quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Até sempre, Mário Domingos

Poesia é a vida e a morte. De vez em quando vemos um poeta partir mas deixar-nos de herança o seu olhar sobre a existência. Desta vez é Mário Domingos que acaba de seguir a sua estrada.

Aqui fica um poema extraído do seu único livro, publicado em Dezembro, “O Despertar dos Verbos”. Para que não esqueçamos.


“ANIVERSÁRIO XXV

Acordei um dia dentro dos teus olhos
de um sono leve e tranquilo, tumultuoso e denso.
Dizem que devo ter sonhado, mas nem ecos
de palavras, franjas de luz, neblina,
vaga escadaria, túnel infinito
me chegam aos recantos da memória.

Acordei a amar-te dentro dos teus olhos,
a hora indefinida,
em silêncio, deslumbrado.

Só depois veio o sonho”

Até sempre, poeta.

2 comentários:

  1. Os poetas partem.
    Deixam, contudo, as palavras.
    A respiração incontida das palavras.
    O silêncio proíbido das sílabas
    que se respiram a galope
    Farão por isso parte do horizonte
    Sempre que queiramos sonhar.

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  2. Os poetas partem.
    A luz apaga-se
    E deixam no vazio inconsolável
    Quem os vê partir!

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