quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Os teus OlhOs



Os teus olhos
lembram-me tardes
de solidão,
com sóis laranja,
morrendo encarnados,
corpos cremados,
cinzas ao vento
e o vento bordado
forno, morno.

Tardes
de águas calmas,
poços de lágrimas,
que deixaram nos meus lábios
o sabor a maresia,
a malvasia,
à viagem à Turquia
que nunca fizemos.

Solitários,
os meus lábios em ferida
que entretenho a whisky,
a cigarros
ao chá de hortelã que bebias,
duas no cravo,
uma na amargura,
lembram um cacto,
dois cactos,
três cactos,
a murchar,
à tua espera.

Anda, volta e traz teus olhos
impede o tempo de me envelhecer.


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