Quando escritas, são um espaço de silêncio cheio da nossa lembrança dos outros. Quando faladas, são egoísmo nosso para que quem as ouve um dia se venha a recordar de nós. Ou talvez seja o contrário, admito que me tenha trocado. De uma forma ou de outra tenho a certeza de que as palavras são uma forma de limparmos o pó que temos em casa e que teima em alojar-se no topo dos armários mais altos e aos quais não temos modos de chegar. Tenho desconfianças de que sejam também um género de cãozinho que marcha sempre alguns passos à nossa frente trilhando-nos o caminho e assim evitando que nos vejamos em problemas de tropeções escorregadelas, enfim, essas mazelas.
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