terça-feira, 31 de dezembro de 2013

ALA ...que é poesia II



O poema tem o meu nome e não é para mim. Pena, porque é lindo.
Cruzei-me talvez duas ou três vezes com António Lobo Antunes, creio até que sempre nas feiras do livro. Olhei-o, troquei talvez duas meias palavras. Sei que uma vez o vi sorrir. Nunca o entrevistei, creio que não calhou. Talvez um dia. Talvez não.

É assim que continua a aventura de juntar aqui todos os poemas de ALA, que andam dispersos por aí, em discos. Principalmente em discos. Como este "Ana", a que Vitorino dá música no disco "Eu Que Me Comovo Por Tudo e Por Nada". É dedicado a Jorge de Sena. Porquê não sei. Sabem? Afinal, a mulher da vida de Sena chamava-se Mécia.

É com ele que atravessamos a noite longa entre 2013 e 2014. Que a vossa travessia seja doce. Encontramos-nos amanhã, do lado de lá. 

Ana Almeida

 
Ana (dedicado a Jorge de Sena)

O mar não é tão fundo que me tire a vida
Nem há tão larga rua que me leve a morte
Sabe-me a boca ao sal da despedida
Meu lenço de gaivota ao vento norte
Meus lábios de água, meu limão de amor
Meu corpo de pinhal à ventania
Meu cedro à lua, minha acácia em flor
Minha laranja a arder na noite fria


António Lobo Antunes

Para verem o video sigam o link
http://www.youtube.com/watch?v=Vy3tktctOPQ

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