sábado, 3 de julho de 2010

O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry

Procurei lançar o debate em torno deste livro. Julgo ser uma das obras mais lidas de sempre, mas não tenho o dom de adivinhar números.

É uma história de amor e solidão. De um pequeno príncipe que vai dialogando com um adulto diferente sempre que visita um novo planeta.

Não sei se é puramente filosófico, mas os diálogos são desconcertantes. Já o li quatro vezes e sempre que lhe pego, interpreto-o de forma diferente. Tenho quase a certeza que não ficarei por aqui e, daqui a uns anos, volto a abri-lo e a reflectir mais um pouco sobre o amor, a tristeza e a solidão. Sentimentos tão próprios da nossa condição humana.

Por Favor Não Matem a Cotovia, Harper Lee


Dia 7 está disponível a re-edição do prémio Pulitzer 'por favor não matem a cotovia' de Harper Lee.

Já está na lista de compras a fazer para este verão...

"Durante os anos da Depressão, Atticus Finch, um advogado viúvo de Maycomb, uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos, recebe a dura tarefa de defender um homem negro injustamente acusado de violar uma jovem branca. Através do olhar curioso e rebelde de uma criança, Harper Lee descreve-nos o dia-a-dia de uma comunidade conservadora onde o preconceito e o racismo caracterizam as relações humanas, revelando-nos, ao mesmo tempo, o processo de crescimento, aprendizagem e descoberta do mundo típicos da infância. Recentemente, alguns dos mais importantes livreiros norte-americanos atribuíram grande destaque ao livro, ao elegerem-no como o melhor romance do século XX."

Uma novidade Almedina...

Eis um livro polémico que a editora Almedina lançou: as opiniões de Maria de Lurdes Rodrigues (ex ministra da educação do primeiro mandato de Sócrates) sobre a política educativa.

O que terão os professores e os demais cidadãos a dizer sobre este livro? Será que a curiosidade levará o público a comprá-lo ou a capa com a autora, por si só, será motivo mais que suficiente para não abrir a primeira página?


Sindicatos e professores mobilizaram-se em torno do repúdio pela avaliação do desempenho docente e as reformas na carreira. Foi, de longe, a ministra mais contestada do primeiro governo da era Sócrates e este país nunca mobilizou tantos professores contra as suas políticas.

A história faz-se com figuras. E esta marcou a história deste governo e as reformas da educação. Se alguém quiser lê-la, comente por favor!

Julho chegou...

Caros leitores,

Julho chegou e com ele muito trabalho. Para aqueles que esperam pelo debate acerca do livro do mês, as minhas desculpas repartidas com a Constança. Vamos prolongar a parada e deixar-vos, mais algum tempo, com a curiosidade instalada.

Vão lendo, vão pensando. Podem crer que vai haver matéria para prolongarmos conversa. Pena que a distância cibernáutica não permita um encontro olhos nos olhos. Mas o que separa fisicamente, as letras aproximam. E é para isso que aqui nos encontramos!

Até breve

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Uma pequena história do Mundo, E. H. Gombrich

Gombrich escreve um livro obrigatório, diria, para todos os que quiserem ter uma luz de História Mundial, mas de uma forma bastante clara e objectiva. Resumiria este livro a uma aula de história. Não a um semestre ou a um ano lectivo!

"Uma pequena história do Mundo" foi escrito tinha ele 26 anos. Neste livro dirigido aos jovens, mas que qualquer adulto deve ter por perto, faz-se uma breve cronologia pelos assuntos mais fracturantes da História.

Gombrich trata-nos na primeira pessoa e coloca-nos várias perguntas. A melhor maneira de responder é lê-lo rápido. Acreditem, serão facilmente engolidos!


O capítulo que hoje exploro é acerca do Budismo. E experimento deixar isto:

"Buda pensava de forma diferente. Dizia que era possível controlar os nossos desejos, mas que para fazer isso era preciso trabalhar sobre nós próprios, se calhar durante vários anos, para que no fim só se tivesse os desejos que se queria ter. Por outras palavras, podemos tornar-nos senhores de nós mesmos, da mesma forma que um condutor de elefantes aprende a controlar o elefante. A maior realização que uma pessoa pode conseguir na Terra é chegar a um ponto em que deixa de ter desejos. É assim a «calma interior» de Buda, a paz abençoada de quem já não tem desejos, de quem é bondoso com toda a gente e não pede nada em troca. Buda também dizia que uma pessoa que conseguisse dominar todos os seus desejos deixava de reencarnar depois da morte. Só as almas que se agarram à vida é que voltam a nascer; é nisso que acreditam os seguidores de Buda. Quem deixa de se agarrar à vida liberta-se do ciclo interminável de nascimento e morte, e fica livre de todo o sofrimento. Os budistas chamam a este estado o «Nirvana»."

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ko Un


"O poeta teve de chorar muitos dias e noites
antes de se tornar poeta.
Com trinta anos apenas,
o poeta já tinha chorado muito pelos outros.

Ser poeta quer dizer: estender as mãos.
Ser poeta quer dizer: consolação.
O poeta está sempre ao lado

dos aflitos, dos pobres, dos sofredores.
Neste mundo de desigualdade,
ele é irmão de todos os solitários.

O poeta nunca se encontra sozinho,
ele alberga em si toda a sabedoria do povo.

Por fim, emudecido, o poeta morre
para que renasça como poema.

Ele é, para sempre, uma estrela fiel no firmamento."

Poema de KO UN, poeta coreano

Voltando ao livro de Hamsun, Fome


"O inteligente pobre é muito melhor observador do que o inteligente rico. O pobre mede cada passo que dá, escuta atentamente cada palavra que ouve às pessoas que encontra. Cada passo que ele dá constitui para o seu cérebro e para a sua sensibilidade uma tarefa, um trabalho. Ele tem o ouvido apurado e é sensível, tem experiência, tem marcas de queimaduras na alma..."

Bíblia

A Bíblia é um livro. Para os que acreditam ou não. Sagrado para alguns, indiferente a outros. Mas que tem textos muito interessantes:

Primeira Epístola de São Paulo aos Coríntios

"Eu vos mostrarei um caminho mais excelente. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como o bronze que ressoa ou como o címbalo que tine. Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência, ainda que possua a fé em plenitude, a ponto de mover montanhas, se não tiver amor, nada sou. Ainda que eu reparta todos os meus bens e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me aproveita. O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera. Tudo suporta. O amor nunca acabará."


(imagem - Bíblia ilustrada, publicação da Assírio e Alvim)