terça-feira, 27 de janeiro de 2015

têmpera


um poema em cima do joelho
como se as palavras fossem rótula

a punção do martelo de taylor
há-de erguer cada verso
e ainda que um fio de sangue se
derrame
a métrica escorrerá límpida
tímpanos adentro

os ossos encarregar-se-ão
de fazer ranger o tempo
ou a ausência dele
que a têmpera da sílaba
tanto a arte forja
como parte.

Helder Magalhães


(Fotografia "blackrock" de Daniel Curval)

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