quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Gonçalo Viana de Sousa - o Flâneur das Sensações



Como o nosso homem ainda anda por terras croatas, deixo-vos um poema de cariz revolucionário, fruto dos primeiros tempos e incursões literárias do nosso flâneur.
Datado de Julho de 68, percebe-se o porquê do tema tão agitado, havendo como que uma tentativa de criar um poema sobre formas de fazer poema.
Liberdade, eis tudo!, diria Gonçalo.

LIBERDADE



Hás-de chegar vestida de branco,
De um branco que é de todas as cores do mundo,
De um branco que existe somente para aqueles que acreditam
Que a Justiça também virá de mãos dadas contigo,
Oh Madona das grandes causas universais!

Hás-de trazer sementes de novos tempos
Para os pobres e desvalidos,
Pão para quem tem fome, cura para os feridos,
E luz e paz que cessem todos os tormentos.

Hás-de vir triunfal, bela, perfumada,
Com um sorriso que sossegue as fúrias capitais
De sistemas países corrompidos pela miséria
de uma hipocrisia bafienta e de esmola!

O teu nome será Liberdade.
Serás uma Valquíria luminosa, imponente.
Serás Pura para todo o sempre,
Vestida de branco e de Verdade!





Paris, 14 de Julho de 1968.

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