Dos meus motivos
Por este Mundo Acima (2011) é o
quinto romance de Patrícia Reis e o terceiro que eu li, depois de Morder-te o Coração (2007) e No Silêncio de Deus (2008).
Há autores que descubro e a que sigo o caminho, de certa forma sou assim
com todos os trabalhos/trabalhadores que me surpreendem, músicos, realizadores,
actores, fotógrafos, encenadores, pintores, ilustradores, escultores, coreógrafos,
bailarinos, estilistas, arquitectos, designers, desportistas, and so on, and so on.
Nomes que aprendo a decorar, to
know by heart, pedras na minha construção.
Patrícia Reis é um nome que eu sei já de cor e Por este Mundo Acima uma aposta segura no encanto de um livro, faites vous jeux.
A história acontece numa Lisboa devastada, num mundo em ruínas depois da
catástrofe.
A civilização, como a conhecemos deixou de existir, não há ordem social,
segurança, rotinas, água canalizada, electricidade, gás, gasolina, lâmpadas e
frigoríficos que funcionem, nem carros, nem mesmo bicicletas a circular.
O valor de uma lanterna, de um lápis, de um pacote de bolachas, de uma
lata de concentrado de tomate, de feijão.
Antes da catástrofe, quatro amigos.
Eduardo.
Lourenço.
Sofia.
Jaime.
Depois da catástrofe, apenas Eduardo.
A solidão de Eduardo.
As memórias que o prendem à vida.
O instinto de sobrevivência.
E depois, o Pedro, o presente, um presente que o prende à vida.
O mundo de Eduardo antes e depois de Pedro.
A reconstrução, e a imprescindibilidade da arte na reconstrução do
humano.
Por tudo isto que disse ou porque é suficiente uma frase para nos
arrebatar:
“Estou tão sozinha que oiço o meu corpo envelhecer”.
Por este Mundo Acima é a minha
escolha para leitura neste mês de Agosto.
Sem comentários:
Enviar um comentário