmo de pés molhados ainda foram alguns que não desistiram e por lá passaram. Vamos lá esperar por uma melhoria no tempo a ver se o fim-de-semana não fica totalmente perdido. No dia 1 não só é mais um dia de Feira mas também um dia de luta - Dia Internacional dos Trabalhadores. Aqui fica uma sugestão.

Conhece os teus direitos e luta por melhores ;)

• Lei da Parentalidade (Maternidade e Paternidade)
• Regulamento da Protecção na Parentalidade dos Trabalhadores que Exercem Funções Públicas
• Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas
• Regulamento do Código do Trabalho
• Novo Regime Jurídico do Trabalho no Domicílio
• Novo Regime da Arbitragem Obrigatória, Necessária e Serviços Mínimos
• Novo Regime Jurídico das Contra-Ordenações Laborais e da Segurança Social
• Lei do Salário Mínimo Nacional
• Fundo de Garantia Salarial
• Novo Regulamento das Profissões, Categorias Profissionais e Remunerações
• Formação dos Trabalhadores
• Novo Regime Jurídico do Trabalho Temporário
• Notas Remissivas

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Memória das minhas putas tristes, Gabriel García Márquez

'No ano dos meus noventa anos quis oferecer a mim mesmo uma noite de amor louco com uma adolescente virgem. Lembrei-me de Rosa Cabarcas, a dona de uma casa clandestina que costumava avisar os seus bons clientes quando tinha uma novidade disponível.'

'Memória das minhas putas tristes' conta a história de um jornalista que nunca conheceu o amor. Viveu sempre dos livros e crónicas que escreveu. E de bordéis. Sem nunca provar o verdadeiro sentimento.

Ler qualquer livro de Gabriel é sempre tempo bem passado. Neste romance, o que mais surpreende é a mestria com que o autor converte uma relação de 'pecado' - digamos assim - numa verdadeira explosão de sentimentos. E como, surpreendentemente, não senti repulsa pela vida errante do jornalista ou pela condição da adolescente.


O que mais emociona é a noite quando o velho se deita com ela. Ao ver a rapariga adormecida, não tem coragem de a acordar. E assim, tão tarde na vida, se apaixona pela primeira vez.

E nos apaixona com a sua história.

Soneto da Fidelidade, Vinicius de Moraes

Bem sei que repito. Mas desta vez, com a voz do poeta.

O pedaço de escrita que mais gosto!



Soneto da Fidelidade

'De tudo ao meu amor serei atento
Antes e com tal zelo e sempre e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vive-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor que tive
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas, que seja infinito enquanto dure.'

Com quantos paus se faz uma Feira

A relação é cada vez mais de amor/ ódio, infelizmente. Felizmente também sei que isto acaba por passar.
Este "negócio" dos livros é uma coisa complicada e a entrada dos senhores dos "negócios" no mundo dos livros não ajuda.

Abertura oficial foi uma passeata de uma ministra demissionária, com presidente da câmara de Lisboa e engravatados atrás. Não se olha para as pessoas, livreiros, editores - aqueles que são mesmo a alma da Feira. Passa-se sem cumprimentar, como nem os reis déspotas fazem.

O rei deles todos, este ano, tem um túnel ao lado do túnel do Marquês... uma obra tão grandiosa como a outra. A Feira do Livro é cada vez mais a Feira de meia dúzia de "senhores do negócio" e uns outros que ainda gostam mesmo disto que servem para enfeitar o resto da paisagem.

Foi o primeiro dia e foi o desabafo de um dia de trabalho... amanhã já passou e como este blogue é mesmo sobre livros, é deles que vos começo a falar amanhã.

Até lá, boas leituras! Aos utilizadores do Facebook, para além de nos acompanharem  no Grupo Livros no Facebook, podem também acompanhar o da Feira do Livro de Lisboa.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

30000 (???)

Hoje, a importante marca: 30000 visualizações.


Obrigado. Por tudo. Pelas pessoas que participam neste projecto. Por todos aqueles que nos emprestam comentários, que marcam a sua presença. Continuaremos a evoluir, a melhorar, a crescer.

Gilles Lipovetsky na Almedina Arrábida, Domingo dia 1

É com enorme prazer que vos convido a assistir ao lançamento de 'O Ocidente Mundializado. Controvérsia sobre a Cultura Planetária' e da apresentação de 'Os Tempos Hipermodernos' - ambos lançados pelas edições 70 - e que contará com a presença do autor e moderação de Carlos Magno.


Gilles Lipovetsky é um dos maiores filósofos da actualidade, analista da sociedade actual e criador do conceito de 'Hipermodernidade'.

Espero por todos vós, às 16h.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

In Coisas que nunca aconteceriam em Tóquio

"... Sim, exacto, se se viaja para África há que ler Kapuscinski; se se viaja para a Austrália, Chatwin; se se viaja para a Patagónia, Sepúlveda; e se se viaja para o Afeganistão, Asne Sierstad, só para citar alguns... e se se viaja para onde quer que seja, As Cidades Invisíveis de Italo Calvino, não acha? É o livro fundamental do viajante. E não só do que percorre mares e continentes. Porque se pode viajar de muitas maneiras. De ideia em ideia. De livro em livro. De um ventre de mulher para outro ventre de mulher... Não se ria. Há um mundo desconhecido em cada pele e em cada olhar. ..."

Este vosso servo na Feira do Livro de Lisboa


Pois é a Feira do Livro de Lisboa está de volta e no sitio do costume.
Eu em nome do blogue por lá estarei, nos pavilhões da Companhia das Artes (distribuidora livreira), vou tentar deixar por aqui uma espécie de diário da Feira... como estamos perto das campanhas e como sou sério não me vou pôr a fazer promessas mas fica pelo menos esse desejo!

Passem por lá, apresentem-se e vamos nos conhecer!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Feira do Livro de Lisboa


'É já no dia 28 de Abril que a Feira do Livro de Lisboa volta a animar a cidade, até 15 de Maio.'

Espera-se uma grande afluência ao Parque Eduardo VII.

Espreitem o que vai passar por lá, aqui.

Os livros de Alface

'Um Pai porreiro ganha muito dinheiro', 'Uma Mãe porreira é prá vida inteira', 'Filhos assim dão cabo de mim', 'Avó não pise o cocó' e 'A Prima fica por cima' são os 5 títulos que Alface deixou publicados na série 'Família sem Mestre', Editorial Fenda. Infelizmente não apanhei este último e temo que todos eles estejam esgotados.


Na apresentação que fazem do já desaparecido autor, escrevem: 'Vive em Lisboa, prefere o Alentejo. Publica na Fenda desde 1995. Está por traduzir em várias línguas.'

O que tem piada nestes livros? São simples. Falam do menino Nino e do Senhor Branco, seu Pai. Um Pai muito atarefado, com seis filhos para alimentar.

São histórias para jovens ou adultos, tendo coisas de criança...

A colecção conta com desenhos que são um primor, ilustrados por Pedro Proença.


Alface escreveu mais livros, incluindo em parceria com o seu amigo Manuel da Silva Ramos. Na altura da sua morte encontrava-se a traduzir 'As Benevolentes', magnífica história de Jonathan Littell.

Perguntem pela colecção 'Fenda das Raparigas' numa livraria qualquer. Podem encontrar mais nomes como António Pocinho, Saki, João Rosas, Mark Twain ou Edgar Allan Poe.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

AS PALAVRAS INTERDITAS, Eugénio de Andrade

Por José Carlos Vasconcelos.

O velho diálogo entre o Crente e o Não Crente

Uma discussão a que assisti e partilho:

Rodrigo Ferrão: 'Tolerância de ponto?? Hoje entro às 16h e saio às 00h...'

Nuno Paz: 'Alguém tem de trabalhar para pagar as tolerâncias de ponto...'

Nuno Paz: 'Trabalho o possível, gostava de trabalhar mais, mas não posso obrigar as coisas a crescer. Hoje já fui apanhar favas para o almoço, à tarde vou recolher assinaturas, para a lei contra a precariedade, de certo modo vou estar a ajudar-te. Força...'

José Alberto Ortigão: 'anda um gajo aí a trabalhar e com o país de tanga, os funcionários públicos têm tolerância de ponto hoje de tarde. Vergonha.'

Nuno Paz: 'Uma tarde = 20 000 000 + 2 feriados = 860 000 000 = 880 000 000. Então ninguém acusa a merda da igreja católica?!? Estamos num Estado laico...'

José Alberto Ortigão: 'a culpa não é da igreja, que não é merda coisa nenhuma. A culpa é da hipocrisia dos políticos que não são coerentes. Aproveitam a igreja só para o que lhes interessa.'


Nuno Paz: 'Sim, porque a merda da igreja não é nada hipócrita e exploradora, coitadinha da igreja...'

José Alberto Ortigão: 'Se não fosse a "hipócrita" e "exploradora" Igreja, simplesmente não haveria nem metade das IPSS que actualmente existem nem os fundos diocesanos de emergência social que felizmente impedem muitos de ficarem na miséria graças à incúria de uns políticos que esses sim não querem saber dos mais necessitados para nada. A hipocrisia não existe só na igreja. Infelizmente é transversal a toda a sociedade. Admito que é uma instituição com falhas, mas seguramente falha muito menos do que os burros dos nossos políticos que só pensam em encher o papo. Quem insulta desta forma, não sabe do que está a falar, não conhece o lado bom da instituição e só julga pelo que ouve dizer. É muito fácil criticar, criticar, mas reconhecer o lado bom ninguém reconhece. A tristeza do costume. Felizmente, a Igreja que eu conheço e que não é merda nenhuma preocupa-se com as pessoas. Portanto, antes de vires para aqui insultar o bom nome das pessoas, informa-te um bocado.'

José Alberto Ortigão: 'que lata do caraças... anda um gajo em instituições a ajudar quem mais precisa e ainda tem que ouvir estes comentários . Não há dúvida que insultar é fácil. Ainda no dia de hoje os cristãos são convidados a darem-se em jeito de serviço aos outros e anda a outra metade a deitar tudo abaixo. Francamente!'

Nuno Paz: 'Eu também ando a ajudar em instituições, todas elas laicas e com defeitos. Conheço as igrejas a que vou tendo acesso, melhor do que desejava até. Conheço a infeliz e abjecta história e até alguns progressistas, conheço muitos vícios e as virtudes que servem para as perpetuar. Conheço o ódio reciproco e o desrespeito pela cultura das outras (a ânsia de evangelizar) , vejo de fora o ridículo em que caiem as religiões, defendendo o indefensável. Sem a presença desse ópio entre nós, não teríamos a necessidade de tanta IPSS,etc, mas enfim dogmas não se discutem não é?! Digam que a igreja remenda o mal que foi e vai fazendo através da caridade, aceito. Não me digam que a igreja é fiche e merece uma maiúscula...'


José Alberto Ortigão: 'Eu sei que a Igreja tem falhas. E sei que alguns padres não dão o exemplo que deveriam dar. Também sei que para muitas pessoas, sem o saberem, a religião tem o único propósito de garantir a felicidade na vida. Quanto à ânsia de evangelizar, ela já foi muito mais marcada em outros tempos e pelas piores razões. Hoje em dia a grande evangelização é o testemunho e a coerência de vida. Não estou a dizer que toda a gente o faça. Só estou a dizer que esse é o caminho que é proposto actualmente. Esse ópio é para mim uma necessidade humana de contemplar o transcendente, que para muitos pessoas está na pessoa de Jesus Cristo. A Igreja é, digamos, uma intermediária com os seus defeitos graves e com as suas virtudes porque é feita de pessoas que não são perfeitas. Com isto não estou a desculpar. Só estou a dizer que os critérios humanos não são muitas vezes os do nosso fundador. Quem me dera a mim que não houvesse defeitos na Igreja. Mas já que estou nesta organização, ao menos que se valorize o bom trabalho que ela faz. Com perfeições e imperfeições vamos fazendo o nosso caminho. Enfim...boa Páscoa, seja lá o que isso significar para ti. Um abraço.'

Nuno Paz: 'Sigo o meu caminho, procuro o melhor para todos, sou feliz com as coisas simples, não preciso de Deus para isso, ele não me traz respostas a nada que nos transcende, simplesmente porque não vem. Para mim é um feriado, gozo mais o 25 de Abril. Boa Páscoa para ti, não comas muitos doces.'

O 25 de Abril dos pequeninos... e jovens!

João Pedro Mésseder


José Jorge Letria


Vítor Tavares, Carlos Rebelo