Foto: Bairro dos Livros (para ver mais fotos do evento clique nesta foto)
Fui
chamada. Aceitei. Fui ler um texto, uma small
song, da Raquel Serejo Martins.
O
texto em tudo era a minha cara. Falava em atuns (e caso se lembrem, se eu fosse
um animal era um atum) e peixes… não no Nemo em particular, mas em muitos e
vários peixes.
A
questão é que, exceptuando uns sete casamentos, nunca tinha lido nada em público.
Conclusão:
“paniquei”.
Sábado,
perto das 15h00, chegava eu no meu salto 13 à praça Carlos Alberto. Estacionei
com a preciosa ajuda de um arrumador dedicado um pouco mais distante do
habitual. Demorei alguns minutos a relocalizar-me e a encontrar o café Piolho
(note-se que sou nascida e criada nesta cidade). Lá encontrei o Piolho, o Pedro
(“sócio” do nosso desejado blogue até à data não conhecido pessoalmente), e as
meninas da Errata (projeto de teatro).
Mais
pânico.
Voltando
ao meu salto. Quem é que vai para a baixa, cujos paralelos da calçada são autênticas
armas de suicídio, com salto alto?? Melhor… Quem vai nestes preparos para este
cenário a super “panicar” e encontrar-se com freaks e malta das artes (e não estou a cometer uma rotulagem,
escrevo porque sempre trabalhei em circuitos artísticos)?
Apresentações
feitas e desabafos lançados, o pânico.
Chego
à livraria, com os referidos acompanhantes, e assumo a postura artística. Tiro
os saltos. Descalça, senti melhor o chão sujo e o nervosismo. Tinhas as unhas
pintadas. E bem!
Sem
que eu desse por ela, os lugares vazios desapareceram. Até o mesmo chão fez de
cadeiras. E mais gente chegava. Já quase terminava a minha garrafa de água
quando dei o meu último pequeno gole, já observada, mesmo antes, de começar a
leitura, tinha que me entalar ou pior engasgar (engasgar é pior)!!! Acho que
aquela aguinha também tinha nervos. E eu que não me tinha espatifado com os
saltos, acabo entalada com um mísero gole de água.
Comecei
a ler. Os nervos continuaram a fazer tremer o papel que segurava, desconfio que
era o bater do meu coração encaracolado. Mas a voz esteve calma, segura e
rouca. As cabeças dos que ouviam seguiam com sorrisos.
O
texto com voz acabou comigo descalça e com palmas. Tantas palmas.
Já tinha saudades dos teus textos que falam de tudo e de nada...
ResponderEliminarInês P.
Sarava!
ResponderEliminaraté eu já tinha saudades destas historietas que me assombram as noites mesmo antes de adormecer.... e dos dias assim...
beijinhos
a felicidade que tenho em ter-te como sobrinha :)
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