Lembro-me de ti sentado à chuva,
índio depois da guerra,
gotas de água a correr-te pelo corpo,
cavalos a galopar no mar.
Coração quieto.
Pulmões parados.
Braços pendurados.
Tinham-te ferido,
ah, se eu soubesse quem!
Depois deitado no chão,
perdeste os olhos nas nuvens,
água para afogar as mágoas.
Como se as mágoas se deixassem afogar!
E eu, por não te conseguir levantar,
sem mais saber o que às mãos fazer,
sentei-me no chão, ao teu lado,
e comecei alinhar o teu cabelo em desalinho.
Temos sempre que começar por algum lado.
Gostei do poema, todo ele balanceado imagéticamente, para o desfecho, encerrado, filosóficamente, na derradeira expressão, que significa a vontade de apnhar os "cacos" e, de novo, soerguermo-nos: "temos sempre que começar por algum lado"...
ResponderEliminarPois é... no limite resta-nos apanhar os cacos... talvez tentando juntar um sorriso ao gesto :)
EliminarParabéns Raquel :) Quem vai musicar esta pequena e bela canção??
ResponderEliminarJuanita... consigo ver-te a cantarolar a coisa... um sorriso!
EliminarVejo as pessoas.
ResponderEliminarPassam com a pressa do vento
E a primazia do mar.
Mostram-se fortes
Mas passam seguramente inseguras.
Passam seguramente em segundos,
E depois são miragens,
Ideias soltas
Agarradas pela incerteza de um segundo encontro.
Passam sem troca de afecto
Quando no fundo são o nosso mais fiel ouvinte.
P. L. M.
Seguramente inseguras... gostei :)
EliminarCara Raquel,
ResponderEliminarestar atenta ao Outro...
com carinho...
Belo!
abs
Dom José, sempre atento e com palavras atentas... um beijinho :)
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