Ana Juan – conhecem?
E se vos disser que é a autora da ilustração na capa de “O Caderno de Maya”, o mais recente romance de Isabel Allende? Provavelmente viram-na nos escaparates, calhando está na vossa estante, o livro lido ou por ler.
E se vos disser que é a autora da ilustração na capa de “O Caderno de Maya”, o mais recente romance de Isabel Allende? Provavelmente viram-na nos escaparates, calhando está na vossa estante, o livro lido ou por ler.
Ou talvez tenham a vaga ideia de ter sido ela a autora do retrato póstumo do
escritor José Saramago que saiu na revista “New Yorker”.
‘Descobri-a’ esta semana, quando nas minhas
pesquisas me cruzei com “Alas Rojas”. Um livro bem seguro nas mãos, asas rubras
de leituras, olhar fixo em ‘mim’, quase hipnótico.
Ana Juan, nascida em Valencia, Espanha, em 1961, e a
viver actualmente em Madrid, é artista altamente premiada e tem assinado a
ilustração de inúmeros livros, para adultos e crianças, bem como capas de
revistas conceituadas, sim, como a norte-americana “New Yorker”, que até a
convidou para ilustrar a capa da edição que assinalou os dez anos pós-11 de
Setembro.
Algures entre o talento para o desenho e a paixão
pelos livros, Ana Juan tem o melhor dos dois mundos. “Os livros são do que mais
gosto”, afirmou nesta entrevista, na mesma em que explica porque, a dado
momento, aceitou também enveredar pela escrita para crianças. Tem um livro
publicado e outro a caminho.
Exposições? Meia dúzia talvez. “Nunca me interessou
expor os meus trabalhos, embora o tenha feita em algumas ocasiões. O livro é a
minha grande paixão.”
Podia contar-vos mais sobre ela. Li várias
entrevistas como aquela que linkei mais acima. Numa falava da infância. “Herdei
os livros infantis das minhas irmãs, que são bastante mais velhas do que eu,
pelo que os meus primeiros livros eram algo incomuns para a minha geração, como
uma maravilhosa velha edição das ‘Mil e Uma Noites’. Influenciaram-me muito”, recorda
Ana, que menciona também como passava horas a desenhar ou a fazer cópias de
velhas ilustrações.
Noutra admite uma pequena obsessão: quando gosta de
algo faz questão de o possuir em duplicado. Pensando agora nisso, tal como tem dois amores, o desenho e os livros, pois. “Mas precisava de duas vidas
paralelas – ou uma depois da outra, tanto faz – para realizar todos os projectos
e os sonhos que tenho”, remata. Sabe-la real, humana, não rouba em nada às
imagens que nos deixa. Talvez as torne ainda mais poderosas.