terça-feira, 17 de novembro de 2015

Biblioteca, Pedro Mexia

«Quem sabe se a amizade é isso, um processo de intenções. Talvez isso justifique que a contemplação se transforme em pose, ou vice versa; que a alegria pareça bazófia; que uma vida bem vivida possa ser considerada um agravo a terceiros. Na verdade, tudo pode ser visto como uma ofensa, a paternidade, o êxito, a virilidade, e assim por diante. Porque o grande tropismo, a grande subconversação da amizade masculina, é a competição, aquela competição que faz de uns vencedores e de outros vencidos. E é isso que, em momentos de zanga ou de impaciência, transforma amigos em inimigos mortais.»

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