quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

a-ver-livros: Uma primeira frase

Há imagens que nos entram pelos olhos dentro, tal como as primeiras frases de alguns livros. Tal como as que saem dos lápis, canetas e pincéis de Jean Jullien, as imagens. Muitas delas que incluem livros.

Primeiro somos atraídos pelas cores, depois pela simplicidade da ilustração. O designer gráfico francês de Nantes que um dia se mudou para a britânica Londres, decidido a estudar no Royal College of Art, tem um estilo muito próprio. Reconhecível, divertido. E super eclético – que além da ilustração se dedica também à fotografia, ao video, às instalações, à roupa. Sim, e trabalha muito de perto com o músico Niwouinwouin, seu irmão. Não tentei sequer pronunciar este nome difícil. Tão difícil como entender por que raio os rapazes (andarão na casa dos vintes) não gostam de revelar as suas datas de nascimento ou mostrar os rostos.

Onde vai Jean Jullien buscar a inspiração? Ele diz numa entrevista que tem como referências a net, que surfa com avidez, e nomes como Théo Mercier, Ron Mueck e, acima de todos, Saul Bass. “Bem, imensas coisas me inspiram. Na verdade, quase tudo, aleatoriamente, me inspira. Brinquedos, livros de banda desenhada, programas de televisão da treta, imagens estranhas que apanho na net, a música do meu irmão, livros infantis, quadros”, afirmou.

Dele não consigo saber muito mais. E é demasiado jovem, tem mais potencial do que história. Mas sei que tem o mesmo nome de um dramaturgo francês que viveu de 1854 a 1919. Ah, e que os amigos o acham parecido com Serge Gainsbourg. Não sei se isso é necessariamente bom. Mas talvez estes detalhes sirvam para escrever um livro especial um dia. Com uma primeira frase de arromba.

www.jeanjullien.com/

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