O riso alarve é imediatamente muito forte, por ser colectivo e militante.
Se penso em Cidre, é como se alguém pusesse a funcionar um gira-discos de
tasquinha modernaça: um som estridente vem devorar-me os horizontes, o coro de
gargalhadas ferozes, que hoje ainda me aterra mais do que me aterrava quando
agredia directamente os meus ouvidos e os meus nervos, e a imagem de Cidre se
avolumava num progressivo insulto ao que de legitimamente sensível há em mim.
Assim, como o recordo o escrevo. E o meu direito existe, porque não pouparei
ninguém.
* Primeira
edição: Assírio & Alvim, 1984
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