“Na ponta da pena, soltam-se letras conjugadas, bem focadas, para serem percebidas”
Dotado de uma sensibilidade rara, Paulo Lemos associa a arte do Olhar com a arte da Escrita de uma forma consistente e madura, subjacente numa linguagem rica e cuidada.
A sua poesia intimista, introspectiva, possibilita ao leitor um "mergulho" no universo dos afectos, onde cada palavra reflecte esse sentir que já não pertence ao poeta, mas a todos nós, nessa universalidade em que toda alma sente da mesma forma.
Enquanto isso, deixo-vos neste domingo um poema ilustrado com uma foto da sua autoria, assim como os links para as páginas pessoais de fotografia e poesia.
Bem-vindos a bordo deste Mar, feito de olhares tingidos por palavras bem focadas.
Pelo
mar...
Não partiram as flores
nem os luares do azul no mar
as pétalas flutuam no rio
na água de lágrimas sonhadas
Geme um povo abandonado
pela luz de um sol que povoa
as madrugadas que teimam em partir
e tarda a paz do luar cadente
Pingam as lágrimas que as dores
escurecidas marejam solitárias
gritam as palavras há tanto caladas
nos silêncios vomitados da indignação
Podem tapar-nos o sol
e roubar-nos o luar
mas o mar... esse pertence-nos
ninguém o pode roubar...
Paulo Lemos
http://olhares.sapo.pt/Lightspeed
http://memoria-a-mar.blogspot.pt/
Elsa Martins Esteves
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