Estão a ver uma chaleira,
cheia de água,
quando ferve?
Como num fim de tarde de Inverno.
Como que para fazer um chá.
E a chaleira a borbulhar
e a perder pequenas… minúsculas… mínimas…
gotas de água.
Como uma boca cheia de palavras,
a perder migalhas…
E se a mão tocar no metal?
Sim, sem querer!
A pele em fogo…
A marca ínfima,
quase invisível…
A dor tão grande!
Como se mede uma dor?
E… se apenas uma gota?
Procuramos na mão
um vestígio, uma evidência,
e nada encontramos,
nem água, nem vapor,
apenas o lugar da dor.
Dor que não voa não precisa de penas!
Dizia a minha avó.
Não dizia nada.
Acabei de inventar!
Porque é que contei isto?
Desculpem, pensava…
no que sente um corpo quando o amor acaba.
Mas… e se… não uma gota…
Uma chuva, uma tempestade, um dilúvio!
Não é com dilúvios que se afogam os mundos?
Eu sei… a vaguear outra vez…
culpa do tédio na espera…
… que na chaleira a água comece a ferver…
Chá de cidreira.
Dizem que bom para azias, amarguras
e outros desarranjos de estômago.
São servidos?
Gostei muito do poema. Sabe bem lê-lo com uma chávena fumegante ao lado!
ResponderEliminarBoa semana
Obrigada... abracinho!
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