segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O poeta mais popular de Santo Tirso

Hoje não me apetece escrever - ando em corrida e as palavras tropeçam-me nos pés, efémeras. Assim sendo, cruzei a net em busca de uma boa notícia sobre livros para partilhar convosco. Achei algo sobre George R.R. Martin andar a pensar em aproveitar uns restos da Guerra dos Tronos para fazer um novo conto. Acho lindamente, e pronto. 

Não sei como nem porquê, fui parar a uma deliciosa crónica de não sei quando no Jornal de Notícias. João Luís Barreto Guimarães assina-a, enquanto "poeta mais popular de Santo Tirso". Não lhe conhecia sequer o nome - e escusam de me vir dizer que é uma tremenda falha minha porque já me apercebi disso.

Fui à caça e, da minha descoberta pessoal, trago-vos um poema dele - de que adorei o estilo. Não digam que não sou vossa amiga. 

Ana Almeida


"este poema foi escrito ontem hoje não
vou escrever (na face nego sorrisos como
quem fecha janelas) hoje só preciso de


mim (este poema é grátis: não está
incluído no preço do livro). hoje
não tocarei o corpo da Corona Four

uma ‘azerty’ americana já com uma certa
idade (ainda é das que escreve poesia a
preto e ranco) faz um mês que se perdeu
a tecla da letra « » só por isso não

tenho escrito sobre o rilho dos teus
olhos. o meu copo está vazio (hoje
não é poedia) depois eu mando alguém
uscar as minhas palavras
"

(João Luís Barreto Guimarães in Poesia Reunida, Quetzal, 2011)

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