Para
o Salvador depois de aprender a ler
Cat on a Chair, Sanyu
Sê
nómada.
Não
tenhas medo de leões nem de professores de matemática.
Todos os
dias come um pouco de sol e um pouco de verde.
Planta várias
árvores.
Sobe às
árvores mas não apoquentes os pássaros nos ninhos.
Deixa o
sol entrar mesmo se tiveres de fechar os olhos.
Preserva
a transparência e o silêncio.
Usa
barbatanas porque debaixo de água podes voar.
Lê
muitos livros e joga ping-pong.
Lê a Mafalda do Quino e o Corto do Pratt.
Embarca
em todas as viagens dentro e fora do teu corpo.
Atenta
nas cores do Outono. Novembro também é um mês bom.
Procura
todos os dias uma pequena alegria e se não encontrares nenhuma dança.
Chora
sem medo e em casos de incêndio.
Bebe chá
sempre com companhia, pelo menos de um gato.
Se
tiveres tempo tem um cão.
Podes
comer chocolate todos os dias se tiver no mínimo 80% de cacau.
Aprende
a gostar do vento, de favas e de ópera. São muitas as coisas de que não se
gosta à primeira e há músicas antigas de que vais gostar muito mais.
Separam-nos
quase quatro décadas e, quando tiveres a minha idade, se eu ainda existir, não
te esqueças de me contar o que sentes dentro do corpo, à flor da pele e debaixo
dos pés, sempre que ouves os Verdes Anos na guitarra do Carlos Paredes.
Não abuses
de ti nem de ninguém.
Descobre
o significado íntimo das palavras.
Tenta
aprender todas as línguas do mundo.
Sê
estrangeiro de ti.
Sê tenaz
no amor mas não insistas no amor nos corações errados.
Sê o que
quiseres, com a condição de seres feliz.
Por definição
desliga a televisão.
Tem
noção que não precisas de matar para viver, basta plantar e semear, todavia
treina e mantém afinada a pontaria.
Respeita
a lentidão das lesmas.
Experimenta
pintar, e se como eu fores mesmo mau mas te der prazer, pinta e está-te nas
tintas para os outros e para o resultado.
Como regra: não percas tempo, anda depressa mas respira devagar.
Percebe, a cada segundo, a velocidade a que bate o teu coração.
Guarda
que a única coisa que é para sempre é morrer.
Urgente
é apenas a alegria, o amor e a ferida.
Diz que
não gostas quando não gostas.
Nunca te
esqueças da delicadeza e que uma pedra é uma pedra é uma pedra.
Olha que
a esperança nem sempre é uma menina de confiança e desistir pode ser uma grande
vitória.
Evita
viver a crédito, não te permitas ser refém de meros objectos e grava, escreve
na mão para lembrar, tatua se necessário, que não há coisa de maior preço do
que o teu tempo.
Procura a companhia dos teus poetas preferidos.
Faz
amigos sob a condição do encanto e da ternura.
Não
acredites em muitas coisas inexplicáveis.
Desculpa
as asneiras dos teus pais, tu sabes mais.
E espero,
eu sentada à tua espera, que nunca falte aos dias dos meus olhos o barulho do
teu sorriso.
Raquel Serejo Martins
Raquel Serejo Martins
Cara Raquel,
ResponderEliminarGostei muito!
Abraço
Magnifico!
ResponderEliminarbons o texto e o quadro.
ResponderEliminarbons o texto e o quadro.
ResponderEliminarMuito obrigada a todos, por me terem lido e também por se terem dado ao trabalho de de me escreverem estas palavras simpáticas.
ResponderEliminarBem-hajam
Lindo, muito lindo... adorei o texto. Parabéns pela bela escrita!
ResponderEliminarAmei..... e como amei! Abraço gordo
ResponderEliminarObrigada Tita :)
ResponderEliminarLindo, lindo, lindo...quero ler mais!!
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