sábado, 12 de abril de 2014

CortesiA


Ali estava ela,
meio despida.
Toda a gente
com pena daquela vida.

Ninguém sentia
aquela agonia.
Mas tinham pena,
por cortesia.

Pena fingida,
pena aparente.
Para quê viver,
se nada se sente.
Para quê viver,
se a vida mente.





dress sexy at my funeral

Vanitas, de Titti Garelli
Fonte: http://www.tittigarelli.com/home.htm

"Assim pereceu, vítima de louca paixão, o pobre Piskariov, quedo, tímido, modesto, ingénuo como um menino, que transportava em si a chispa do talento que talvez, com o correr do tempo, viesse a atear um fogo grande e brilhante. Ninguém chorou a sua morte; ninguém estava ao lado do seu corpo inanimado para além da figura vulgar do chefe de esquadra do bairro e do indiferente médico principal."

Avenida Névski, em Contos de São Petersburgo, Nikolai Gógol

Snobidando: Poesia

Poesia.

Acompanhe a página da Livraria Snob no Facebook. Abre brevemente, em Guimarães. Pode lá encontrar este e muitos outros textos.

Destas 4 frases, 3 ganham os livros - passatempo 500.000

P.V.P.: 17,01 € (novidade)
Data de Edição: 2014
Nº de Páginas: 392
Editora: Editorial Presença

Qual é a frase que escolhem para ser a vencedora do passatempo 500.000 visitas?

Estas são as quatro melhores frases a concurso. E vão agora a uma grande final que decorre até dia 14. As três mais votadas ajudam o júri a decidir os vencedores - basta comentarem este post (aqui no blog, na página do facebook ou também no grupo). 

Sim! Quem ganhar leva os dois livros! 

Boa sorte!

~~__~~

Porque gosto do Clube de Leitores? 

DanielaMP
C onheço novos livros
L eio curiosidades
U so a imaginação
B alanço em sonhos
E spreito notícias

D ivirto-me com histórias
O scilo no imaginário
S into-me integrada

L anço-me nos dramas
E scondo-me nos terrores
I magino-me nos policiais
T orço nos romances
O uso criar poemas
R evejo narrativas
E ncontro fantasias
S onho com aventuras

Leitora
Gosto de livros
Gosto de livrarias
Gosto de bibliotecas
Gosto de ter amigos
Gosto de partilhar
Gosto de pensar com os outros
Gosto de conhecer e de saber
Gosto de desafios
Gosto de matar o tédio
Gosto de saborear momentos.
Tanto para gostar do Clube de Leitores!

viagensnaminhaterra
Eu gosto do clube de leitores ... porque existe ao ritmo da leitura de um bom livro. Sem pressa, com muito muito prazer e nao queremos que ele acabe nunca.

Passarinho
Gosto do Clube de Leitores pela variedade. Porque é impossível agradar a gregos e troianos, mas o Clube de Leitores parece capaz de o fazer. Pela variedade de géneros literários que divulga, pela variedade de publicações e pelo incentivo à leitura numa era dominada pela tecnologia.
Meio milhão de visitas só vem confirmar o bom trabalho. Que venha o próximo meio milhão!


P.V.P.: 17,50 € 
Data de Edição: 2013
Nº de Páginas: 539
Editora: Editorial Presença

*O vencedor terá que enviar-nos a sua morada. Em caso de não o fizer, o Clube atribuirá o pack a outro(a) finalista. Fique atento!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Notícia de última hora!

E já estão decididos os nomes que vão aparecer no primeiro número da Andarilhos! Agradecemos a todos os que nos enviaram poemas.
E os andarilhentos são:

Daniela Quental
Filipe Cachide
Emílio Miranda
Lucas Milleco
José Duarte
Rodrigo Ferrão
Manuel Claro
Pedro Vaz

Em breve entramos em contacto convosco para acertar pormenores.


Acompanhem a página da Andarilhos, em https://www.facebook.com/andarilhos.sesla

De olhos na boCA


E ela sorriu, de se ver sorrir,
esforçando-se por acreditar
no esboço do seu sorriso.

Insignificante,
mesmo na felicidade,
defendia os restos que tinha dentro.
Defendia o coração,
para continuar a bater.

Defendia os pulmões,
para poder respirar.
Defendia o sorriso,
porque era quase feliz.

Uma felicidade
em que apetecia chorar,
em que quase confundia
a alegria com a dor.

Raquel Serejo Martins





O mundo acorda triste, morreu Sue Townsend

É com grande tristeza que acordei com a notícia da morte de Sue Townsend.

A escritora deu vida a Adrian Mole, um dos meus heróis da adolescência. Um diário de aventuras e desventuras de um típico adolescente. Escrito com imenso humor e simplicidade, no período da Sra. Thatcher.


Avança o DN:

A escritora inglesa Sue Townsend, autora dos "Diários" de Adrian Mole, morreu esta noite, com 68 anos.
O primeiro livro da série, O Diário Secreto de Adrian Mole aos 13 anos e 3/4, foi publicado em 1982. Sue Townsend inspirou-se nos seus filhos e na escola que eles frequentavam para escrever este livro. O protagonista era um adolescente com 13 anos e 3/4 que se debatia com os problemas comuns nos rapazes da sua idade - as discussões com os pais, as borbulhas, a escola, a paixão pela sua amiga Pandora, o divórcio dos pais - e ainda com os problemas sociais da Inglaterra dos anos de Thatcher. Os pais pertenciam à classe média, educada e de esquerda, e as questões políticas estão muito presentes. Mas tudo é visto do ponto de vista de Adrian e com muito humor.
Na altura, Sue Townsend já era uma autora publicada mas não podia imaginar todo o sucesso que a série viria a alcançar, não só em Inglaterra, como em quase todos os países da Europa e até no Japão. Iriam ser publicados mais sete volumes dos diários de Adrian Mole, o último dos quais em 2009, com Adrian Mole já adulto, e tratando as questões políticas mais recentes, como a Guerra do Iraque ou o facto de o Partido Trabalhista ter chegado ao poder.
Os primeiros livros deram origem a uma série, realizada pela Thames Television para a ITV em 1985 e que foi exibida em Portugal. O ator Gian Sammarco interpretava Adrian Mole, Julie Walters fazia o papel da mãe e Lindsey Stagg era Pandora.

Veja o genérico da série:
Além da série Adrian Mole, Sue Townsend é autora de outros livros, como A Rainha e Eu e Número Dez, e várias peças de teatro. Os seus livros eram editados pela Penguin.
Sue Townsend nasceu em Leicester a 2 de abril de 1946, tinha quatro filhos e cinco netos. A escritora sofria há vários anos de diabetes e tinha, como consequência dessa doença, perdido a visão em 2001. Townsend morreu em casa vítima de ataque cardíaco.

a-ver-livros: auto-conselho

Esquece a poesia. 
Não paga as maçãs que afastam o médico. 
Esquece a pulsão 
que se chega à beira do abismo
no limite do orgânico
e da psique

sem rédea ou freio.
Esquece o rio de palavras 
que galgam as margens 
dos dedos.
Vai trabalhar, malandra.

Ana Almeida

* para saber mais sobre a pintora húngara Marta Kiss
sigam o link www.kissmarta.com

quinta-feira, 10 de abril de 2014

SoU


Sou barco sem rumo
Sou fio sem prumo
Sou árvore sem folhas
Sou um mar sem sal
Sou maçã caída
Um céu sem estrelas
Um Adão sem Eva
Casa sem janelas
Índio sem penas
Gato sem telhado
Nuvem sem água
Andorinha sem sul
Lisboa sem Tejo
Corpo sem braços
Para te abraçar
Corpo sem voz
A chamar por ti.



Eu poético: «De Repente»

De Repente

estavas vestida de ternura,
seguias firme rua abaixo
e a noite iluminava a sombra do teu corpo.
carregávamos por entre as mãos o colar que te ofereci
e assobiávamos juntos a música do Clapton:

And then she'll ask me, "do you feel all right?"
And I'll say yes, I feel wonderful tonight


e eu pedia de mim para mim que o mundo acabasse ali para que eu morresse com a sensação de estar no pico mais alto do mundo a hastear a bandeira da felicidade.

e depois seguíamos os dois
na barca que atravessa o rio de ouro
rumo ao mar da eternidade.
chegados à foz,
éramos brindados pela luz
e pelas aves a cortar o céu nos seus voos picados.
bastaria então o teu sorriso
para serenar de vez o meu espírito.

de repente.
e
tão

de
repente...

vejo-me sugado por um túnel de vento.
ouço nova música de fundo,
desta vez a voz do Palma.

Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal

é assim que estremeço e acordo.

abro o olho, 
espreito o relógio da cabeceira
e vejo que são
cinco
e
doze
da 
manhã.

Rodrigo Ferrão

Foto: Rodrigo Ferrão

a-ver-livros: estampido

Soubesse como traduzir 
a vontade de explodir
e este poema era outra coisa
granada talvez
ogiva
vórtice centrado no peito
súbito e violento
sangrando palavras duras 
como diamantes

Mas limito-me ao estampido
patético
que faço ao deixar-me 
cair no chão

Ana Almeida

* para saber mais sobre o ilustrador turco Gürbüz Doğan Ekşioğlu
siga o link www.gurbuz-de.com

quarta-feira, 9 de abril de 2014

# de Tolentino a um oriente duvidoso

Sou mártir devoto
por entre a minha mão
e o teu medo.




"Os jogadores de cartas” (1895)

UnDresseD


Numa conversa
eu visto-me de alguém.
Numa amizade
eu visto-me de mim.
No amor
eu visto-me de ti.
Num livro
eu dispo-me.
Num poema
eu dispo-me de mim
e fico nua ao frio,
sem me encontrar.




his eyes are underneath the ground

Castor, de Ray Caesar, 2005
Fonte: www.raycaesar.com

"Voltou a aproximar-se do retrato para ver melhor aqueles olhos enigmáticos e percebeu, aterrorizado, que estavam realmente a olhar para ele. Já não era uma cópia da natureza, mas havia neles aquela vida estranha que iluminaria o rosto de um morto que se levantasse do túmulo. Fosse o luar trazendo consigo o delírio do sonho e revestindo tudo de imagens transmutadas, tão contrárias das do dia positivo, ou fosse outra qualquer a causa, o certo é que o pintor sentiu de súbito, sem compreender, que tinha medo de ficar sozinho no quarto. Afastou-se devagarinho do retrato, voltou-se para o outro lado e tentou não olhar para ele; mas involuntariamente lançava-lhe olhadas pelo canto do olho. Acabou por sentir um medo real de andar pelo quarto, parecia-lhe que alguém o seguia, e lançava olhares medrosos para trás. "

O Retrato, em Contos de São Petersburgo, Nikolai Gógol

«Longbourn, Amor e Coragem» - a estreia de Jo Baker em Portugal

P.V.P.: 17,01 € (novidade)
Data de Edição: 2014
Nº de Páginas: 392
Editora: Editorial Presença

Sinopse
Para todos os que admiram a obra de Jane Austen, esta é uma oportunidade única de revisitar o seu universo, mais concretamente o de Orgulho e Preconceito, mas numa perspetiva completamente nova. Jo Baker conseguiu a proeza de pegar num clássico e reimaginá-lo, com brilhantismo, a partir do ponto de vista dos criados. Enquanto no andar de cima tudo gira em torno das perspetivas de casamento das meninas Bennet, no andar de baixo os criados vivem os seus próprios dramas pessoais, as suas paixões e angústias. À semelhança da obra que a inspirou, também Longbourn é uma história de amor apaixonante e uma comédia social inteligente, que nos dá a conhecer o quotidiano daqueles que serviam nas mansões rurais inglesas do século XIX. Uma obra admirável, que capta na perfeição a atmosfera da Inglaterra de Jane Austen.
Críticas de imprensa
«Uma recriação de Orgulho e Preconceito do ponto de vista dos criados»
The Guardian

«Tal como Jane Austen, Jo Baker criou uma história de amor inebriante e, também como em Jane Austen, o prazer da sua leitura reside na ironia e na inteligência que emanam deste romance.»
The Guardian

«Os admiradores de Jane Austen, e em particular de Orgulho e Preconceito, terão a satisfação de descobrir as semelhanças entre ambos os romances. Maravilhoso.»
The Observer

«Jo Baker leva o leitor numa viagem de regresso a uma época marcante da sociedade inglesa do século XIX, que nos oferece na mesma medida um retrato da pobreza e da guerra bem como da comédia social e do romantismo característicos dessa época.»
Metro

Jo Baker

Jo Baker estudou em Oxford e na Queen's University, em Belfast, onde concluiu o doutoramento sobre a obra da escritora anglo-irlandesa Elizabeth Bowen. Vive em Lancaster com o marido, o dramaturgo Daragh Carville, e os dois filhos. O romance Longbourn – Amor e Coragem, mereceu um excelente acolhimento por parte da crítica e foi considerado um dos melhores livros de 2013 pelo jornal The Guardian.

*toda a informação é retirada do site wook

a-ver-livros: perfume

Alongo-me na contemplação
das ervilhas de cheiro 
contrastadas na luz
implacáveis
poderosas
que invadiram o baldio abandonado
aqui à frente

Como quando finalmente me olhas 
compensa-me
o perfume que a brisa
ligeira
me traz

Ana Almeida

* para saber mais sobre o pintor turco Erdinc Altun
siga o link erdincaltun.artworkfolio.com

terça-feira, 8 de abril de 2014

SonetO Galante


A vida é
alguém que fala e garante,
que tudo o que diz
nada é.

Alguém com estupidez galante
e com ar de importante,
um género de lunático,
apatetado e distante.

Alguém que tem um pretexto,
um fugitivo parado,
um imbecil triunfante.

Um livre amor forçado,
um alegre condenado,
um ser amado.





Marcador lança romance da islandesa Auður Ava Ólafsdóttir

Tradução de João Tordo

SINOPSE:

"Um jovem decide deixar a casa da sua infância, o irmão autista, o pai octogenário e as paisagens familiares de campos de lava cobertos de musgo, em busca de um futuro desconhecido.

Pouco antes da sua partida recebe um terrível telefonema: a mãe falecera num acidente de carro. As suas últimas palavras tinham sido de doce conselho ao filho, incitando-o a continuar o trabalho que partilhavam na estufa, mais especificamente o cultivo de uma variedade de rosa rara, a Rosa Candida.

Antes da morte da mãe, naquela mesma estufa, vivera um breve encontro de amor. Foi quando já preparava a sua partida que soube que, nessa noite, concebera inocentemente uma criança.

Atordoado com todos estes súbitos acontecimentos, procura refúgio, recolhendo-se num majestoso jardim abandonado de um antigo mosteiro europeu. É aí que se vai dedicar a fazer florescer aquela rosa rara de oito pétalas. Ao concentrar a sua energia no seu cultivo, aprende também, sem dar por isso, a cultivar o amor.

Rosa Candida é a história de um jovem que assume o papel de pai ao mesmo tempo que se torna homem. Uma história de amadurecimento, sobre a beleza da vida e a forma como pequenas e simples experiências podem muitas vezes transformar a realidade numa extraordinária e incomum vida. Um livro impressionante que nos faz perceber que mudar, por vezes, é tudo o que precisamos..."

«O que esta história de grande beleza afirma é que temos mais medo que o razoável e que isso nos faz retroceder até cairmos numa tristeza infundada.»

Le Nouvel Observateur

«Auður Ava Ólafsdóttir poliu na escuridão boreal este romance fantástico, uma jóia delicada onde a vida tem o perfume das flores.»

Express


«A delicadeza que envolve cada página de Rosa Candida é tal que podemos até acreditar que estamos a sonhar. Mas este livro existe, a autora é Auður Ava Ólafsdóttir e é de leitura obrigatória.»

Le Point

P.V.P.: 17,50 € 
Data de Edição: 2014
Nº de Páginas: 348
Editora: Marcador

Foto frase do dia: Pablo Neruda

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Rotina


Dizem,
repetem
que a vida
vai mal.

Falam,
garantem
que a gente
é normal.

Pois que a rotina
é ser sempre igual.



Foto frase do dia: Paris de Hemingway

Emílio Miranda, dia 17

Queres saber o meu nome?
Então ignora-me
Apenas me revelo no silêncio
Insuspeito
De um
Desejo!                    

Emílio Miranda 

Foto: Cláudia Miranda

a-ver-livros: quieta

Anda, cobre essa nudez 
que me desinquieta,
restos do inverno que passou,
aquieta o desejo desassossegado
pelas primeiras folhas 
na figueira
que o vento irrequieta sem pudor

Segue o caminho inquieto
da primavera e abraça-me 

apenas na quietude de nós

Ana Almeida

* para saber mais sobre o pintor húngaro Ivan Polya
siga o link www.artnet.com/artists/ivan-polya

domingo, 6 de abril de 2014

Poema à noitinha... Francisco José Tenreiro

"Nasci do negro e do branco e quem olhar para mim é como que se olhasse para um tabuleiro de xadrez: a vista passando depressa fica baralhando cor no olho alumbrado de quem me vê. Mestiço! E tenho no peito uma alma grande uma alma feita de adição.”

Francisco José Tenreiro (1921-1963), de São Tomé e Príncipe, em “Canção do Mestiço”


Manuel Forjaz em livro

Partiu hoje, aos 50 anos.

O professor e empresário Manuel Forjaz morreu hoje de manhã na sua casa em Lisboa, aos 50 anos, disse à agência Lusa fonte da editora LeYa.

Manuel Forjaz, que nos últimos cinco anos travou uma intensa batalha contra um cancro no pulmão, tinha um programa semanal na TVI24, conduzido por José Alberto Carvalho, intitulado "28 minutos e sete segundos de vida", no qual falava como encarava o país e a sua vida.

"Nunca te distraias da vida" é o título do livro que editou pelo grupo Leya, uma obra de cariz autobiográfico e no qual retrata a sua luta contra o cancro.

Manuel Forjaz foi empresário, antigo dirigente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), administrador do jornal A Capital, professor, entre outras funções.


*in DN.

"-Não quero que chorem
-Não quero ninguém vestido de preto
-No seu elogio quero que os amigos tenham 10 minutos para falarem de mim
-Música 'Don't Stop Believing'
-Não quero que os amigos chorem e que se lembrem que vivi sempre a vida como quis.
-O amor da minha vida é a Bichica
-Os meus maiores feitos são o Zé Maria e o António de quem tenho um imenso orgulho
-Não quero caixão aberto e quero uma cerimónia simples e alegre.
-Padre João Seabra"

*https://www.facebook.com/manuel.forjaz


SINOPSE:

Nunca te distraias da vida é um livro biográfico, mas não é uma biografia. É um livro que nos fala do cancro e do que é viver todos os dias com a doença, tentando manter a disciplina, a alegria e uma agenda profissional milimetricamente preenchida, como Manuel Forjaz sempre teve. Sem que pretenda ser um manual de comportamento ou, sequer, um livro de auto-ajuda, trata-se de um testemunho e de uma ferramenta muito útil para todas as pessoas que estão a viver um problema semelhante ou que têm um familiar ou um amigo doente. É sobretudo um livro despretensioso, escrito por um homem que luta pela vida desde há vários anos, sem nunca baixar os braços e com uma enorme fé em Deus e na ciência; um homem que tem procurado todas as soluções possíveis para a situação difícil em que se encontra e que integra no seu plano de tratamentos a medicina tradicional e as medicinas alternativas com o mesmo rigor; um homem que vive com a certeza de que, mais tarde ou mais cedo, o cancro poderá matá-lo, mas não conseguirá nunca impedi-lo de viver a vida enquanto existir vida para viver.