sábado, 16 de outubro de 2010

Os funcionários, Honoré de Balzac


Jocoso:
1. que provoca riso, particularmente através da troça
2. divertido, engraçado
3. trocista, chistoso

Balzac é assim. Diz-nos algumas coisas na cara. E, nos tempos antigos de 1830, fala-nos dos funcionários. Desde o mais baixo nível até ao chefe. Uma certeza vos dou: nada mudou. Tudo na mesma. Tanto no século XIX como no século XXI.

E, brilhantemente, escreve-se assim:

Demonstração da utilidade dos funcionários

"Porque se os funcionários apenas servem para escrevinhar e remexer em papéis não devem ser grande coisa como homens. Conclusão fácil e intuitiva.

Oh, caros inimigos da burocracia! Até quando continuareis a proferir estas frases tão frívolas como os próprios funcionários? Pensem comigo: uma porca, um prego, uma tacha, um arame, uma anilha, uma vareta; não têm para nós qualquer valor e todavia perante elas o mecânico pensa: 'sem estas bugigangas, a máquina não funcionava'.

Esta parábola, que fui buscar à Indústria, parece-me estar bem adequada aos nossos tempos, e explica de forma evidente, para que servem os funcionários.

Sabemos nos dias de hoje, que a estatística é o brinquedo mais recente dos modernos homens do Estado, e julgam que os números são o cálculo e naturalmente devemos servir-nos dos números para calcular.

E que nada é mais convincente, para as massas inteligentes do que um punhado de números. Em suma, para os nossos homens de Estado tudo se resume aos números"

('Os funcionários' é uma publicação de Padrões Culturais Editora. Tropecei neste livro em 2009)

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