Quem não recorda Macondo - a aldeia perdida algures na América Latina - construída pelos Buendía? E a particularidade dos 'José Arcádio', trabalhadores; e dos 'Aurelianos' estudiosos?
É a história que mais devagar li. O mundo do realismo fantástico, dos sinais dados pelas borboletas, da amizade entre o primeiro Buendía e o cigano Melquíades, da velha Úrsula que percorre mais de cem anos e várias gerações... É fácil perdermos o fio à meada se resolvermos ler este livro depressa.

Para quem não sabe, a história corre anos e anos à volta de uma família. A grande particularidade da narrativa é que todos os filhos 'Buendía' se chamam 'José Arcádio' ou 'Aureliano'. O nome atribuído vai revelar particulares apetências no modo de estar de cada um deles. A seu redor, várias figuras secundárias gravitam; transpondo para este romance diferentes graus de sensações, inúmeros mistérios e misticismos próprios do povo Sul-Americano e de suas crenças.
É impossível convidar-vos a não ler este pedaço de escrita. Deixo, na minha modéstia, apenas um conselho: digiram devagar. Cada palavra, parágrafo. Cada personagem que abre um ciclo e fecha. Por muitos e muitos anos...