domingo, 18 de novembro de 2012

Cronicando pela Ásia... Banguecoque (Capítulo V)

Banguecoque, 17 de Abril 2009
Capítulo 5

Abandonei a parte nova da cidade e segui num táxi com o objectivo de ir à estação de comboios comprar um bilhete para o Cambodja. O bilhete foi estupidamente barato. Se eu disser que uma viagem destas fica por um café e um bolo alguém acredita?

Anoitecia rapidamente. Caiu uma chuva tropical quente e de lágrimas grossas. Depois da estação e do bilhete, mais um taxista. A fome era enorme e a desidratação arrancava pedaços de energia ao corpo. Estava na altura de regressar ao quarto, tomar um banho e jantar.

O taxista devia ser novo na cidade. Enganou-se umas quantas vezes. Como era impossível comunicar com ele, fiquei a meio do caminho e fui o resto a pé. Já não faltava assim tanto. E encontrei forças, mesmo estando sem elas.


O jantar foi animado. Foi oficialmente a minha primeira refeição Ocidental - pizza. Antes disso, uma passagem pela pensão para uma mangueirada de água fresca.

O comboio era de madrugada. Não havia muito a fazer a não ser aguardar. Tempo para olhar para a rua, mas de noite. Perceber como se comporta a cidade e o seu frenesim inesgotável.

Qual é a probabilidade de ouvirmos James Blunt cantado por um Tailandês? Khao San Road é a rua dos prodígios tailandeses, daqueles que nos tentam conquistar os bolsos. As vendas de artefactos, recuerdos e trapinhos encontram-se por todo o espaço possível. Mas há uns furos preenchidos pelos artistas de rua. À espera da fama... ou simplesmente de algum dinheiro para sustentar a casa.

A espera pelo comboio tinha que ser combatida de alguma maneira. A rua e o luar pareceram-me lindamente. Não havia energia para grandes cavalgadas.

Assisti ao concerto do "James Thai". Ali... à porta do supermercado. O cantor percorreu um repertório impressionante. Bandas britânicas e americanas, grandes sucessos. Das mais actuais a grandes clássicos.

O supermercado deixa de vender álcool depois da meia noite. A ideia era beber uma cerveja, porque fica mais caro usar os bares da rua. Andei um pouco mais e encostei a observar um tailandês fã de rock. Estava sentado numa cadeira a ouvir rock do mais puro e pesado que existe! E foi desta maneira que, ao som de Guns and Roses, passei o resto da noite. Tirando fotografias, cantando e batendo palmas. Sentado no chão, à porta de um pequeno restaurante.


Assim foi até ir levantar as malas e partir para a estação. O comboio para o Cambodja partia bem cedo... 

P.S. - Ainda houve tempo para observar a natureza urbana. A noite mostrava centenas de baratas na rua e alguns roedores. Nada que assustasse o "James"... que continuava a dar concerto!

Rodrigo Ferrão

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