encontrei a palavra que não nos caracteriza,
que não nos faz justiça,
que há muito não nos acompanha.
procurei, procurei bem fundo.
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tentava perceber se era de mim,
se a chama brotava mais coxa,
se o dia tinha mais horas de escuridão
do
que
de
luz
++++
++ (e desejos infinitos de sol)
++++
+
mas só me guiavam as imagens do sorriso que fomos,
da mão dada no cinema,
do copo de vinho naquele primeiro dia.
lembras-te daquele barquinho no meio do lago?
(quando lançávamos pão aos patos e às gaivotas)
recordas o longo beijo no meio da multidão?
(...)
~~~~~~~~
~~~ perguntas atiradas ao vento ~~~
~~~~~~ ~~~~~~
~~~
~~~~~ nas lembranças escuto aquela música que te cantava ao ouvido e te fazia corar de alegria.
sinto ainda o calafrio subir-me pela espinha, imaginando o beliscão que me davas na coxa quando te atacava com os meus monstruosos dedos, mascarados de cócegas.
onde andam os nossos super-poderes?
onde se esconde a fórmula dois-em-um?
2=1
1=2
onde? onde?
tu »»»
já não és habitante desta ilha deserta,
tu »»
já não és a pessoa anã no país dos homens altos.
tu »
já não és única.
«««
««
« e eu...
eu deambulo pelo casario que serpenteia as ruas estreitas,
vendo nascer o dia
por detrás do castelo
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---------------------------------------------- perco-me e já não sei onde mora o coração
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---------------------------------------------- percorro o caminho até à casa onde moro só
AMOR,
encontrei a palavra que não nos une.
sabes bem
.........................................
:.
:.:.
:.:.:.
que
só podia ser
:.:.:.
:.:.
:.
r
e
c
i
p
r
o
cidade.
Rodrigo Ferrão
Foto: Rodrigo Ferrão
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