terça-feira, 22 de julho de 2014

É do borogodó: Pavão Vermelho, de Sosígenes Costa

"Ora, a alegria, este pavão vermelho,
está morando em meu quintal agora.
Vem pousar como um sol em meu joelho
quando é estridente em meu quintal a aurora.


Clarim de lacre, este pavão vermelho
sobrepuja os pavões que estão lá fora.
É uma festa de púrpura. E o assemelho
a uma chama do lábaro da aurora.


É o próprio doge a se mirar no espelho.
E a cor vermelha chega a ser sonora
neste pavão pomposo e de chavelho.


Pavões lilases possuí outrora.
Depois que amei este pavão vermelho,
os meus outros pavões foram-se embora.
"

Sosígenes Costa (1901 - 1968)



Natural de Belmonte (Brasil), o poeta baiano Sosígenes Costa nasceu em 1901 e se radicou em Ilhéus, onde se tornou redator do Diário da Tarde, além de desenvolver um olhar peculiar sobre a colonização e o império do cacau.
Sosígenes integrou o modernismo junto com Jorge Amado e outros nomes, sua poesia foi reunida integralmente pelo grande poeta José Paulo Paes e publicada em 1978. O poema "O pavão vermelho" ilustra o livro 'POESIA' do Professor da Universidade de São Paulo, Massaud Moyses.

* escolhido por Penélope Martins

 

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