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sábado, 13 de setembro de 2014
Snobidando: Momento Instagram com O'Neill
Tropeço de ternura por ti, Alexandre O'Neill #poesia #livrariasnob #livraria #guimaraes
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
a-ver-livros: refeição
A poesia mastiga-se
como o pão
devagar
saboreando o pingo
da sardinha fresca
abocanha-se
devagar
como um osso
por demais desejado
trinca-se
uma vez e outra
devagar
como um lábio
que traz sorrisos
à tona da pele
Ana Almeida
como o pão
devagar
saboreando o pingo
da sardinha fresca
abocanha-se
devagar
como um osso
por demais desejado
trinca-se
uma vez e outra
devagar
como um lábio
que traz sorrisos
à tona da pele
Ana Almeida
![]() |
* para saber mais sobre a pintora francesa Marie Godest siga o link http://mariegodest.com/ |
Calvino em São Paulo: dia 2
Italo Calvino, numa exposição de fotografia no MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand). "As Cidades Invisíveis" foi o nome da exposição e é também o título de um dos seus livros mais famosos.
foto: Rodrigo Ferrão
Poema na madrugada: Mia Couto
"Pergunta-me
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer'
se ainda és o meu fogo
se acendes ainda
o minuto de cinza
se despertas
a ave magoada
que se queda
na árvore do meu sangue
Pergunta-me
se o vento não traz nada
se o vento tudo arrasta
se na quietude do lago
repousaram a fúria
e o tropel de mil cavalos
Pergunta-me
se te voltei a encontrar
de todas as vezes que me detive
junto das pontes enevoadas
e se eras tu
quem eu via
na infinita dispersão do meu ser
se eras tu que reunias pedaços do meu poema
reconstruindo
a folha rasgada
na minha mão descrente
Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer'
Mia Couto, in 'Raiz de Orvalho'
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
Calvino em São Paulo: dia 1
Italo Calvino, numa exposição de fotografia no MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand). "As Cidades Invisíveis" foi o nome da exposição e é também o título de um dos seus livros mais famosos.
foto: Rodrigo Ferrão
O Pullitzer 2014 chegou a Portugal. Está aí «O Pintassilgo» de Donna Tartt
O Pintassilgo
Prémio Pulitzer 2014
Prémios
- Prémio Pullitzer, 2014
- Andrew Carnegie Medal for Excellence in Fiction, 2014
Prémio Pulitzer 2014
Sinopse: Theo Decker, um adolescente de 13 anos, vive em Nova Iorque com a mãe com quem partilha uma relação muito próxima e que é a figura parental única, após a separação dos pais pouco antes do trágico acontecimento que dá início a este romance. Theo sobrevive inexplicavelmente ao acidente em que a mãe morre, no dia em que visitavam o Metropolitan Museum. Abandonado pelo pai, Theo é levado para casa da família de um amigo rico. Mas Theo tem dificuldade em se adaptar à sua nova vida em Park Avenue, e sente a falta da mãe como uma dor intolerável. É neste contexto que uma pequena e misteriosa pintura que ela lhe tinha revelado no dia em que morreu se vai impondo a Theo como uma obsessão. E será essa pintura que finalmente, já adulto, o conduzirá a entrar no submundo do crime.
O Pintassilgo, vencedor do Prémio Pulitzer 2014, é um livro poderoso sobre amor e perda, sobrevivência e capacidade de nos reinventarmos.. Uma brilhante odisseia através da América dos nossos dias, onde o suspense e a arte são dois elementos decisivos para agarrar o leitor.
- O melhor livro do ano 2013 na Amazon.com
- Um dos dez melhores livros de 2013, pelo The New York Times
O Pintassilgo, vencedor do Prémio Pulitzer 2014, é um livro poderoso sobre amor e perda, sobrevivência e capacidade de nos reinventarmos.. Uma brilhante odisseia através da América dos nossos dias, onde o suspense e a arte são dois elementos decisivos para agarrar o leitor.
- O melhor livro do ano 2013 na Amazon.com
- Um dos dez melhores livros de 2013, pelo The New York Times
P.V.P.: 28.80 €
Data de Edição: 2014
Nº de Páginas: 896
Editora: Editorial Presença
- Prémio Pullitzer, 2014
- Andrew Carnegie Medal for Excellence in Fiction, 2014
Citações
«Uma obra-prima.» | The Times
«Uma obra-prima.» | The Times
«O Pintassilgo é um daqueles livros raros que aparecem uma meia dúzia de vezes por década; um magnífico romance literário capaz de tocar tanto o coração como a mente… Donna Tartt criou uma extraordinária obra de ficção. » | Stephen King, The New York Times Book Review
«Uma obra surpreendente… Se alguém perdeu o gosto pela leitura, irá reencontrá-lo com O Pintassilgo.» | The Guardian
«Deslumbrante… [Um] romance poderoso na linha de Dickens, que reúne os notáveis talentos narrativos de Donna Tartt numa sinfonia arrebatadora, lembrando ao leitor o prazer de ficar acordado durante toda a noite a ler.» | The New York Times
«Uma obra surpreendente… Se alguém perdeu o gosto pela leitura, irá reencontrá-lo com O Pintassilgo.» | The Guardian
«Deslumbrante… [Um] romance poderoso na linha de Dickens, que reúne os notáveis talentos narrativos de Donna Tartt numa sinfonia arrebatadora, lembrando ao leitor o prazer de ficar acordado durante toda a noite a ler.» | The New York Times
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
a-ver-livros: sobrevoando
Segue
soma
sossega a saudade
serena o medo
saboreia o caminho
que a seiva
recorda
sábio o beijo
que sabe a pouco
sobrevoando as copas
das romãnzeiras
segura-me a mão
dá-me um sinal
Ana Almeida
soma
sossega a saudade
serena o medo
saboreia o caminho
que a seiva
recorda
sábio o beijo
que sabe a pouco
sobrevoando as copas
das romãnzeiras
segura-me a mão
dá-me um sinal
Ana Almeida
![]() |
* para saber mais sobre o pintor francês Pierre Pivet siga o link www.pierrepivet.com |
terça-feira, 9 de setembro de 2014
a-ver-livros: da noite para o dia
O mundo aguarda com expectativa a chegada do livro 3 da Triologia «O século» - Ken Follett está de volta
P.V.P.: 29,99 €
Data de Edição: 2014
Nº de Páginas: 589
Editora: Editorial Presença
"Enquanto as decisões tomadas nos corredores do poder ameaçam extremar os antagonismos e originar uma guerra nuclear, as cinco famílias de diferentes nacionalidades que têm estado no centro desta trilogia O Século voltam a entrecruzar-se numa inesquecível narrativa de paixões e conflitos durante a Guerra Fria.
Quando Rebecca Hoffmann, uma professora que vive na Alemanha de Leste, descobre que anda a ser seguida pela polícia secreta, conclui que toda a sua vida é uma mentira. O seu irmão mais novo, Walli, entretanto, anseia por conseguir transpor o Muro de Berlim e ir para Londres, uma cidade onde uma nova vaga de bandas musicais está a contagiar as novas gerações. Nos Estados Unidos, Georges Jakes, um jovem advogado da administração Kennedy, é um ativo defensor do movimento dos Direitos Civis, tal como a jovem por quem está apaixonado, Verena, que colabora com Martin Luther King. Juntos partem de Washington num autocarro em direção ao Sul, numa arriscada viagem de protesto contra a discriminação racial. Na Rússia, a ativista Tania Dvornik escapa milagrosamente à prisão por distribuir um jornal ilegal. Enquanto estas arriscadas ações decorrem, o irmão, Dimka Dvornik, torna-se uma figura em ascensão no seio do Partido Comunista, no Kremlin.
Nesta saga empolgante que agora se conclui, Ken Follett conduz-nos, em No Limiar da Eternidade, através de um mundo que pensávamos conhecer, mas que agora nunca mais nos parecerá o mesmo."

segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Apetites literários
Sendo que a 'poesia' de hoje chama-se mesmo é trabalho final do curso, ofereço-vos a partilha de informação a reter: a lista de lançamentos anunciada há dias pela Porto Editora.
O grande destaque vai para a publicação do inédito de José Saramago: "Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas".
Nomeadamente uma coleção de livros infantis da autoria de Valter Hugo Mãe, cujo primeiro título será "O paraíso são os outros",
Ana Almeida
O grande destaque vai para a publicação do inédito de José Saramago: "Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas".
Foram anunciadas também obras de outros grandes autores portugueses.
o mais recente romance de Gonçalo M. Tavares, "Uma menina está perdida no seu século à procura do pai",
e ainda, num registo de não-ficção, "Quem disser o contrário é porque tem razão", de Mário de Carvalho, um guia prático para a escrita de ficção.
Destaque também para publicação, pela chancela Sextante, de uma nova obra do escritor brasileiro Rubem Fonseca, intitulada "Amálgama". Pela Assírio & Alvim, ênfase a "Poesia Presente – Antologia", de António Ramos Rosa, preparada pela filha do poeta, com um prefácio de José Tolentino Mendonça.
A saberem ainda: em 2015 toda a obra de Maria Alberta Menéres passa também para a Porto Editora. A primeira publicação, agendada para o segundo semestre, será de "Conversas com Versos", uma edição ilustrada e acompanhada de um CD em que Eugénia Melo e Castro interpreta 11 canções baseadas em poemas do livro, contando até com a participação de Ney Matogrosso.
Qual destas obras vos abre mais o apetite literário?
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domingo, 7 de setembro de 2014
Conheçam Diogo, o menino que lançou o seu primeiro livro de poesia e vive com uma doença rara
Diogo tem 14 anos e quer fundar uma associação nacional para a doença rara de que sofre
ANDRÉ VIDAL
Portador de Charcot-Marie-Tooth, uma doença rara, Diogo lança o seu primeiro livro de poesia para angariar fundos.
Quando era mais pequeno, chamavam-lhe coxo e não o deixavam jogar à bola. “Tu não serves”, diziam-lhe. Hoje, Diogo Lopes tem 14 anos, sabe por que é coxo: é portador de Charcot-Marie-Tooth (CMT), uma doença rara, e vai lançar o seu primeiro livro de poesia, Contrabaixo. O seu objectivo é que a venda do livro permita criar uma associação. “Quero mostrar aos portadores de CMT que são capazes de lutar pelos seus objectivos e que a solidariedade pode trazer grandes mudanças”, diz.
Aventurou-se na poesia porque se fartou da prosa. Juntou uns tantos poemas e decidiu enviá-los para a Editora Alfarroba. Algum tempo depois, soube que aquela iria publicar o seu primeiro livro, que é apresentado hoje às 21 horas na Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN), em Lisboa.
A falta de informação com que se deparou quando descobriu a doença, a possibilidade de ajudar outras pessoas e o desconhecimento demonstrado pelos médicos são as principais razões que levam Diogo a querer ser presidente da primeira associação do género em Portugal. “Quero captar a atenção médica e de investigadores que se entusiasmem pela busca de uma cura para a doença”, explica.
Os planos são muitos e Diogo prevê criar um programa para ajudar jovens doentes através da música e de outras artes. “Estamos ligados a muitas pessoas de outros paíse e reparamos que os portugueses são muito silenciosos, enquanto outros grupos comunicam diariamente. Os portugueses vivem a doença como um peso e é isso que ele quer mudar”, explica a mãe, Susana Moura.
Andava com a ponta dos pés
É sexta-feira. Susana e Diogo saem de casa, em São Domingos de Rana, e dirigem-se para o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão. É lá que, todas as semanas, Diogo faz fisioterapia. Começou quando tinha dez anos, altura em que lhe foi diagnosticada uma doença, da qual nunca tinha ouvido falar. “Disseram-me que tinha Charcot-Marie-Tooth. Ao início não tinha noção de como me poderia afectar”, recorda.
É sexta-feira. Susana e Diogo saem de casa, em São Domingos de Rana, e dirigem-se para o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão. É lá que, todas as semanas, Diogo faz fisioterapia. Começou quando tinha dez anos, altura em que lhe foi diagnosticada uma doença, da qual nunca tinha ouvido falar. “Disseram-me que tinha Charcot-Marie-Tooth. Ao início não tinha noção de como me poderia afectar”, recorda.
Já em criança apresentava algumas dificuldades que outros não tinham. “Sempre andei de médico em médico e eles diziam-me que eu tinha aprendido a andar mal”, explica Diogo.
“O Diogo andava com as pontas dos pés. Caia constantemente e, enquanto uma criança cai e tem um hematoma normal, ele ficava automaticamente inchado”, acrescenta Susana.
A CMT é uma doença rara, mas é a mais comum das doenças neuromusculares degenerativas hereditárias. É caracterizada por uma lenta e progressiva destruição das fibras motoras e sensitivas dos nervos periféricos, o que leva à perda de força e sensibilidade nos pés, mãos, pernas e braços.
A longo prazo, pode levar o doente a uma cadeira de rodas, à incapacidade de segurar em objectos e ao aparecimento de problemas respiratórios.
Segundo o relatório “Prevalência das doenças raras: dados bibliográficos”, publicado em Junho de 2013 pela Orphanet, estima-se que 22 em cada 100 mil portugueses sejam portadores de CMT, o que significa que, no total, 2332 portugueses sofrem desta doença. “O grande problema é que os médicos não a conhecem. Acharam que ele tinha outra doença muito esquisita. Fez uma fisioterapia completamente normal, o que não ajudou nada”, lembra Susana Moura.
“Sendo uma doença rara é natural que os médicos de família não tenham intimidade com esta condição clínica”, justifica o neurologista Mamede de Carvalho, do Serviço de Neurofisiologia do Departamento de Neurociências do Centro Hospitalar Lisboa-Norte.
Com a diversidade de doenças raras, torna-se difícil estar a par de todas elas. De acordo com a Raríssimas - Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras, estima-se que existam cerca de oito mil doenças raras, sendo que a cada ano se identificam mais. Calcula-se que 6% a 8% da população portuguesa seja portadora de uma destas doenças, ou seja, entre 600 mil e 800 mil pessoas.
Uma doença sem cura
Em Alcoitão, numa sala repleta de brinquedos, colchões e máquinas, está o fisioterapeuta Miguel Relvas. Diogo troca de roupa e deita-se para começar a fazer alongamentos. “Já estabelecemos uma rotina. Alongamos os membros inferiores e o tronco. Depois trabalhamos o equilíbrio, a resistência muscular e a força”, descreve o técnico, que acompanha Diogo há cerca de três anos.
Em Alcoitão, numa sala repleta de brinquedos, colchões e máquinas, está o fisioterapeuta Miguel Relvas. Diogo troca de roupa e deita-se para começar a fazer alongamentos. “Já estabelecemos uma rotina. Alongamos os membros inferiores e o tronco. Depois trabalhamos o equilíbrio, a resistência muscular e a força”, descreve o técnico, que acompanha Diogo há cerca de três anos.
Esta é apenas uma das fases do tratamento do rapaz, que inclui consultas de neurologia, fisiatria e psicologia, mas é o fisioterapeuta que tem mais contacto com ele. “É o Miguel que melhor o conhece porque está com ele todas as semanas”, revela a mãe.
Apesar dos esforços, não é possível pensar-se em grandes melhoras. “Não há cura, independentemente do tipo CMT”, afirma Luís Negrão, do Serviço de Neurologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra.
Segundo o especialista, o tratamento passa por tentar “minimizar as consequências das manifestações motoras nas actividades diárias, utilizando ajudas técnicas quando necessário” e procurar “impedir que determinadas manifestações clínicas se exprimam ou atinjam proporções significativas, recorrendo à cirurgia”.
Diogo nunca foi operado. Para já, utiliza umas palmilhas desenhadas em Alcoitão, que lhe compensam o vazio criado pelo arco que tem no pé, e osfoot-ups, uma espécie de caneleira colocada no tornozelo que permite aliviar a força que tem de fazer para se mover.
Ao longo da consulta, Diogo insiste em pôr música no telemóvel. Ouve-se System of a Down e Gary Jules. É assim todas as semanas, em todos os lugares, seja na escola, no carro ou em casa. O fisioterapeuta pergunta-lhe: “Já conheces o novo álbum dos Queen of The Stone Age?”.
A terapia do piano
Aos cinco anos, Diogo começou a tocar piano. Aos nove, entrou na EMCN, onde se mantém. E sonha, um dia, frequentar a Berklee College of Music, especializada em jazz, em Boston, nos Estados Unidos. ”Tocar piano é uma forma de terapia”, declara Diogo.
Aos cinco anos, Diogo começou a tocar piano. Aos nove, entrou na EMCN, onde se mantém. E sonha, um dia, frequentar a Berklee College of Music, especializada em jazz, em Boston, nos Estados Unidos. ”Tocar piano é uma forma de terapia”, declara Diogo.
“Na minha opinião, nós damos importância ao que queremos. O que é que é importante para mim? A minha felicidade ou o facto de me estar a doer o dedo mindinho?”, resume o jovem, mesmo sabendo que um dia poderá ter de mover-se numa cadeira de rodas.
Para Diogo, tocar piano é mais do que uma terapia da mente. “Eu tive sorte em começar a tocar desde cedo, porque isso acabou por funcionar como uma espécie de fisioterapia que me ajudou a manter os músculos das mãos”, acredita.
“Não há nenhuma evidência científica que suporte esta interpretação”, diz, por seu lado, o médico Mamede de Carvalho.
Mas, apesar de a ciência não ser conclusiva quanto aos benefícios de tocar piano, tudo indica que tem sido importante para travar o aumento da fraqueza nas mãos de Diogo, consideram a mãe e o fisioterapeuta.
“Já chegou ao pé de mim e disse-me que naquela semana tinha estudado menos. E isso reflecte-se porque a massa muscular regride imediatamente quando não é permanentemente trabalhada”, observa João Vale, professor de piano na EMCN.
Apesar de ainda não estar numa fase avançada, com a perda de força e destreza nas mãos, Diogo poderá, a determinada altura, deixar de tocar piano, uma das coisas a que se dedica mais horas por dia.
Habituado a planear a sua vida, Diogo coloca essa hipótese quase como uma certeza. ”Arranjaria sempre forma de não sair do ramo da música. Pode não ser propriamente a tocar. Pode ser a compor, a dirigir uma orquestra ou um coro”, considera.
Por enquanto dedica-se a aprender o máximo possível. Foi por isso que, em 2012, se inscreveu na Big Band Junior do Hot Club. “Quando chegou o jazz tudo se revitalizou”, refere Diogo, que se encontrava cansado do reportório clássico que lhe ensinavam no conservatório.
Foi assim que todas as segundas-feiras passou a ter ensaios na orquestra de jazz do Hot Club, que inclui jovens dos 12 aos 16 anos. É lá que se sente em casa e encontra a melhor cura para a sua condição. “Com a mente no sítio certo já ganhamos metade da batalha”.
Esta notícia é cópia integral do Jornal Público: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/diogo-tem-14-anos-e-quer-fundar-uma-associacao-nacional-para-a-doenca-rara-de-que-sofre-1615205?page=-1#/0
Antilogia
Antilogia
"A poesia em geral ainda tem como único processo de produção um levantar inspirado da cabeça. Em forma de
pombo
pavão
ou avestruz."
pombo
pavão
ou avestruz."
Anti-antologia de poesia, um livro em formato livre.
Poetas participantes: Ariane Stolfi, Bruno Schiavo, Carlos Arouca, Daniel Scandurra, Diogo Mitzreal, Fernanda Vieira, Gabriel Kerhart, Gerlado Figueiredo, Igor Adorno, James Martins, Jorge Augusto, Odi Diasa, WalterVeto
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