E era assim: em casa do brasileiro as araras estavam sempre a rir. Eu
ouvia-as do muro da horta de minha casa, do alto da escada, enquanto colhia as
minhas laranjas e as atirava para o grande cesto de palma. De vez em quando
sentia, atrás de mim, que os três gatos me observavam empoleirados em cima das
amendoeiras. Que me diziam eles?, nada, não os percebia. Mais ao fundo, a minha
mulher dava de comer aos peixes no tanque: assim envelhecíamos, ela e eu, os
peixes e os gatos, mas a minha mulher e os peixes, que me diziam eles? Nada,
não os percebia.
* Tradução de
Margarida Amado Costa
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