a cada Inverno,
as tardes infinitas,
os passeios de mãos dadas,
uma só a sombra no chão.
Lábios que não sabiam beijar,
que aprendiam a beijar
que beijavam por tudo e por nada.
Sofregamente
por tudo e por nada.
O corpo a arder,
os pés descalços,
o chão em chamas.
Era Verão,
a estação dos incêndios,
os fogos por apagar,
as flores na pele a queimar.
É sempre Verão
quando os corpos
se despem assim.
As noites insones.
As luas enormes.
Nocturna,
dançavas comigo,
até ao romper da aurora.
Dizias sempre bela aurora,
como a canção
e não gostavas de dançar,
porém comigo,
por mim,
dançavas.
E a dançar
chegou a tarde no
nosso adeus,uma tarde igual a todas as tardes
sem nuvens no céu ou ameaças de chuva,
apenas levemente mais fria,
porque já Outono
e nós aves de uma só estação,
aves de incêndio.
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