terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Bom ano, amigos

JORGE LUIS BORGES FIM DE ANO
Nem o pormenor simbólico de substituir um dois por um três nem essa vã metáfora que convoca um lapso que morre e outro que surge, nem o cumprimento de um processo astronómico atordoam ou minam o planalto desta noite e obrigam-nos a esperar as doze irreparáveis badaladas, A causa verdadeira é a suspeita geral e confusa do enigma do Tempo; é o assombro em face do milagre de que apesar de todos os acasos, de que apesar de sermos as gotas do rio de Heraclito, perdure em nós alguma coisa: imóvel, alguma coisa que não encontrou o que procurava.

*Obrigado Ana Ribeiro

1 comentário:

  1. Um 2014 cheio de coisas boas para vocês e sim, muitas muitas leituras!!

    ResponderEliminar