segunda-feira, 9 de maio de 2011

Pelas linhas nostálgicas da memória de um país...

Aproveitando a dica do texto e sugestão do Rodrigo, a escolha de hoje vai para um livro em jeito de guia para quem gosta de conhecer o Portugal escondido e tantas vezes esquecido - "Pelas linhas da Nostalgia".


Um livro que procura dar nova vida às linhas de caminhos-de-ferro desactivadas, sugerindo passeios a  pé nas vias férreas abandonadas. Propostas de descoberta de um inestimável património feito de histórias e memórias através de percursos que agora renascem. Salientam os autores que nos últimos 20 anos, Portugal perdeu mais de 700 km de vias férreas. Agora procura-se reavivar e reaproveitar este imenso património nomeadamente para fins turísticos e de lazer, com a criação de ciclovias e outros percursos turísticos.

Com a chancela das Edições Afrontamento, este livro procura contribuir para esse reavivar de memórias, que os mais velhos evocam das suas viagens e da matéria da escola primária onde os rios, as serras e as linhas férreas constavam da cartilha. Outro objectivo é a preservação de um inestimável património, sugerindo passeios a pé ao longo dessas vias férreas desactivadas. São sugestões de percursos em linhas abandonadas, bem como em itinerários que foram entretanto transformados em ciclovias. Cada percurso é caracterizado com a sua história, devidamente ilustrada com imagens (maioritariamente do arquivo CP), o estado actual e a descrição detalhada de percursos a pé, incluindo mapas, fotos e notas de orientação.

O projecto deste livro foi desenvolvido entre 2004 e 2007 e contou com o apoio da REFER, CP e Cimpomotor (importadora da Suzuki), com a autoria de Rui Cardoso e Mafalda César Machado.
 
E porque falamos de nostalgia mas da nova, daquela que nos motiva para fazer coisas novas. Porque tantas vezes o passado nos pode impulsionar para redescobrir mundos e construir novas utopias, mais uma sugestão também das Edições Afrontamento.

Num país onde a ilustração anda tantas vezes mal, se confunde com o livro infanto-juvenil e onde os hábitos de leitura só recentemente descobriram as qualidades de projectos deste género, este projecto ousa quebrar com esses preconceitos. Manuela Bacelar, artista plástica, mais que reconhecida pelo seu já extenso percurso na ilustração (Os Ovos Misteriosos, Tobias, O Meu Avô, O Dinossauro, Sebastião, Bernardino…), ilustra “Cimo de Vila” em diálogo perfeito com os textos inéditos de Carlos Tê também sobejamente conhecido como escritor e letrista, em particular na parceria com Rui Veloso mas também com os Clã ou os Trovante.

“Cimo de Vila” é uma viagem pelo Porto de outros tempos, pelo Porto que ainda permanece, os pormenores das vivências, dos quotidianos, dos vícios e qualidades e da arquitectura desta cidade. Remete-nos para uma viagem em jeito de guia por uma cidade que nem sempre se percebe ao primeiro olhar. Um livro com excelente cuidado gráfico em todos os pormenores da edição “embrulhado” numa capa a imitar o histórico papel de mercearia.

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