terça-feira, 27 de dezembro de 2016

canção


quantas vezes somos
rio por sob a torrente do silêncio
as mãos irrompendo do solo
como árvore crescendo na margem

essa canção do beijo das estrelas
cintilando na pele da noite
braços fazendo ponte sobre o leito.


Helder Magalhães


Jorge Lima

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

recuperação da adolescência


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é sempre mais difícil
ancorar um navio no espaço.

- Ana Cristina César -










* este poema é minha prenda para a ponte Brasil - Portugal que assino, com provocação, sob rubrica "é do BOROGODÓ!", uma palavra-batucada-brasileira que carrega o mistério da passista de uma escola de samba em plena avenida paulista. fiquem bem, leitores, se puderem. beijos e abraços aqui do Brasa, esta terra em (des)construção. Penélope Martins.

brotando


debaixo desta aridez
revolvo-me na esperança
de alguma semente
vir à superfície
brotando
de raízes fundas o suficiente
para resistir às mãos
do vento
balouçando à luz
azulínea da estrela d'alva.


Helder Magalhães


Sónia Silva

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

vieste


sonhei-te relâmpago
atravessando o breu da madrugada
um silêncio liquefeito escorrendo
e eu náufrago submerso
na claridade da tua chegada

não sei a quantos nós
navegámos no amor só o fôlego
de nos sabermos preia-mar
revoluteando na flor do espasmo
espuma afluindo a sós à praia.


Helder Magalhães


Laura Makabresku

um poema que brota,

poema de Penélope Martins
desenho de Tati Moes

página destacada do livro Quintalzinho,
Editora Bolacha Maria, do Rio Grande do Sul (Brasil).

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Penélope, poema de Alice Ruiz





Dos pequenos grandes mimos da vida digital em rede social.

A poeta Alice Ruiz tece:

"Décio Pignatari gostava de me desafiar sobre as diferenças entre homens e mulheres. Em uma dessas discussões citei Gertrude Stein como exemplo de escritora com consciência de linguagem e ele argumentou dizendo que ela não era exemplo de mulher. Respondi com esse acróstico e o publiquei sobre o perfil dela. Tudo o mais é mitologia, grega."

Para alegria desta Penélope, o poema tece com fio dourado a filosofia da arte: estética absoluta.  

E na vida real, a par de uma frutífera amizade digital, posso abraçar a poeta e dizer o quanto tudo isto me faz feliz.


- Penélope Martins, do Brasil para Portugal, na ponte de afetos com a publicação semanal "É do Borogodó!"

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

aurora


nesta distância que é a de sermos
irrompes aurora nos meus dias
ainda as rolas não poisaram
sobre o fio da iluminação pública
e o teu retrato descerrando
a névoa por entre os meus olhos.


Helder Magalhães


Sónia Silva
(http://soniasilva.pt/)

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

é do borogodó descobrir de onde vêm as palavras




Mexerico. Quem lembra da canção da Candinha em que Roberto Carlos dizia não ligar pra mexericos de ninguém? Hein? 
Aposto que muita gente não sabe o que significa, mas todo mundo já provou um bocadinho de mexerico.
Mexerico não é o marido da mexerica. Mexerica aqui em São Paulo é o mesmo que tangerina. Brasil tão grande, no Rio Grande do Sul, mexerica não é nem tangerina, mas bergamota.
Palavras mexeriqueiras... Sabe aquela vizinha que fala de todo mundo, repara até no comprimento da saia que a gente veste e no cheiro do nosso xampú, sabe como é?
E aquele tiozinho que gosta de dizer maldades só pra provocar intriguinhas e depois diz que não sabe de nada, sabe como é?
Pois é... mexericos!
Mas qual é a origem da palavra ‘mexerico’?
Provavelmente, mexerico surge do verbo mexer e este, por sua vez, tem sua origem no latim, miscere, que significa misturar. O sufixo ‘ico’ serve para compor o substantivo: mexer+ico = mexerico.
Mexerico pode mexer e até misturar as ideias... Mexerico é sinônimo pra fofoca.
Fofoca também é uma palavra boa de explorar, pode até combinar com farofa, mas esta a gente vai deixar para outro dia porque a Candinha já falou demais.

- Penélope Martins, do Brasil, com borogodó e sem mexeriquice, para o Clube de Leitores.


terça-feira, 29 de novembro de 2016

atemporal


desço os socalcos da existência
e nas faldas um rio avança
abismo-me na vertente das águas
límpidas e frescas e ágeis
e venho ao de cima feito espuma
medrando de atemporalidade.


Helder Magalhães


Karine Silva

terça-feira, 22 de novembro de 2016

lascado


lendo o sol pelo vidro da janela
brota o filão do teu sorriso
lavrando a palavra essa cicatriz
no vaso lascado em que te
floresço.


Helder Magalhães



In the Sun at Noon by Anna O. Photography

é do borogodó! dois dedinhos de prosa, com Penélope Martins


Penélope Martins conta história da África no Blog da Letrinhas


Cada história guarda uma semente e, quando alguém decide narrá-la, liberta uma força que contagia quem fala e quem ouve. É assim na seção Dois dedinhos de prosa, que traz narrações de trechos de livros.
Quem estreia a seção é a escritora paulista Penélope Martins, que desde sempre cultiva a mania de “palavrear para viver”. Hoje ela evoca em sua fala suave as imagens de uma África ancestral, de muitas cores, narrada pelos diálogos afetuosos entre um avô do tamanho de um baobá e seu neto, cheio de curiosidade filosófica. Ouça a seguir um trecho do livro A África, meu pequeno Chaka, escrito por Marie Sellier.
* Confira aqui o Blog da Letrinhas:

terça-feira, 15 de novembro de 2016

floresta-me



escrevo a tarde ferruginosa
no papel de carta
amarelecido sob os dedos
e os teus cabelos
florestam-me o coração

arde-me esta ansiedade
escarlate
de me fluíres seiva.


Helder Magalhães


Anka Zhuravleva arts

terça-feira, 8 de novembro de 2016

janela



ao peitoril a flor da azálea floresce
como a prece do teu nome
em torno do coração
nesse horizonte em ferida
a que a descida não conhece fim.


Helder Magalhães


Américo Rui Pacheco

terça-feira, 1 de novembro de 2016

paixão



o teu rosto desfila aos meus olhos
como o outono às mãos das árvores
que logo ficam embriagados
pelos fios dos teus cabelos
ondulados da cor das romãs
colhidas por entre a polpa dos dedos
no andamento deste anoitecer
a lua deita-se num crescente alaranjado
querer beber-te num sopro a eternidade.

Helder Magalhães


Marine Loup

terça-feira, 25 de outubro de 2016

sorrindo


desconheço as fronteiras
que cruzaste para agora
circundares esta praça
o sol posto sobre
os teus cabelos
como se sorrindo
por entre a quietude
dos prados ao entardecer
resta-me o sonho
a ervas doces
sob o céu dos teus olhos.


Helder Magalhães


Paulina Siwiec Fotografia

menina mal amada, por Cora Coralina


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"(...)
Menina atrasada da escola da mestra Silvina...

(...)

Vamos ver, agora, como faz a Coralina...
Nesse tempo, já não era inzoneira. Recebi denominação maior, alto lá! Francesa.
Passei a ser detraquê, devo dizer, isto na família.
A família limitava, Jamais um pequeno estímulo.

(...)

Fui menina chorona, enjoada, moleirona.
Depois inzoneira, malina.
Depois, exibida. Detraquê.
Até em francês eu fui marcada.
Sim, que aquela gente do passado,
tinha sempre à mão o seu francês. "


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* Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas. Nascida em Goiás, aos 20 de agosto de 1889, morreu em 1985, depois de somar os anos como doceira e escritora rica em motivos cotidianos. Alheia aos modismos literários, Cora atingiu o máximo da liberdade sendo ela mesma na sua obra.

** eu sou Penélope Martins, mulher, escritora, mãe, naradora de histórias. Escrevo do Brasil para o Clube de Leitores com aromas e doçuras do meu país castigado por mazelas, mas ainda rico em borogodó!

terça-feira, 18 de outubro de 2016

árvore

não tarda a noite
precipita-se lá fora
como as sombras
do traço da grafite
sobre a folha de papel
onde te escrevo à luz
da memória árvore
magnânima no jardim
suspenso ao coração.


Helder Magalhães

pequenina, de Penélope Martins


* Este pequeno conto eu escrevi para um revista brasileira a partir da minha experiência pessoal com a adoção. Em tempos atuais, com tanta intolerância pelo mundo, é bom reforçar que o laço de amor é a única leitura possível para fazer valer nossa humanidade.

- Penélope Martins


** toda terça, com publicações do Brasil para Portugal, na nossa ponte É do Borogodó!

terça-feira, 11 de outubro de 2016

alcoólicas, poema de Hilda Hilst na voz de Penélope Martins



Alcoólicas

de Hilda Hilst



É crua a vida. Alça de tripa e metal.

Nela despenco: pedra mórula ferida.

É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.

Como-a no livor da língua

Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me

No estreito-pouco

Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida

Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.

E perambulamos de coturno pela rua

Rubras, góticas, altas de corpo e copos.

A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.

E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima

Olho d'água, bebida. A Vida é líquida.

(Alcoólicas - I)



* * *



Também são cruas e duras as palavras e as caras

Antes de nos sentarmos à mesa, tu e eu, Vida

Diante do coruscante ouro da bebida. Aos poucos

Vão se fazendo remansos, lentilhas d'água, diamantes

Sobre os insultos do passado e do agora. Aos poucos

Somos duas senhoras, encharcadas de riso, rosadas

De um amora, um que entrevi no teu hálito, amigo

Quando me permitiste o paraíso. O sinistro das horas

Vai se fazendo tempo de conquista. Langor e sofrimento

Vão se fazendo olvido. Depois deitadas, a morte

É um rei que nos visita e nos cobre de mirra.

Sussurras: ah, a vida é líquida.

(Alcoólicas - II)



* * *



E bebendo, Vida, recusamos o sólido

O nodoso, a friez-armadilha

De algum rosto sóbrio, certa voz

Que se amplia, certo olhar que condena

O nosso olhar gasoso: então, bebendo?

E respondemos lassas lérias letícias

O lusco das lagartixas, o lustrino

Das quilhas, barcas, gaivotas, drenos

E afasta-se de nós o sólido de fechado cenho.

Rejubilam-se nossas coronárias. Rejubilo-me

Na noite navegada, e rio, rio, e remendo

Meu casaco rosso tecido de açucena.

Se dedutiva e líquida, a Vida é plena.

(Alcoólicas - IV)



* * *



Te amo, Vida, líquida esteira onde me deito

Romã baba alcaçuz, teu trançado rosado

Salpicado de negro, de doçuras e iras.

Te amo, Líquida, descendo escorrida

Pela víscera, e assim esquecendo

Fomes

País

O riso solto

A dentadura etérea

Bola

Miséria.

Bebendo, Vida, invento casa, comida

E um Mais que se agiganta, um Mais

Conquistando um fulcro potente na garganta

Um látego, uma chama, um canto. Amo-me.

Embriagada. Interdita. Ama-me. Sou menos

Quando não sou líquida.

(Alcoólicas - V)



arquipélago


desses olhos arquipélago
o desassossego
contínuo restolhar do outono
na beira do peitoril
quanto de mim
é banhado de assombro
nesta fuga dos dias.


Helder Magalhães


Lee Jeffries

terça-feira, 4 de outubro de 2016

enleio






Varya


enxaguas os cabelos
na corrente do ribeiro
dócil enleio na tarde
olho-os no poente de sentir
espigas secando ao sol
toda a planície se comove.




Helder Magalhães


sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Já temos vencedores! Passatempo: Todos os tempos verbais

Parabéns Lara Santo, Graciosa Reis e Helena Nunes, são as vencedoras do passatempo «Todos os tempos verbais». Cada uma vai receber 1 exemplar do livro!

O que têm que fazer agora? Contactar o blog para sabermos a vossa morada! Procurem-nos no facebook (na página ou no grupo) ou enviem email para: blogueclubedeleitores@gmail.com

O que se pedia era registarem - a melhor frase / parágrafo / pequeno poema que inclua:- o título do livro.

 E estas são as respostas vencedoras, com grande mérito. Parabéns!

Lara Antunes Fernandes Santo
Em qualquer lado
serás tu no meu pensamento
Em qualquer tempo
Não esquecerei o teu olhar
Amar-te-ei para sempre
Em todos os tempos verbais!

Graciosa Reis

Exigir um conhecimento, mesmo que superficial, de todos os tempos verbais da nossa complexa conjugação, confunde os meus ilustres alunos!

Helena Nunes

 Sabes uma coisa?
Amo-te.
Amo-te ontem.
Amo-te hoje.
Amo-te amanhã.
Amo-te em todos os tempos.
Olha, amo-te.
Sabes outra coisa?
Amo-te com chuva.
Amo-te com neve.
Amo-te com sol.
Amo-te em todos os tempos.
Olha, amo-te.
Mas, sabes uma coisa?
Amei-te.
Amo-te.
Amar-te-ei.
Amo-te em todos os tempos verbais.
Olha, amo-te.
Simples, assim.


*O vencedor(a) terá que enviar-nos a sua morada. Se não o fizer, o Clube atribuirá o livro a outro(a) finalista. Fique atento(a)!

terça-feira, 27 de setembro de 2016

fruto


dá-me o fruto colhido
na terra dos pomares sob o
alcance dos teus braços
ágeis estonteantes
nesse zénite que a tarde
despe sobre a árvore
dá-me o fruto colhido
no poente doirado à boca
como se corresses
descalça dentro de mim.


Helder Magalhães


Marta Maria Mroz-Art

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Ai, se sêsse!


O poeta Zé da Luz nasceu em Itabaiana, em 1904. Foi alfaiate de profissão e poeta de maldição, ou benção, ou as duas coisas simultanemente porque num existe maldição que não seja também invocação de um santo, benção de língua profética.

Poeta popular, publicava seus escritos em folhetos de cordel.

Zé, ao escrever sobre o amor em 'ai, se sêsse', mais do que transgredir deliberadamente a língua portuguesa formal, tornou re-significá-la em sua musicalidade.

O sotaque nordestino reforça a visão magnífica do amante apaixonado, empunhador de peixeira (sua faca de ofício), que fura o estômago do céu para deixar correr as estrelas e as virgens que lá viviam...

Morreu no Rio de Janeiro, em 1965, desconhecido para muitos, felizmente não para nós.

Eu deixo aqui esse pedaço de Brasil, com meu abraço de sempre para os irmãos leitores daí de Portugal. Porque ler é imprescindível. Porque ler é do borogodó.

Penélope Martins.

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Se um dia nós se gostasse; 
Se um dia nós se queresse; 
Se nós dos se impariásse, 
Se juntinho nós dois vivesse! 
Se juntinho nós dois morasse 
Se juntinho nós dois drumisse; 
Se juntinho nós dois morresse! 
Se pro céu nós assubisse? 
Mas porém, se acontecesse 
qui São Pêdo não abrisse 
as portas do céu e fosse, 
te dizê quarqué toulíce? 
E se eu me arriminasse 
e tu cum insistisse, 
prá qui eu me arrezorvesse 
e a minha faca puxasse, 
e o buxo do céu furasse?... 
Tarvez qui nós dois ficasse 
tarvez qui nós dois caísse 
e o céu furado arriasse 
e as virge tôdas fugisse!!! 

- Zé da Luz - 


beijo



esta tarde
já o sol se dobrava
alongando as sombras
a tua voz veio
feito ave
sobre o planalto
do meu peito

abri-lhe a mão
para que poisasse
um sopro um fogo
alado
por sob a pele

fui colhido
na plena aterragem
dos teus lábios.


Helder Magalhães

Laura Makabresku

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Que participação escolhem? Passatempo "Todos os tempos verbais"


 
Qual é a frase que escolhem para ser a vencedora do passatempo «Todos os tempos verbais»?

Estas são as cinco melhores participações. E vão agora a uma grande final que decorre até dia 24. As mais votadas ajudam o júri a decidir os vencedores - basta comentarem este post (aqui no blog, na página do facebook ou no grupo).

Boa sorte!

~~__~~

não sou poeta

São tantos os verbos ideais para conjugar em todos os tempos verbais!
Ler que alimenta a mente
Viajar que alimenta a alma
Comer que alimenta o corpo.

É bom conjugar viver a rimar com ler
É bom conjugar libertar a rimar com viajar
E, ainda, poetar que é uma forma de amar!

Helena Nunes

Sabes uma coisa?
Amo-te.
Amo-te ontem.
Amo-te hoje.
Amo-te amanhã.
Amo-te em todos os tempos.
Olha, amo-te.
Sabes outra coisa?
Amo-te com chuva.
Amo-te com neve.
Amo-te com sol.
Amo-te em todos os tempos.
Olha, amo-te.
Mas, sabes uma coisa?
Amei-te.
Amo-te.
Amar-te-ei.
Amo-te em todos os tempos verbais.
Olha, amo-te.
Simples, assim.

Lara Antunes Fernandes Santo

Em qualquer lado
serás tu no meu pensamento
Em qualquer tempo
Não esquecerei o teu olhar
Amar-te-ei para sempre
Em todos os tempos verbais!

macy
 
Todos os tempos verbais
Nunca os consegui decorar
Porque eram sempre mais
E acabei por me chatear!

Graciosa Reis

Exigir um conhecimento, mesmo que superficial, de todos os tempos verbais da nossa complexa conjugação, confunde os meus ilustres alunos!
 
*O vencedor(a) terá que enviar-nos a sua morada. Se não o fizer, o Clube atribuirá o livro a outro(a) finalista. Fique atento(a)!

terça-feira, 13 de setembro de 2016

nudez


dormias ainda
e já o sol me forjava
a nudez do fogo
no encontro com a tua pele.


Helder Magalhães


Leanne Surfleet Photography

Como e por que contar histórias para crianças?

Pra quem ainda não sabe, meu nome é Penélope Martins e toda terça-feira escrevo aqui no Blog Clube de Leitores comunicando leituras do Brasil para Portugal. Minhas postagens levam a rubrica "É do Borogodó!", uma expressão brasileira que reflete muito bem a mistura cultural que nos rege, aqui debaixo do Equador - pra tudo falar com uma língua portuguesa em outro ritmo, outra sonoridade, no pulsar da raiz indígena e na (re)construção diária de nossa matriz africana.
Além de escrever, sou narradora de histórias, razão pela qual fui convidada para uma conversa virtual com outros narradores...
Denise Guilherme, responsável pelo projeto de leitura e formação de leitores A Taba, reuniu um pessoal para conversar sobre o ato de contar histórias.
Por que é tão importante narrar? Como narrar histórias? De que maneira é possível conquistar a atenção do público?
Entre os narradores convidados, Giuliano-Tiento2Giuliano Terno de Siqueira | Doutor e mestre em artes pelo programa de pós-graduação do Instituto de Artes da UNESP. Sócio-fundador d’A Casa Tombada [Lugar de Arte, Cultura, Educação]. Idealizador, coordenador e professor do curso de pós-graduação lato sensu A Arte de Contar Histórias – Abordagens poética, literária e performática pela FACON – Faculdade de Conchas, pólo A Casa Tombada. Professor colaborador do Programa de Mestrado Profissional do Instituo de Artes da UNESP. Contador de histórias, escritor, pesquisador, professor e assessor de programas públicos e privados de livro, leitura e bibliotecas.
10407918_10203387899889655_3346874991112871519_nOutro narrador presente, Magno Farias, pedagogo é educador, com experiência nas redes públicas e privada e no terceiro setor. Trabalha em comunidades desde 2005 e atuou como supervisor de educadores na 29ª Bienal de Artes de São Paulo e educador de arte contemporânea no “Projeto Jovens Emergentes”, em 2011/2012. É educador de biblioteca e contador de histórias no Instituto Acaia e, desde 2003, sonoplasta em espetáculos de circo e teatro.
11170363_889846137704203_9175329297026196525_nPor fim, a terceira integrante dessa roda virtual de conversa, Penélope Martins é escritora e narradora de histórias. Em 2009, iniciou a ação Construindo Leitores, em Santo André, reunindo crianças em encontros mensais para narração de história e atividades artísticas. Mais tarde, passou a ser convidada como narradora de histórias e oficineira para trabalhar com crianças, jovens e educadores, por escolas e instituições ligadas à cultura (SESC, Fábricas de Cultura, Museus etc), atividades para as quais se dedicada até o momento. Entre seus projetos de narração, mantém ligação permanente com os leitores através da ponte entre seu blog Toda Hora Tem História e o Clube de Leitores, de origem portuguesa. Entre seus livros já publicados,Poemas do Jardim (editora Cortez), incluído na lista de Bolonha, Princesa de Coiatimbora (editora Dimensão), Quintalzinho (editora Bolacha Maria), A incrível história do menino que não queria cortar o cabelo (ediota Folia das Letras).
A conversa foi transmitida ao vivo na terça-feira, dia 06 de setembro, às 21h, mas pode ser assistida no link abaixo: