Pois lhe digo, minha Dona. É uma pena a senhora andar por
aí fatigando seus olhos pelo mundo. Devia era, logo de manhã, passar um sonho
pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga. Sabe o que se faz?
Estende-se aí na areia, oblonga-se deitadinha, estica a alma na diagonal.
Depois, fica assim, caladita, rentinha ao chão, até sentir a terra se enamorar
de si. Digo-lhe, Dona: quando ficamos calados, igual a uma pedra, acabamos por
escutar os sotaques da terra.
Sem comentários:
Enviar um comentário