quarta-feira, 18 de julho de 2012

Eu, os peixes e o bairro!

Foto: Bairro dos Livros (para ver mais fotos do evento clique nesta foto)


Fui chamada. Aceitei. Fui ler um texto, uma small song, da Raquel Serejo Martins.

O texto em tudo era a minha cara. Falava em atuns (e caso se lembrem, se eu fosse um animal era um atum) e peixes… não no Nemo em particular, mas em muitos e vários peixes.

A questão é que, exceptuando uns sete casamentos, nunca tinha lido nada em público.

Conclusão: “paniquei”.

Sábado, perto das 15h00, chegava eu no meu salto 13 à praça Carlos Alberto. Estacionei com a preciosa ajuda de um arrumador dedicado um pouco mais distante do habitual. Demorei alguns minutos a relocalizar-me e a encontrar o café Piolho (note-se que sou nascida e criada nesta cidade). Lá encontrei o Piolho, o Pedro (“sócio” do nosso desejado blogue até à data não conhecido pessoalmente), e as meninas da Errata (projeto de teatro).

Mais pânico.

Voltando ao meu salto. Quem é que vai para a baixa, cujos paralelos da calçada são autênticas armas de suicídio, com salto alto?? Melhor… Quem vai nestes preparos para este cenário a super “panicar” e encontrar-se com freaks e malta das artes (e não estou a cometer uma rotulagem, escrevo porque sempre trabalhei em circuitos artísticos)?

Apresentações feitas e desabafos lançados, o pânico.

Chego à livraria, com os referidos acompanhantes, e assumo a postura artística. Tiro os saltos. Descalça, senti melhor o chão sujo e o nervosismo. Tinhas as unhas pintadas. E bem!

Sem que eu desse por ela, os lugares vazios desapareceram. Até o mesmo chão fez de cadeiras. E mais gente chegava. Já quase terminava a minha garrafa de água quando dei o meu último pequeno gole, já observada, mesmo antes, de começar a leitura, tinha que me entalar ou pior engasgar (engasgar é pior)!!! Acho que aquela aguinha também tinha nervos. E eu que não me tinha espatifado com os saltos, acabo entalada com um mísero gole de água.

Comecei a ler. Os nervos continuaram a fazer tremer o papel que segurava, desconfio que era o bater do meu coração encaracolado. Mas a voz esteve calma, segura e rouca. As cabeças dos que ouviam seguiam com sorrisos.

O texto com voz acabou comigo descalça e com palmas. Tantas palmas.

3 comentários:

  1. Já tinha saudades dos teus textos que falam de tudo e de nada...
    Inês P.

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  2. Sarava!

    até eu já tinha saudades destas historietas que me assombram as noites mesmo antes de adormecer.... e dos dias assim...

    beijinhos

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  3. a felicidade que tenho em ter-te como sobrinha :)

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