O premiado autor francês, chega a Portugal pela Teodolito, chancela das Edições Afrontamento, com Rom@, Stéphane Audeguy nascido em 1964, em Tours. É formado em letras modernas, com especialização em inglês. Foi assistente na Universidade de Charlottesville, nos Estados Unidos. Depois de ter ensinado durante anos história do cinema e das artes, deixou o magistério para se dedicar exclusivamente à literatura. O seu primeiro romance, "A teoria das nuvens", está já publicado em português (Editorial Teorema, 2006), bem como "Filho Único" (Editorial Teorema, 2008). Este último ganhou forte cobertura dos media franceses à época de seu lançamento, tendo recebido também acolhimento no mundo literário. A obra foi indicada ao Goncourt, além de ter sido agraciada com o Prêmio Deux Magots 2007.
“Roma: quatro letras extraídas da lotaria da História. E todos esses grandes sábios que se debruçaram sobre mim, uns declarando-me fêmea, loba ou prostituta, outros dizendo que devia o meu nome ao macho fundador que delimitou o meu terreno. Eu não dizia nada, naturalmente, mas nem por isso deixava de ter as minhas próprias ideias sobre o assunto. No pequeno jogo fastidioso da busca da verdade, desejava-lhes, evidentemente, o maior prazer, e não interferia. Afinal, eu vivera, meu amor, como tu, como todos nós – uma vida, toda uma vida e nada mais”.
Por que não tomaria a cidade de Roma a palavra num romance? Afinal os animais fazem-no nas fábulas. E pode esperar-se que uma cidade tenha tanto para nos dizer como a maior parte dos homens. De resto, cansamo-nos de tudo, inclusive de sermos eternos. Acontece que Roma tenha momentos de ausência. E então passam-se coisas estranhas: Audrey Hepburn retoma férias romanas, Mussolini o serviço e as feras saltam de novo na arena do Coliseu. Quando o tempo sai dos gonzos, não resta aos homens como às cidades senão tentarem sair dele: chama-se a isso amor.
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