sábado, 1 de março de 2014

Emílio Miranda, dia 12

As flores murcharam e pergunto-me se fui eu quem deixou de as acalentar
Se tu que lhes levaste a alegria.
Estavam no meu jardim onde costumava passar os meus dias;
Mas desde que morreram
Evito a porta de saída
Para não ter de me cruzar com os seus caules tombados
Ao lado das palavras que te dizia, caídas; julgo que mortas de tanto gritarem por ti.
É estranho como todas as faltas sofrem da lamentável necessidade de companhia…
É estranho também como tudo o que sentimos de melhor tende a transformar-se em flores murchas, cujo perfume – que enorme contrassenso – é mais forte do que o das vivas!

Emílio Miranda 

Foto: Cláudia Miranda

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