segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Chico-Chorão, Maurice Sendak

«Quando Chico-Chorão fez um ano, não houve festa. (A família riu-se e franziu a testa.) O segundo ano, o terceiro e o quarto foram propositadamente esquecidos. E o quinto, sexto e sétimo, nem sequer referidos. Mas eis que Chico-Chorão completou os oito…» Desde a publicação de "O que está lá fora", em 1981, Maurice Sendak não fez mais nenhum outro livro de sua completa autoria até 2011, ano em que surgiu "Chico-Chorão", que seria a sua última obra ainda em vida. Este álbum irreverente retrata as peripécias de um porquinho que, já com nove anos, vai celebrar pela primeira vez o seu aniversário. 

A sua tia surpreende-o com um bolo e oferece-lhe um disfarce mas, por sua iniciativa, Chico-Chorão decide organizar uma grande festa sem o conhecimento dela. O concorrido evento transforma-se pouco a pouco numa desmedida e caótica festança, que será prematuramente interrompida pela tia furiosa. Mantendo a rima do texto original, a deliciosa tradução de Carla Maia de Almeida envolve-nos numa trepidante narrativa, tão ágil como por vezes propositadamente disparatada.



Li este livro da Kalandraka e, ao jeito dos livros de Sendak, caiu-me a sensação de ser uma história para um adulto contar cuidadosamente às crianças, com algum acompanhamento e interpretação. Com figuras grosseiras e vários símbolos, a história tem um fundo triste. Mas que termina num final feliz. 

A tradução é muito bem conseguida, uma vez que o texto vem em rima. É mais um grande trabalho da Carla Maia de Almeida, nesta área dos livros infantis.

Fiquem atentos às livrarias, vão querer ter este livro nas bibliotecas dos vossos filhos.

*Rodrigo Ferrão

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