terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

É do borogodó: Nanã

No canto da sala escondida
No canto da sala humilhada
No canto da sala cuspida, rota
Na sala escura
Na brisa ressentida
Na rede mortificada
Nanã
Invade o ar o cheiro do raspar de tachos
Nanã
lume dos peitos fartos, meu silêncio.
Ainda sonho, minha avó,
Noites longas de atabaques para nossa gira
Flamejando lilás a quaresmeira
Os nossos pés fincados no barro do chão.

Penélope Martins


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