'Gostas? então desliga o computador e vai ler um livro!', publica Pedro Ferreira.
E deixa este vídeo para apreciar - dito pelo 'talento' Guilherme Gomes, num magnífico poema de Eugénio de Andrade.
Neste dia especial - que paga o meu modo de vida e o meu intelecto - entro na corrente e partilho.
sábado, 23 de abril de 2011
Silêncio
'Assim como do fundo da música
brota uma nota
que enquanto vibra cresce e se adelgaça
até que noutra música emudece,
brota do fundo do silêncio
outro silêncio, aguda torre, espada,
e sobe e cresce e nos suspende
e enquanto sobe caem
recordações, esperanças,
as pequenas mentiras e as grandes,
e queremos gritar e na garganta
o grito se desvanece:
desembocamos no silêncio
onde os silêncios emudecem.'
brota uma nota
que enquanto vibra cresce e se adelgaça
até que noutra música emudece,
brota do fundo do silêncio
outro silêncio, aguda torre, espada,
e sobe e cresce e nos suspende
e enquanto sobe caem
recordações, esperanças,
as pequenas mentiras e as grandes,
e queremos gritar e na garganta
o grito se desvanece:
desembocamos no silêncio
onde os silêncios emudecem.'

quinta-feira, 21 de abril de 2011
Nostalgia
Saldos na Almedina são motivo para me visitar...
Saldos na Almedina são motivo para me visitar... A mim e a qualquer loja do grupo! Vai valer a pena!

'Em mês de comemoração do Dia Mundial do Livro e do 25 de Abril, as livrarias Almedina prepararam um programa muito especial com muitas surpresas, concursos e ofertas de livros.
Oferta de uma colecção original de postais dedicados ao Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha e a Miguel de Cervantes, cuja morte se assinala no dia 23 de Abril, Dia Mundial do Livro: na compra de livros Livros sobre Livros, livros sobre a Revolução dos Cravos e livros dedicados a Miguel de Cervantes*.
Oferta de 30% de desconto numa escolha de livros de grandes autores portugueses e de grandes colecções infantis, económicas e de política.
Dê largas à imaginação com o concurso de fotografia “A Liberdade de ser Livro”.
Veja aqui a nossa campanha e regulamento do concurso.'

'Em mês de comemoração do Dia Mundial do Livro e do 25 de Abril, as livrarias Almedina prepararam um programa muito especial com muitas surpresas, concursos e ofertas de livros.
Oferta de uma colecção original de postais dedicados ao Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha e a Miguel de Cervantes, cuja morte se assinala no dia 23 de Abril, Dia Mundial do Livro: na compra de livros Livros sobre Livros, livros sobre a Revolução dos Cravos e livros dedicados a Miguel de Cervantes*.
Oferta de 30% de desconto numa escolha de livros de grandes autores portugueses e de grandes colecções infantis, económicas e de política.
Dê largas à imaginação com o concurso de fotografia “A Liberdade de ser Livro”.
Veja aqui a nossa campanha e regulamento do concurso.'
terça-feira, 19 de abril de 2011
Ondjaki arrebata o Lev, dia 18 Abril
O espaço Lev - Literatura em viagem - na biblioteca municipal Florbela Espanca, Matosinhos; teve a minha visita, passado dia 18.
Depois de ter assistido ao lançamento do livro de Joaquim Magalhães de Castro - 'No mundo das maravilhas' - e do trabalho infantil de Ricardo Adolfo com 'Os monstrinhos da roupa suja'; chegou uma mesa com o seguinte tema: 'África: uma viagem por começar.'
Moderada por um cliente antigo meu, Marcelo Correia Ribeiro, esta mesa juntou Afonso Cruz, Joaquim Magalhães de Castro, Ondjaki (Angola), Mohammed Berrada (Marrocos) e Teresa de Loo (Holanda).
Se o Marroquino e a Holandesa tiveram alguma dificuldade em entreter, pela barreira da língua; Afonso Cruz animou o público com histórias e peripécias mirabolantes das suas viagens. Mas pouco falou de África, admitiu.
Fez a ponte com Joaquim Magalhães de Castro e os Fortes portugueses espalhados pelo Gana. Joaquim prosseguiu contando a aventura que o levou a bordo do Navio Escola Sagres, ao largo da costa Africana - 'De Goa a Lisboa' - documentário a estrear em breve na Rtp2.

Mas o momento do dia chegou com Ondjaki. Sempre bastante observador e reservado, pega no seu caderno e diz um belíssimo texto poético que escreveu para a ocasião. Foram dez minutos de embalo. A voz muito calma e serena do escritor conquistou aplausos de pé e um senhor levantou-se a gritar alto: 'Obrigado!'. Foi realmente de outro mundo, impossível transmitir.
Para minha grande pena, não tenho as suas palavras. Mas vou estar atento. A ver se as encontro...
Estes encontros literários não são só uma ocasião para conhecer os nossos ídolos. São também experiências notáveis para quem partilha o gosto pela leitura, o amor pelo que se escreve. É sempre reconfortante encontrar velhos amigos. Sejam eles clientes, editores, pessoas dos livros... Gente 'esquisita' como nós!
Depois de ter assistido ao lançamento do livro de Joaquim Magalhães de Castro - 'No mundo das maravilhas' - e do trabalho infantil de Ricardo Adolfo com 'Os monstrinhos da roupa suja'; chegou uma mesa com o seguinte tema: 'África: uma viagem por começar.'
Moderada por um cliente antigo meu, Marcelo Correia Ribeiro, esta mesa juntou Afonso Cruz, Joaquim Magalhães de Castro, Ondjaki (Angola), Mohammed Berrada (Marrocos) e Teresa de Loo (Holanda).
Se o Marroquino e a Holandesa tiveram alguma dificuldade em entreter, pela barreira da língua; Afonso Cruz animou o público com histórias e peripécias mirabolantes das suas viagens. Mas pouco falou de África, admitiu.
Fez a ponte com Joaquim Magalhães de Castro e os Fortes portugueses espalhados pelo Gana. Joaquim prosseguiu contando a aventura que o levou a bordo do Navio Escola Sagres, ao largo da costa Africana - 'De Goa a Lisboa' - documentário a estrear em breve na Rtp2.

Mas o momento do dia chegou com Ondjaki. Sempre bastante observador e reservado, pega no seu caderno e diz um belíssimo texto poético que escreveu para a ocasião. Foram dez minutos de embalo. A voz muito calma e serena do escritor conquistou aplausos de pé e um senhor levantou-se a gritar alto: 'Obrigado!'. Foi realmente de outro mundo, impossível transmitir.
Para minha grande pena, não tenho as suas palavras. Mas vou estar atento. A ver se as encontro...
Estes encontros literários não são só uma ocasião para conhecer os nossos ídolos. São também experiências notáveis para quem partilha o gosto pela leitura, o amor pelo que se escreve. É sempre reconfortante encontrar velhos amigos. Sejam eles clientes, editores, pessoas dos livros... Gente 'esquisita' como nós!
O Sr. Aníbal Pereira Fernandes
Guimarães, 19 de Abril 2011
Sentados numa Tasca de Guimarães, aguardando o dono do estabelecimento, fomos entretendo o tempo com um Sr. Entre algumas conversas sobre a juventude nos nossos dias, o Sr. Aníbal jurou que era analfabeto.
Pura mentira! De tempos a tempos veio deixar ao grupo uns pequenos versos, escritos num guardanapo de papel.

Partilho:
'No tempo em que estamos
Não há nada de boa novidade
Se eu tivesse a vossa idade
Eu gozava a mocidade.'
'Todas as coisas já não correm
Como corriam como dantes
Porque agora temos muitos
E muitos bons estudantes.'
'Quando passo um monte
Tenho medo ao Talude
mas sempre me sinto bem
No meio da boa juventude.'
É este o nosso mundo de escritores sem livro... Num país onde todos são poetas.
Sentados numa Tasca de Guimarães, aguardando o dono do estabelecimento, fomos entretendo o tempo com um Sr. Entre algumas conversas sobre a juventude nos nossos dias, o Sr. Aníbal jurou que era analfabeto.
Pura mentira! De tempos a tempos veio deixar ao grupo uns pequenos versos, escritos num guardanapo de papel.

Partilho:
'No tempo em que estamos
Não há nada de boa novidade
Se eu tivesse a vossa idade
Eu gozava a mocidade.'
'Todas as coisas já não correm
Como corriam como dantes
Porque agora temos muitos
E muitos bons estudantes.'
'Quando passo um monte
Tenho medo ao Talude
mas sempre me sinto bem
No meio da boa juventude.'
É este o nosso mundo de escritores sem livro... Num país onde todos são poetas.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Yara Kono venceu o Prémio Nacional de Ilustração 2010
A ilustradora Yara Kono venceu o Prémio Nacional Ilustração 2010 com o álbum “O Papão no Desvão”, com texto de Ana Saldanha, anunciou hoje a Direção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB).
Foram atribuídas ainda menções honrosas a Marta Madureira, pela ilustração para o livro “A Crocodila Mandona”, com texto de Adélia Carvalho, e a Afonso Cruz, ilustrador e autor do livro “A Contradição Humana”.
Foram atribuídas ainda menções honrosas a Marta Madureira, pela ilustração para o livro “A Crocodila Mandona”, com texto de Adélia Carvalho, e a Afonso Cruz, ilustrador e autor do livro “A Contradição Humana”.
O júri que atribui o prémio foi composto por Jorge Nesbitt (ARCO), Leonor Riscado (Escola Superior de Educação de Coimbra) e Cristina Grácio (DGLB).
domingo, 17 de abril de 2011
Da Pureza, da Castidade e da Modéstia

«Nem sempre foi assim! Mas os homens já não nos querem; as mulheres detestam-nos. Pois vamo-nos, vamo-nos. Eu (diz Pureza) para o galinheiro. Eu (diz Castidade) para os cumes ainda inviolados do Surrey. Eu (diz Modéstia) para qualquer canto aconchegado onde haja fartura de heras e cortinas.
Pois lá, e não aqui (dizem todas juntas, dando as mãos e fazendo gestos de adeus e desespero em direcção à cama onde Orlando dorme) moram ainda, em ninhos e alcovas, escritórios e tribunais, os que nos amam; que nos veneram – virgens e burgueses, advogados e médicos; os que proíbem; os que se curvam sem saber porquê; os que louvam sem perceber, a (graças a Deus) ainda numerosa tribo dos respeitáveis, que preferem não ver; que desejam ignorar; que amam as sombras; esses ainda nos adoram, e por boas razões; pois demos-lhes Riqueza, Propriedade, Conforto, Bem-Estar. É para junto deles que vamos ao deixar-vos. Vinde, Irmãs, vinde! Não há lugar aqui para nós.» (capítulo III)
Estou a gostar cada vez mais da escolha da Catarina para o mês de Abril! Woolf, até então conhecida por mim apenas de fama, encanta sobretudo pela profundidade das personagens e das questões colocadas ao longo da trama.
Este teaser que vos deixo é um excerto do momento que precederá a grande mudança na vida de Orlando, mudança esta potenciada pela Verdade, génio inimigo destas três irmãs que acima se despedem.
Lendo-o assim sozinho, não deixa de calhar bem no seguimento da reflexão do Rodrigo/Eça de Queirós sobre a crise; estes autores – Woolf e Queirós – já há um século atrás chegavam ao cerne de questões (da natureza humana, sobretudo, e de seu impacto nas sociedades) que até hoje nos perturbam.
Eis o seu génio.
Portugal Está a Atravessar a Pior Crise
Eça de Queirós dixit.
(Ilustração: Luís Afonso)

'Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura.'
(Ilustração: Luís Afonso)

'Que fazer? Que esperar? Portugal tem atravessado crises igualmente más: - mas nelas nunca nos faltaram nem homens de valor e carácter, nem dinheiro ou crédito. Hoje crédito não temos, dinheiro também não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela Política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura.'
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