Como o nosso homem ainda anda por terras croatas, deixo-vos um poema de cariz revolucionário, fruto dos primeiros tempos e incursões literárias do nosso flâneur.
Datado de Julho de 68, percebe-se o porquê do tema tão agitado, havendo como que uma tentativa de criar um poema sobre formas de fazer poema.
Liberdade, eis tudo!, diria Gonçalo.
LIBERDADE
Hás-de chegar
vestida de branco,
De um branco
que é de todas as cores do mundo,
De um branco
que existe somente para aqueles que acreditam
Que a Justiça
também virá de mãos dadas contigo,
Oh Madona das
grandes causas universais!
Hás-de trazer
sementes de novos tempos
Para os pobres
e desvalidos,
Pão para quem
tem fome, cura para os feridos,
E luz e paz
que cessem todos os tormentos.
Hás-de vir
triunfal, bela, perfumada,
Com um sorriso
que sossegue as fúrias capitais
De sistemas
países corrompidos pela miséria
de uma hipocrisia bafienta e de esmola!
O teu nome
será Liberdade.
Serás uma
Valquíria luminosa, imponente.
Serás Pura
para todo o sempre,
Vestida de
branco e de Verdade!
Paris, 14 de
Julho de 1968.
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