Era um velho que pescava sòzinho num esquife na Corrente do Golfo, e
saíra havia já por oitenta e quatro dias sem apanhar um peixe. Nos primeiros
quarenta dias um rapaz fora com ele. Mas, após quarenta dias sem um peixe, os
pais do rapaz disseram a este que o velho estava definitivamente e
declaradamente salao, o que é a pior
forma de azar, e o rapaz foram por ordem deles para outro barco que na primeira
semana logo apanhou três belos peixes. fazia tristeza ao rapaz ver todos os
dias o velho voltar com o esquife vazio e sempre descia a ajudá-lo a trazer as
linhas arrumadas ou o croque e o arpão e a vela enrolada no mastro. A vela
estava remendada com quatro velhos sacos de farinha e, assim ferrada, parecia o
estandarte da perpétua derrota.
* Tradução de
Jorge de Sena
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O velho pescador Santiago, cuja história Hemingway relata neste livro é um símbolo, a vários títulos, já que, depois do 84º dia de azar, a persitência (estimulada por Manolin) leva-o a apanhar um peixe de cinco metros...tão grande, que não tinha espaço no interior do seu barquito, razão por que, tendo vindo borda fora, os tubarões acabaram por deixar-lhe só espinha...que, no entanto chegou intacta à praia, onde os demais pescadores, anteriormente sarcásticos, se converteram em admiradores.A lição é, para mim, óbvia:na vida não trabalhamos muitas vezes em função de um resultado, mas, tão-só, para recuperar ou não perder o respeito e a autoestima.
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