recolhe os restos de mim
os trapos que ainda se arrastam
grudados aos seus sapatos, o fio
linhas que me erguem
tempestades que me esgotam
recolhe os restos de mim,
manda-me pelo correio.
junta a saliva pouca daquelas respirações
ofegantes, os olhos reviravam e quase vinha a tona
o desejo de reduzir a pó
para que fosse – sobretudo –
inspirado num gole de espuma. Jeito de amantes, tínhamos.
recolhe os restos, os gestos, os trapos, os fiascos,
os ridículos bilhetes, o sumo que inundou os lençóis
: manda-me pelo correio.
* Penélope Martins
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