sábado, 2 de fevereiro de 2013

E se um festival de música contasse um fábula de um livro? Ladies and Gentleman: Tomorrowland

É absolutamente impressionante ler este livro em forma de música e imagem. Uma explosão de cores, movimentos, sensações... E uma história muito bem contada. Num palco de sonho: com gigantes lombadas de livros e o passar de tantas e tantas páginas...

Goste-se ou não do estilo musical, é impossível ficar indiferente a este vídeo. Sem dúvida uma excelente realização. Num mundo cada vez mais global e de encontro de pessoas de todo o lado.

Tomorrowland, na Bélgica. Assim se conta a história de um festival. Percam os 20 minutos. O livro fecha, mas promete ser aberto por muitos mais anos.



Carta de Henry Rollins aos jovens: I beg young people to travel

Henry Rollins é autor de livros como Smile, You're Traveling; Black Coffee Blues e Do I Come Here Often?. Foi vocalista dos Black Flag (banda que terminou em 1986) e da Rollins Band

Mas não ficamos por aqui... Provavelmente conhecem-no de programas americanos como 120 Minutes ou Jackass. O seu currículo bibliográfico refere que é "vocalista, compositor, comediante stand-up, artista de spoken word, escritor, actor, DJ de rádio e activista."

E não foi a música que me levou a ele... Mas esta carta. No meio de uma personalidade tão louca e desconcertante... há espaço para palavras simples e objectivas. Leiam com atenção este convite. E boa viagem! 



Chico Buarque diz soneto de Vinicius

Soneto da separação

De repente da calma fez-se o vento, que nos olhos desfez a última chama.
E da paixão fez-se o pressentimento, e do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente, fez-se do triste o que se fez amante,
E de sozinho o que se fez contente, fez-se do amigo próximo, o distante,
fez-se da vida, uma aventura errante.
De repente, não mais que de repente...


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Interfaces da Lusofonia em debate


A Universidade do Minho, em Braga, promove os debates que reúnem  investigadores  de todo o mundo para repensar a Lusofonia,  na tentativa de desfazer equívocos e simplificações.

“O conceito de Lusofonia tem uma genealogia e uma história, está espartilhada entre uma nostalgia lusocêntrica, que teima em sonhar impérios, e uma crítica pós-colonial, que procura plataformas de diálogo intercultural no presente e para o futuro,” afirma Lurdes Macedo, uma das organizadoras do evento.

“A proposta fundamental é discutir a Lusofonia na intersecção de olhares, de interpretações e de saberes. Acreditamos  que o cruzamento de diversas visões favorece um entendimento mais sólido e integrado do que é, e do que pode ser, a Lusofonia”, completa a investigadora.

A Conferência Internacional acontecerá de 4 a 6 de Julho de 2013. Além do espaço para o confronto de ideias, contará com um diversificado programa cultural e social. Contamos ir dando pormenores mais tarde aqui no blogue.

Entre os temas que serão debatidos estão a arte e cultura nos países lusófonos; diversidade linguística e políticas da língua; lusofonia e globalização;  lusofonia na era digital e trânsito e migrações no espaço lusófono.

As propostas de comunicação podem ser enviadas até  28 de Fevereiro de 2013.  Os melhores trabalhos serão publicados em um e-book. Mais Informações podem ser obtidas com Lilia Abadia (b5847@ics.uminho.pt) ou pelo site do evento.

J. D. Salinger antes de ir jantar...

Salinger, para descomprimir... 

Descobrirás que não és a primeira pessoa a quem o comportamento humano alguma vez perturbou, assustou ou mesmo enojou. Não estás de modo nenhum sozinho nesse ponto, e isso deve servir-te de incitamento e de estímulo. Muitos, muitos homens se sentiram tão perturbados, moralmente e espiritualmente, como tu estás agora. Felizmente, alguns deles deixaram memórias dessa perturbação. Hás-de aprender com eles... se quiseres aprender. Tal como um dia, se tiveres alguma coisa para dar, alguém há-de aprender contigo. É um belo tratado de reciprocidade. E isto não é instrução. É história. É poesia.


*in 'À Espera no Centeio' - edição Quetzal.

1º Parágrafo: A Geração da Utopia


Portanto, só os ciclos eram eternos.



a-ver-livros: ruínas e Gerard Solà Borguño

Cruzamo-nos
silenciosos
nos escombros 
da livraria onde nos conhecemos 

não nos reconhecemos
restos
ruínas
de quando nos amámos

* para conhecer mais da pintura do espanhol Gerard Solà Borguño
siga o link gerardsolaborguno.com

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Em Fevereiro venham apaixonar-se no Bairro


Os livreiros e alfarrabistas do Bairro dos Livros juntaram-se para oferecer um cabaz literário cheio de romance aos casais de leitores. São seis obras seleccionadas pelas livrarias Lumière, INCM, Poetria e Moreira da Costa para serem entregues à participação mais original e que derreter mais corações, claro.

As participações devem ser enviadas até ao dia 9 de Fevereiro, quando acontece a próxima edição do Bairro dos Livros. As frases dos participantes serão publicadas na página de Facebook do Bairro e os fãs serão convidados a deixar um Gosto/Like na sua frase favorita. Quantos mais Gostos/Likes, mais argumentos terá o júri para se perder de amores pela originalidade e romantismo da participação, mas os livreiros é que escolhem o vencedor.

Como participar? Até ao dia 9 de Fevereiro, envie-nos a sua frase através de mensagem na página de Facebook do Bairro dos Livros. As frases serão publicadas no mural do Bairro e aquela que ganhar os corações dos livreiros vence no dia 14 de Fevereiro também o passatempo.


O regulamento do Passatempo “Ler é um Romance!” pode ser consultado em:

http://bairrodoslivros.wordpress.com/2013/01/30/passatempo-bairro-dos-livros-ler-e-um-romance/

1º Parágrafo: A Convidada


Françoise ergueu os olhos. Os dedos de Gerbert saltitavam no teclado, e ele olhava para o manuscrito com um ar feroz; parecia fatigado; Françoise estava também com sono; mas a fadiga dela tinha qualquer coisa de íntimo e de aconchegado: não gostava dos vincos que via por baixo dos olhos de Gerbert; ele estava com um rosto quebrado, endurecido e parecia ter quase os vinte anos que tinha.



* Tradução de Miguel Serras Pereira

a-ver-livros: o gato e Sandra Batoni

Ouço baixinho o teu respirar
enquanto tentas ler as entrelinhas
de mais um poema que nasceu
nos telhados

Ouço até o sol
a entrar pela janela

* para conhecer mais da pintura da italiana Sandra Batoni
basta seguir o link www.sandrabatoni.com

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O que acham da Opus Dei ter uma lista de 33 573 livros proibidos?

Hoje sou apenas divulgador da notícia que veio ontem em vários meios de comunicação. E deixo, na íntegra, a que o jornal I publicou. O debate fica reservado para o grupo Livros no Facebook. Espero que seja mais moderado do que os comentários publicados na página online do jornal.


Opus Dei proíbe 79 livros de autores portugueses

José Saramago, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Lídia Jorge, Vergílio Ferreira são alguns dos escritores censurados na lista de livros da Opus Dei

A organização da Igreja Católica tem uma listagem de 33 573 livros proibidos, com diferentes níveis de gravidade, sendo que nos três níveis mais elevados encontram-se 79 obras de escritores portugueses, revela o Diário de Notícias. José Saramago e Eça de Queirós são os mais castigados pela “lista negra”.
Além de livros, também há uma lista de filmes. A censura da Opus Dei já tem várias críticas, colocando-se mesmo em causa a legalidade desta proibição.
Só José Saramago tem 12 livros censurados. “Caim”, “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, “O Manual de Pintura e Caligrafia” e “O Memorial do Convento” são considerados os mais perigosos.
Em declarações ao mesmo jornal, a presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Río, considera “grosseiro e repugnante” este índice, deixando várias críticas: “ É uma organização a que chamamos seita porque somos educados. Por acaso, eles não são”, considera a viúva do escritor.
Pilar reforça ainda que José Saramago nunca escreveu sobre a Opus Dei porque considerava a organização “uma formiga”. Também a escritora Lídia Jorge, que tem dois livros censurados, revelou-se chocada com a existência da lista, afirmando que “a Opus Dei devia ter vergonha”.
Outro autor censurado e mais estudado na cultura portuguesa é Eça de Queirós. Carlos Reis, antigo director da Biblioteca Nacional e especialista na obra queirosiana, defende que “este tipo de procedimento é contrário a princípios fundamentais”, considerando que “qualquer lista de livros ou similar, que contribua para limitar o acesso das pessoas à informação e cultura é, por princípio, inaceitável”. Carlos reis lembra ainda que Eça de Queirós é um escritor lido e estudado.
Legal ou crime. Vários especialistas defendem que, do ponto de vista legal, não há restrições sobre a criação desta lista. No entanto, questiona-se até que ponto é legal um professor, que seja membro da Opus Dei, recusar leccionar determinado autor apenas porque consta na “lista negra” da organização.
O constitucionalista Jorge Bacelar Vasconcelos afirma que “o Estado não pode aplicar sanções nesta situação porque é do domínio canónico. A liberdade religiosa permite às pessoas entrarem e saírem quando quiserem e de cumprirem ou não as regras”.
Sobre o mesmo assunto, Diogo Gonçalves, supranumerário e professor na faculdade de direito de Lisboa, garante que “se as profissões o exigirem, os membros podem ler o que quiserem. Somos libérrimos nesse aspecto”, afirmou ao DN.

Amanhã: Joaquim Fernandes nos "Serões da Bonjóia" - Tertúlias à moda do Porto


*Joaquim Fernandes colaborou com o Clube de Leitores. Para recordar, carregue no sublinhado. Num texto de apresentação meu e pela sua própria mão: Motivações de uma obra e História Prodigiosa de Portugal - o livro explicado. 

1º Parágrafo: Vastas Emoções e Pensamentos Imperfeitos


Acordei tentando me segurar desesperadamente, tudo girava em torno de mim enquanto eu caía sem controle num abismo sem fundo. Procurei fixar minha visão na faixa de luz da madrugada que entrava por entre as cortinas. O risco leitoso tremia rapidamente. Mover a cabeça na direcção da luminosidade da janela tornara minha queda ainda mais vertiginosa. Fiquei imóvel, o olhar fixo na linha da luz, esperando a crise passar.




a-ver-livros: outro silêncio e Leland Holiday

Tenho hoje em mim
o peso de mil olhares

amanhã volto ao silêncio 
dos dias
encerrados nos livros
tecidos enredos
cruzados

* para conhecer mais sobre o pintor Navajo Leland Holiday
há que seguir o link www.twinrocks.com/artists/49-leland-holiday
e, já agora, ver este video no YouTube

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Poema à noitinha... Vinicius de Moraes - Soneto do Amor Total


Soneto do Amor Total

AMO-TE TANTO, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, como grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo, de repente
Hei-de morrer de amar mais do que pude. 


*Vinicius de Moraes, in O Operário em Construção - edição Leya
O Operário em Construção é um dos mais emblemáticos e conhecidos poemas de Vinicius de Moraes.

Porque há poesia na música: «Exporto tristeza», de Virgem Suta

Descobri esta música há poucos dias. E, além do ritmo, deixa uma mensagem forte. Porque há poemas que dão música, deixo-vos a letra deste tema de Virgem Suta

(letra: Jorge Benvinda e Nuno Figueiredo / música: Jorge Benvinda)
(do álbum 'Doce Lar')




Exporto tristeza

Mudam se os tempos
Mas o disco toca o mesmo
Não há maneira nem vontade de mudar
Não é defeito estar sempre menos mal
Vira feitio riqueza nacional

Os pobrezinhos são bem bruto energia
Coitadinhos melhor que leite do dia
Alimentado o seu pagode quando calha
Lá fazem vida que Deus lhes valha

Contra a pobreza exporto a minha tristeza
Contra a miséria já nem faço cara séria
Se estou com fome canto o fado p'ra esquecer

Contra a pobreza exporto a minha tristeza
Contra a miséria já nem faço cara séria
Se estou com fome canto o fado p'ra esquecer

Estar feliz é pior que avareza
Um ultraje face a esta depressão
Temos mágoas, paranóias, para quedas
Mas não há bóias para a nossa salvação
Agora basta fim a ladainha
Tudo a postos todos prontos para a aventura
Um pé na sorte e pontapé neste mal-estar
Vamos mandar o desconsolo pelo ar

Contra a pobreza exporto a minha tristeza
Contra a miséria já nem faço cara séria
Se estou com fome canto o fado p'ra esquecer

Contra a pobreza exporto a minha tristeza
Contra a miséria já nem faço cara séria
Se estou com fome canto o fado p'ra esquecer

Vendi tristeza, não chega para comer
(Contra a pobreza exporto a minha tristeza)

Vendi tristeza, não chega para comer
(Contra a miséria já nem faço cara séria)

Vendi tristeza, não chega para comer
(Se estou com fome canto o fado para esquecer)

1º Parágrafo: Digam-me Como É Uma Árvore


Foi a 17 de Novembro de 1961. Não recordo a sensação de calor ou frio, de escuridão ou luz que tive ao sair da prisão. Ia numa nuvem, inadaptado e feliz.


* Tradução de Maria do Carmo Abreu
* Revisão de Fernando Abreu

a-ver-livros: o livro abandonado e Nancy Ribard



Nasci três vezes
morri três vezes
amei três vezes

Li-te só uma
Chegou


* para conhecer mais sobre a ilustradora francesa Nancy Ribard
siga o link nancyribard.free.fr

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

À conversa com... Manuel Monteiro (I)


Pedro Ferreira (PF): Como encara os prémios que tem ganho? Ou seja, a abordagem funciona como um incentivo para continuar a escrever ou mais como reconhecimento de um trabalho já feito?

Manuel Monteiro (MM): Desde os sete anos que escrevo. O importante não é publicar, mas escrever. Durante muito tempo, tentei publicar e não consegui. Hoje, sinto-me grato por isso ter acontecido. Permitiu-me ir aprimorando a obra, revendo, acrescentando, modificando, rasurando, rasurando, escutando o que o texto e as personagens tinham para me dizer. Mas não nego que 2012 foi um trevo de quatro folhas literário com os Novos Talentos FNAC 2012, "O Suave e o Negro" publicado pela Quidnovi, as múltiplas solicitações que daí surgiram...

PF: Num percurso ligado às letras e aos livros como surge a ideia de escrever este livro? Foi uma ideia martelada várias vezes ou surgiu de um ímpeto e daí o trabalho de escrita?

MM: Quando publiquei "demanda ou a cor nunca vista" em 2008, já estava a escrever este livro que só foi terminado em 2012. O processo de reescrita, pelo menos para mim, é longo, muito longo. Sou capaz de reescrever um capítulo cinquenta vezes. Não exagero no número.

PF: Dos dois personagens principais há marca biográficas do Manuel? Na sua juventude foi um bocadinho de algum daqueles dois ou um deles.

MM: Tento evadir-me da resposta, considero que um escritor escreve com os braços da memória e da imaginação.

PF: A forma como retrata o cenário politico envolvente marca uma época de Portugal. Acha que apesar dessa marca esses cenários continuam actuais?

MM: A forma como a personagem Alexandre retrata, diria. O tempo encarrega-se sempre de depurar o que permanece sem rugas e o que fica datado. Não fugindo novamente à resposta: sim. Em certos sectores, sim.

PF: Se estivesse a escrever o livro agora mantinha a época e as características dos personagens ou alterava alguma coisa?

MM: Eu acabei de escrever o livro há meses. Não alteraria, mas não sei como responderei daqui a uns anos. Sei que fui honesto comigo próprio.

PF: O Alexandre pode ser interpretado como uma personagem-tipo? É mais que uma pessoa e representa o povo português?

MM: Não tive intenção de representar nenhum traço típico da portugalidade. A personagem apareceu-me, falou comigo, manifestou-se-me. Quem escreve percebe o que é isto. O escritor muitas vezes sente-se como mero mensageiro das suas personagens.

PF: O último capitulo "Dispersos" funciona como uma espécie de compilação de máximas. Qual é a grande intenção ao colocar aquele conjunto no fim do livro? São avisos aos leitores? Há algum moralismo envolto nas frases? São máximas que não conseguiu encaixar no texto? A atribui-las no texto seriam distribuídas a que personagens?

MM: São frases do Alexandre que, sim, é eticista (não diria «moralista» à luz da definição de «moral» e «ética» de Peter Singer), e que o autor entendeu que não deveriam ser parte integrante do livro. Repare-se que até o formato da letra dos últimos dois capítulos é diferente. O livro tem uma personagem-narrador e tem um autor - e ambos discutem no livro. Quanto a esses dois capítulos, o autor decidiu não os incluir e o Alexandre ficou a falar sozinho após o fim do livro.

1º Parágrafo: O Labirinto das Azeitonas


- Senhores passageiros, em nome do comandante Flippo, que, a propósito, regressa hoje ao serviço, depois da sua operação às cataratas, damo-vos as boas vindas a bordo do voo 404 com destino a Madrid e desejamo-vos uma viagem feliz. A duração aproximada do voo será de cinquenta minutos e voaremos a uma altitude et cetera, et cetera.



* Tradução Luís Filipe Sarmento

a-ver-livros: amores assim e Edward Gorey



Não somos nada
enquanto não tiveres
medo de me perder.

Nada
enquanto não tiveres
receio
das noites frias sem
os meus pés mais frios
ainda

Nada
enquanto o sol
não te aquecer
sem as minhas mãos
nas tuas


* para conhecer mais sobre Edward Gorey
basta seguir o link www.edwardgoreyhouse.org

domingo, 27 de janeiro de 2013

Clube de Leitores é blog do ano 2012!

foto: Ana Maria Brito Jorge

Hoje de madrugada, regressado de Coimbra, dei início às celebrações da seguinte forma:

869 votos fazem do Clube de Leitores bi-campeão do Concurso de Blogs do ano (organizado pelo Aventar). Semana carregada de emoções. E que confirma, com absoluta justiça, o vencedor destacado desta edição. Nunca tive dúvidas do nosso valor. Como Pai deste projecto, não posso deixar de sentir orgulhoso por este filho. Que começou por ser timidamente meu... E que hoje é de tanta e tanta gente. Anónimos e amigos que carregam a bandeira deste projecto com imensa alegria. Um abraço à equipa que está comigo: Ana, Pedro e Raquel. E a toda a grande comunidade que nos segue.

E passei umas horas a focar em algumas palavras de apoio que vou deixar aqui. Umas mais anónimas que outras, mas que não vou identificar. Apenas as exponho para dedicar uma vitória que não é só de quem está deste lado. É também de todos os que estão connosco.


«...Sobre o blog, tenho apenas a dizer que voto com todo o gosto, não só porque me pede, mas também porque o 'Clube de Leitores' é um blog óptimo cuja actividade costuma ser acompanhada por mim. Sigo com bastante regularidade, principalmente, a rubrica 'Poema à noitinha'. (Os meus amigos 'gozam' comigo porque, às vezes, em bares ou discotecas, num momento mais parado, viagens ou momentos em que esperamos por outros amigos, dão eles comigo a ler poemas. No fim, rimo-nos todos.)»

«A primeira coisa que faço quando chego ao trabalho é votar e volto-o a fazer assim que volto para casa :) tou um agarrado :p»

«Gosto do Clube de Leitores por variadas e sustentadas razões. Assino a newsletter porque me torna atenta a coisas que sem o clube me passariam ao lado. Gosto particularmente da rubrica "Poema à noitinha" escolhida por Rodrigo Ferrão. E frequentemente adopto-a no meu "Vale a pena anoitecer assim". É que há poemas que não podem ficar só dentro de nós porque são tão grandes que têm de ser partilhados.»

«(...) acredita que fiquei também muito feliz com esta vitória, que já se adivinhava, claro!!! E claro que ontem também andei a festejar, como é óbvio... Aliás pedi folga de casa dos meus pais este fim-de-semana para o fazer!!!»


A campanha coroou o blog que mais fez por fazer passar a palavra. Obviamente que a qualidade de um projecto não chega, por si só, para ganhar um concurso. Tem que se explicar tudo muito bem a toda a gente. E isso dá muito trabalho!

Os meus agradecimentos dirigem-se à equipa que está comigo. E que se dispôs a fazer chegar - mais uma vez - o Clube de Leitores a outros patamares. Todos fizemos um vídeo onde demos voz e corpo ao nosso amor pelos livros.

Acho que os devemos recordar (carreguem no sombreado). O meu foi na segunda. Depois apareceu o vídeo do Pedro. A Ana chegou na quarta com a sua cadela (e nossa mascote) Vodka. E a Raquel fez o último apelo ao voto na sexta.

A Ana montou todos estes cartazes. Uma verdadeira colecção com apelos super criativos e bem dispostos. Todos fizemos por agradecer cada voto e dar voz a todos: no grupo Livros no Facebookno evento criado para o concurso e na página do Clube de Leitores. Enviámos mensagens particulares. Carregámos os murais com informação actualizada ao segundo! Fomos incansáveis... E nunca, mas nunca! nos faltou uma resposta. 

Só posso dizer que estamos de parabéns! E continuar a carregar esse orgulho com mais energia para continuar a crescer. Aos finalistas, vão também as minhas palavras de incentivo. Corremos pelas mesmas razões: o amor pela leitura e o pelo prazer dos livros. Força aos blogs Ler y Criticar, Ainda que os amantes se percam..., BranMorrighan e Come chocolates, pequena, come chocolates. 

Quanto a nós: estamos juntos! Todos os dias.

Rodrigo Ferrão

Cronicando pela Ásia... Kuala Lumpur: a metrópole

Kuala Lumpur,
20 de Abril 2009


Cidade de ruas amplas, belas avenidas e uma limpeza impecável (pelo menos por onde passei). Foi a metrópole mais organizada que vi nesta viagem à Ásia. As ruas têm árvores de grande porte nas bermas - uma sombra desejada neste clima. Dá ideia que Kuala Lumpur cresceu numa antiga floresta que parece ter centenas de anos.

No centro visitei um jardim botânico de enormes proporções. À entrada estava um macaquinho doméstico a cumprimentar os visitantes.  Observei ao longe a torre Menara, mas esta é apenas a segunda mais alta. O prémio vai para as Petronas.

Percorri a cidade de sky train. A ideia não era ficar lá a dormir, pois tinha um comboio a apanhar rumo a sul. Tive que andar rápido, tirar uma fotos e seguir caminho até às torres gémeas mais altas do Mundo.


E lá cheguei. Infelizmente era uma segunda-feira e não pude subir até ao topo, porque o acesso estava fechado. Foi uma das grandes desilusões desta viagem... Do céu daquele edifício, daria para tirar a fotografia mais espectacular de sempre. Mas enfim, foi a sorte que me calhou. Ainda entrei no shopping cá de baixo, dei meia dúzia de voltas e tirei mais fotografias.

O dia seguia a grande velocidade como toda esta viagem. Fui para a estação. Ia apanhar locomotiva para uma pequena aldeia no sul. E atravessar o país todo pelo meio da selva...


Rodrigo Ferrão