sábado, 11 de janeiro de 2014

«O Lobo de Wall Street» é destaque no cinecartaz do Público

O Lobo de Wall Street


The Wolf of Wall Street
De:
Martin Scorsese
Com:
Leonardo DiCaprioP.J. ByrneJon FavreauMatthew McConaughey,Spike JonzeRob Reiner
Género:
Crime, Biografia
Classificação:
M/12
Outros dados:
EUA, 2013, Cores, 165 min.
Links:
Site Oficial
Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) é um jovem que procura em Nova Iorque a concretização do seu sonho de sucesso. Consegue trabalho numa empresa cotada em bolsa, mas o "crash" da "segunda-feira negra" fá-lo perder o emprego e obriga-o a reajustar os planos... Juntamente com um amigo, decide abrir a sua própria firma, a Stratton Oakmont, que vai funcionar como plataforma para a sua ambição tão desmedida quanto certeira. O alvo? Os investidores de Wall Street. Rodeado de uma "matilha" sedenta, o carismático e persuasivo corretor envereda por todo o tipo de esquemas, legais ou não, que alimentem a sôfrega espiral de poder, dinheiro, droga, ganância, sexo, corrupção e excessos em que se transforma a sua vida. Por mais milhões que acumule, nunca são suficientes. Belfort quer sempre mais. É insaciável. É por isso que é conhecido como "o lobo". Mas até um predador astuto pode ser apanhado…

Realizado por Martin Scorsese ("Taxi Driver", "Tudo Bons Rapazes", "Gangs de Nova Iorque", "Entre Inimigos"), e com argumento de Terrence Winter (responsável pelas séries "Os Sopranos" e "Boardwalk Empire"), o filme baseia-se na história verídica de Jordan Belfort, um corretor nova-iorquino que, na década de 90, construiu um império milionário à custa de fraudes de investimento e de lavagem de dinheiro. Acabaria por ser condenado, tendo cumprido 22 meses de pena. Além de Leonardo DiCaprio (que se associa a Scorsese pela quinta vez), o elenco inclui Matthew McConaughey, Jon Favreau, Spike Jonze, Rob Reiner e Jean Dujardin.

*Consulte o livro no site da Editorial Presença: O lobo de Wall Street

Sophia de Mello Breyner vai para o Panteão Nacional

Sophia de Mello Breyner vai para o Panteão Nacional antes de Eusébio

O jornalista Miguel Sousa Tavares, filho da poetisa, disse à TSF que a família se sentiu honrada com a distinção e que, pessoalmente, gostaria que a cerimónia acontecesse no dia 25 de Abril

A poetisa Sophia de Mello Breyner vai ser trasladada para o Panteão Nacional antes de Eusébio, revela a TSF.

Os partidos com assento parlamentar chegaram a acordo para transferir os restos mortais de uma das mais importantes escritoras portuguesas do séc. XX.

Segundo a TSF, a família de Sophia de Mello Breyner já foi contactada por representantes da Assembleia da República e não colocou objecções à trasladação.

O jornalista Miguel Sousa Tavares, filho da poetisa, disse àquela estação de rádio que a família se sentiu honrada com a distinção e que, pessoalmente, gostaria que a cerimónia acontecesse no dia 25 de Abril.


*Esta notícia é do Jornal i: http://www.ionline.pt/artigos/portugal/sophia-mello-breyner-vai-panteao-nacional-eusebio

A tarde, sem título, com o possível Marcos Foz


Os fantasmas vieram à festa,
há juras de amor debaixo da ponte
dos que não foram convidados
os que se perderam no horizonte.


A noite vai estrelada,
mas não tanto quanto Van Gogh a fez
à pincelada.
Surge um amontoado de beatas no trilho,
talvez invólucros de assassino rotineiro
despreocupado.
Nunca se sabe se se é
ou se já se foi numa noite debaixo da ponte,
mas diz-se que a tinta do betão
dissipa-se mais lentamente que luz no coração
dos pintores.


Não há clarão
a dúvida persiste entre
2 metros abaixo do betão,
7 palmos abaixo do chão.

Dor é a amostra mais fácil de se engendrar
ou carregar, a servir de juiz no tira-teimas.



Marcos Foz

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

ALA ... que é poesia V

Não sou uma pessoa gulosa. Prefiro salgados a quase todo e qualquer doce. Mas tenho um 'carinho' especial pelo pão-de-ló de Alfeizerão. Traz-me de volta os passeios familiares da infância.

E redescubro-o em mais um poema de António Lobo Antunes, ao balcão da mítica Bénard. Ainda ALA ... que é poesia, uma compilação em curso. E hoje a voz de Vitorino, em cujo disco "Eu Que Me Comovo Por Tudo e Por Nada" se inclui também este poema.


Valsa das viúvas da pastelaria Bénard

Cada qual de cão ao colo
damos de comer ao cão
chá e migalhas de bolo
pão-de-ló de Alfezeirão.

Arejamos com o leque
calores dos 60 anos
pérolas de pechisbeque
brincos de prata ciganos.

Lá em casa convivemos
com os estalos da mobília
tristes silêncios serenos
doçuras de chá de tília.

Réstias de sol nas janelas
de cortinas desbotadas
candelabros de três velas
retratos das afilhadas.

A crueldade do espelho
vem mostrar-nos de manhã
ruínas de um corpo velho
num casaquinho de lã.

E à cabeceira da cama
o riso do falecido
garante qu'inda nos ama
por trás da placa de vidro.

Ai felicidade perdida
porque a mágoa não tem fundo
o cão ladra contra a vida
nós ladramos contra o mundo.

António Lobo Antunes

PARA ASSISTIR AO VIDEO SIGA O LINK
http://www.youtube.com/watch?v=KZh3byx-VII

Amor por Leminski


Os meus amigos enviam livros por correio e eu dou-lhes Drummond

Poema de Aniversário

Procurei no dicionário,
Com paciência e cuidado,
O real significado
Da palavra aniversário.
Aquele livro pesado,
Mestre dos visionários,
"Pai dos burros" batizado,
Pareceu-me sectário,
Ao responder meu chamado.
Deveras decepcionado,
Joguei o meu dicionário
Na estante, empoeirado,
Para pregar, solitário,
O meu significado
Da palavra aniversário.
Diz assim, o verbete lendário,
Ontem, por mim criado:
"Aniversário: Espécie de relicário,
Muitíssimo bem guardado
Nas folhas do meu diário,
Dos versos que eu escrevi,
Com todo amor, e não li,
Durante o ano passado.


*Carlos Eduardo Drummond



Agradeço à Clara Amorim, ao José Duarte Pereira e à Emília Araújo as prendas compradas na livraria Snob! Foi óptimo ter recebido estes livros em casa. 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Esperar por Godot no Porto. Beckett em cena no Teatro Nacional São João


Farsa metafísica de Samuel Beckett publicada em 1952. É considerada a obra-prima inaugural do teatro do absurdo. A estagnação da ação e a prolixidade das réplicas ilustram a amarga ironia de procurar um sentido para a existência sem o encontrar.

A peça de Beckett suscitou no meio crítico teatral um debate infindável que perdura até aos dias de hoje. Afinal, o que é o Godot? O que Beckett - um dos principais representantes do teatro do absurdo ao lado de Eugène Ionesco, Adamov e Jean Genet - queria dizer com aquele diálogo interminável entre dois mendigos que diante do tédio da vida pensam constantemente no suicídio mas não levam a cabo a intenção, pois a corda disponível é fraca.

O diálogo entre Vladimir e Estragon é patético e desesperado, acerca de tudo e de nada. Godot é um ser vago, esperado ao fim de cada dia, que serve de pretexto para resolver a mísera existência sem sentido. Pozzo e Lucky, as duas outras personagens, criam uma forma de jogo, na qual se defrontam com igual indiferença e consciência de inutilidade, no espectáculo do servilismo à sua condição. O mesmo, sob outra perspectiva, que faz de Estragon e Vladimir subservientes e cegos ao interminável preenchimento do tempo da vida, escravos do peso de carregar os dias como uma espera sem qualquer sentido. Pozzo, que tiraniza Lucky como proprietário de suas vontades, é, ele próprio, destituído de desejos passíveis de se concretizarem.


Para cada um de nós que anseia por algo todos os dias, Godot não é coisa nem ninguém. Não é o vazio que não chega. Godot pode ser, sim, a esperança clara do que está para vir. Ficamos "À Espera de Godot". Nada a fazer.

Ao longo deste meio século, desde que subiu á cena no Teatro Babylone, À espera de Godot tornou-se num clássico do teatro contemporâneo, chegando a criar uma «Godotologia» em torno do significado do nome Godot.

Está em cena no Porto, no Teatro Nacional de São João desde o dia 9 de Janeiro e fica até dia 19 de Janeiro, pela direcção do Carlos Pimenta.

Notícia DN: Novidades literárias ignoram autores consagrados

Só a escritora Lídia Jorge publicará um romance, 'Os Memoráveis', nesta 'rentrée' literária de 2014. Todos os outros autores portugueses consagrados não têm livros novos ou foram afastados das escolhas que as editoras fizeram para o início deste ano.

As principais apostas das editoras vão para as efemérides do centenário da Grande Guerra e para os 40 anos do 25 de Abril, sendo que a Revolução dos Cravos serve de pretexto para se publicarem duas importantes biografias. A do polémico dirigente comunista Pavel, de autoria de Edmundo Pedro, e a do homem da propaganda de Salazar, António Ferro, de Orlando Raimundo.
Sobre a Revolução será também polémico o livro de memórias do escritor português que vive na Holanda, J. Rentes de Carvalho, que editará em março 'A Flor e a Foice', um acerto de contas com o 25 de Abril. Segundo o autor revela ao DN, o seu livro "não vai ocultar a versão menos folclórica do 25 de Abril e os que do folclore retiraram grande honra e proveito".
Segundo Rentes de Carvalho, o seu relato "trará à tona os nomes de pessoas que até hoje nunca vi mencionadas, mau grado o papel que discreta e eficientemente desempenharam. É um relato fiel do que testemunhei e do que ouvi, acrescentado de informações, documentação a que tive acesso, e também de muito interesse e algum estudo".



ALA ... que é poesia IV

Há ironias assim. Ia eu toda entusiasmada a começar o ano com a bela compilação diária dos poemas de António Lobo Antunes quando, de repente, não mais que de repente, sucumbo a uma bela bronquite.

Agora, já na fase da recuperação, retomo o ritmo - que não falta poesia de ALA por aí espalhada em canções para aquecer a alma. "Todos os Homens São Maricas Quando Estão Com Gripe" vem mesmo a propósito. Surge interpretada por Vitorino no disco "Eu Que Me Comovo Por Tudo e Por Nada", de 1992.



Todos os Homens São Maricas Quando Estão Com Gripe

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.

António Lobo Antunes


PARA VER ESTE VIDEO SIGA O LINK
http://www.youtube.com/watch?v=W85ag_OQesg&feature=share


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Narcisa, a mulher dos carimbos-ferradura do Borda d'Água

Achei fascinante a vida e histórias de Narcisa.
Veja o vídeo, carregando na imagem. 


Publicado desde 1929, o almanaque Borda d'Água ainda é impresso numa tipografia tradicional na Rua da Alegria, em Lisboa. Chegou a vender 350 mil exemplares num ano, agora ainda vende 280 mil. Narcisa Fernandes começou a trabalhar na Minerva com 13 anos, através da mãe, também funcionária da editora. A sua função era carimbar a ferradura vermelha, na capa do almanaque, que tinha sempre de acertar em cima da cartola do boneco. Nove horas por dia, seis dias por semana, durante seis anos. Cresceu na editora, foi este o único trabalho que teve.

*In jornal Público.
RAQUEL ALBUQUERQUE e JOANA BOURGARD

A tarde com Bénédicte Houart

é uma casa de passagem onde
se vê o mar quando
a puta veste o fato de marinheiro e
põe a cassete da tempestade



Pedro Eiras lança «A cura»


A CURA
PEDRO EIRAS

Uma sátira sobre religião e psicanálise.
Uma batalha entre dois homens de crenças e convicções fortíssimas.
Um romance apaixonante e polémico de um dos grandes nomes da nova literatura portuguesa.

Pedro Eiras nasceu no Porto em 1975. É docente de literatura portuguesa na Faculdade de Letras desta cidade. Publicou Antes dos Lagartos, Passagem (teatro), Anais de Pena Ventosa, Estiletes (ficção) e ensaios sobre literatura (in Relâmpago, Ciberkiosk, JL, A Phala, Século de Ouro). Diversas peças suas foram lidas e encenadas no Porto, em Coimbra, Bratislava, Nice e Salónica.

Este é um romance de ideias muito bem urdidas, de escrita madura, estilisticamente impecável, denso mas divertido. – JOSÉ MÁRIO SILVA, revista Ler

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

«O lobo de Wall Street» é passatempo aqui no Clube!


Editorial Presença tem três exemplares para oferecer aos seguidores do Clube de Leitores - do livro O lobo de Wall Street, de Jordan Belfort. 

Para participar, basta responder ao seguinte: Se fosse um lobo... como seria?

As melhores respostas enviadas em comentário a este post (tanto aqui no blog, como na página do facebook ou ainda no grupo) vão a uma finalíssima de 3 dias a ser votada pelos membros do blog e seguidores. 

O concurso é válido para Portugal continental e ilhas e o envio das frases deve ser feito até Domingo, dia 12 de Janeiro. No dia seguinte, anunciaremos as respostas que vão seguir para a finalíssima.

Boa sorte! 

*Consulte o livro no site da Editorial Presença: O lobo de Wall Street

É do borogodó: quem não viu passar as renas

elejo a bananeira minha árvore de natal. sobretudo por gostar do verde das folhas no contraponto brasileiríssimo do ouro das bananas que também são enfeites comestíveis. não recuso os pinheiros e gosto muito deles por sinal, mas as bananeiras me parecem hermeticamente faceiras – quem nunca duvidou ter uma serpente escondida embaixo de suas palhas? prudente dúvida. por fim ou entre o começo e o que pode ser o fim, as bananeiras detém atenção das mentes despudoradas com fálico arcabouço da saciedade. sacia-me, sacia-te, sacia-nos. toda banana é uma forma de esplendor. a flor da bananeira desabrocha digna de uma ode, quiçá uma epopeia para fazer valer seu sabor sobre a maçã eleita musa na égloga do poeta. tantos são os argumentos de minha tese, elejo a bananeira árvore festeira do renascimento natalino. só sinto falta dos piscas – tantas vezes desejo cercar o abajour de piscas para vencer a tristeza (daí reformulo a gana com a hipócrita necessidade de reduzir os consumos inúteis de energia quando energia me falta). no que tange a perfeita alquimia, para as bananeiras melhor seriam pirilampos. já as renas nunca vi. nunca vi passar rena alguma, nem ouvi tilintar de sinos a meia noite. devia estar dormindo. tenho cultivado sambas embora nada saiba sobre o majestoso de sambar. sambas que pisam chão de terra batida e que não são menores que os cantos sob sinos (não fosse a discriminação do “hierarquicamente superior” sugerida pelos intelectuais). nem sei porque escrevi tudo isto para falar de uma festa para qual não ligo a mínima mas não deixo de comemorar (são os costumes, diga-se, e o respeito à mesa posta). o fato é que deixei voar as renas, dispensei a barba, o veludo e o saco de presentes (os tempos são outros); voaram os pirilampos para bem longe por causa da poluição e a bananeira, uma fileira de bananeiras ficou depositada no meu imaginário junto dos gatos que miavam no terreiro da chácara dos meus avós (que eram estrangeiros e que antes de tudo gostavam mesmo de pinheiros).

Penélope Martins

Quem pensa assim?

Encontrado na página Improbables Bibliothèques, 
Improbables Librairies. A não perder por nada! 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Fazedores de Listas



Ou apenas a vã tentativa para explicar como o tempo desaparece como areia entre os dedos das mãos e blá, blá, blá!

Dos livros que li em 2013:

Às Cegas – Claudio Magris
O Jogo do Reverso – Antonio Tabucchi
El Arte de Perder – Lola Beccaria
Cemitério de Elefantes – Dalton Trevisan
O Labirinto das Azeitonas – Eduardo Mendonza
Estarás aí? – Guillaume Musso
Prova de Vida (Diários 2004-2006) – Pedro Mexia
A Mancha Humana – Philip Roth
E os hipopótamos cozeram nos seus tanques – William S. Burroughs & Jack Kerouac
Metade Maior – Julieta Monginho
Pastoral Americana – Philip Roth
Dentro de Ti Ver o Mar – Inês Pedrosa
Bianca Come il Late Rossa Come il Sangue – Alessandro D’Avenia
Contracorpo – Patrícia Reis
Antes de Ser Feliz – Patrícia Reis
Quanto mais depressa ando, mais pequena sou – Kjersti Annesdatter Skomsvold
Onde Andará Dulce Veiga – Caio Fernando de Abreu
Mi Amor en Vano – Soledad Puértolas
El Libro Uruguaiyo de los Muertos – Mario Bellatin
O Primeiro Amor – Joyce Carol Oates
Debaixo de Algum Céu – Nuno Camarneiro
Treze Contos de Sobressalto – Luísa Costa Gomes
La ridícula idea de no volver a verte – Rosa Montero
O Grande Retrato – Dino Buzzati
La Hormiga que Quiso ser Astronauta – Félix J. Palma
Teoria Geral do Esquecimento – José Eduardo Agualusa
Yo Confieso – Jaume Cabré
A Arte de Matar Dragões – Ignacio del Valle
Nome de Guerra – José de Almada Negreiros
Os Enamoramentos – Javier Marias
A Vida Inútil de José Homem – Marlene Ferraz
Deslizamento – Jorge Listopad
Cotovia – Deszó Kosztolányi
A Paixão – Almeida Faria
A Vida Não é Aqui – Milan Kundera
Amuleto – Roberto Bolaño
A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert – Joël Dicker
As Divinas Nádegas de Joana Ludovina – Fernando Mascarenhas
Los Recuerdos – David Foenkinos
Um Estranho em Goa – José Eduardo Agualusa
O Anão – Pär Lagerkvist
As Meninas da Numídia – Mohamed Leftah
Receitas de Amor para Mulheres Tristes – Héctor Abad Faciolince
Pássaros Sem Asas – Louis de Bernières
Sangue Sábio – Flannery O’Connor
O Céu é dos Violentos – Flannery O’Connor
O Tempo dos Imperadores Estranhos – Ignacio del Valle
Hotel Íris – Yoko Ogawa
A Primeira Pessoa e outras histórias – Ali Smith
Índice Médio de Felicidade – David Machado
O Papagaio de Flaubert – Julian Barnes
Três Homens num barco – Jerome K. Jerome
Um Companheiro Inesquecível – Susanna Tamaro
Origem e Ruína – Paulo Lima
Última Paragem Massamá – Pedro Vieira
Acabadora – Michela Murgia

Das pequenas conclusões:

Dos reencontros seguros: Patrícia Reis, Inês Pedrosa, Julieta Monginho, José Eduardo Agualusa, Rosa Montero, Jaume Cabré, Julian Barnes, Héctor Abad Faciolince, Philip Roth, David Foenkinos.
Das perdas de tempo: A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert de Joël Dicker e Estarás aí? de Guillaume Musso e Amuleto de Roberto Bolaño.
Das surpresas boas à primeira leitura: Pássaros Sem Asas de Louis de Bernières, Última Paragem Massamá de Pedro Vieira, A Vida Inútil de José Homem de Marlene Ferraz, Quanto mais depressa ando, mais pequena sou de Kjersti Annesdatter Skomsvold, definitivamente autores que quero ler mais.

E mais deixo, para mim, duas das mais bonitas capas, porque os livros também são objectos.





E mais desejo a todos um feliz ano!



Fim de tarde com José Agostinho Baptista "Silêncio"

Uma noite,
quando o mundo já era muito triste,
veio um pássaro da chuva e entrou no teu peito,
e aí, como um queixume,
ouviu-se essa voz de dor que já era a tua voz,
como um metal fino,
uma lâmina no coração dos pássaros.

Agora,
nem o vento move as cortinas desta casa.
O silêncio é como uma pedra imensa,
encostada à garganta.



José Agostinho Baptista

O poema que Manuel Alegre escreveu a Eusébio


Havia nele a máxima tensão

Como um clássico ordenava a própria força
sabia a contenção e era explosão
havia nele o touro e havia a corsa
Não era só instinto era ciência
magia e teoria já só prática
Havia nele a arte e a inteligência
do puro jogo e sua matemática
Buscava o golo mais que golo: só palavra
Abstracção. Ponto no espaço. Teorema.
Despido do supérfluo rematava
e então não era golo: era poema 


Manuel Alegre

domingo, 5 de janeiro de 2014

Ciclo Pessoa: «Entre o Sono e Sonho»

Entre o Sono e Sonho

Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre —
Esse rio sem fim.


*Fernando Pessoa, in Cancioneiro


Eu poético: «O chá»

O chá

fui à cozinha, acendi o lume e pus água a ferver
peguei na tábua e numa faca bem afiada
arranquei o coração e cortei-o em cubos bem pequenos
deitei-os na água e servi tudo numa chávena
fechei os olhos e saboreei o chá.

angústia
sofrimento
desespero
medo
tristeza
solidão

junto agora uma colher de açúcar

alegria
esperança
coragem
sorriso
amizade
sucesso

soube-me bem
mas falta aqui qualquer coisa
serás tu?

amor

Rodrigo Ferrão
Foto: Rodrigo Ferrão

In memoriam: Eusébio em livro




Peanuts - para acordar bem disposto

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