sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

História Prodigiosa de Portugal - o livro explicado pelo historiador Joaquim Fernandes


História Prodigiosa de Portugal. Mitos&Maravilhas, Vol. I

Aqui se apresenta o retrato de um País digno de Alice, tirado em pose no Passado e que nos explica de que modo e por que razões é que chegamos ao Presente, neste Estado, por caminhos e agentes tão crédulos e piedosos na regência dos negócios públicos: crenças, mitos e maravilhas cozinhados a lume brando em pactos partilhados entre o céu e o inferno, em sobrenatural e fantástica existência nossa, abençoada a incenso ou a enxofre, com anjos e demónios, par a consolação e provimento da Grei. Nas páginas desta "História Prodigiosa de Portugal" o leitor irá conhecer personagens e eventos capitais que marcam este milenar consórcio de Portugal com os universos do sobrenatural e da magia:


Pedimos de empréstimo Ulisses e outros deuses menores para reconstituir no solo pátrio o Éden bíblico; ousamos "nacionalizar" a submersa Atlântida e a plataforma continental há mais de século; requisitamos ajuda às tropas celestes e aos eclipses para levar de vencida o Mouro invasor; "senhoras luminosas" dispensaram-nos ajuda médica nas frentes de combate contra o infiel; os nossos soberanos acediam à pia batismal, ao altar e ao trono após consulta aos céus e ao astrólogo régio; comerciámos as nossas mulheres com o diabo e o seu séquito no silêncio dos conventos; as nossas batalhas e os nossos exércitos regulamentavam-se pela aparição dos cometas; traficámos falsas relíquias, aos milhares, em piedosa contrafação controlada pela Corte e apaniguados; salvámos os nossos prisioneiros dos cárceres da mourama em instantâneos teletransportes; multiplicámos falsos Sebastiões desejados em farsas e tragédias; enviámos homens santos aos mares do Oriente domesticar oceanos e pescarias; replicámos toda a sorte de amuletos e mezinhas para consumo de reis e aristocratas...

Se fossemos coevos de Camilo Castelo Branco subscreveríamos a camiliana sentença: "Uma nação que assim está sob fiscalização divina não pode cair como Cartago ou Roma...

Joaquim Fernandes

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